24 de dez. de 2014

Pinóquio de ouro - E o prêmio vai para.... BMW Active Flex

Pinóquio de ouro - E o prêmio vai para.... BMW Active Flex



A porca torceu o rabo ao perceber que o sistema start-stop do BMW 320 ActiveFlex é manco e não funciona com etanol   Final de ano é um atropelo de concursos disso e daquilo. Apontam os melhores, os eleitos, os campeões, os preferidos, os mais lembrados...  Mas tem o reverso da medalha, o Pinóquio de Ouro, o menos cobiçado prêmio da indústria automobilística brasileira e dedicado à fábrica que tenha plantado uma grande mentira durante o ano. Em 2014, quem fez jus ao narigão foi a BMW, que fez pouco do mercado brasileiro e escorregou feio ao oferecer uma tecnologia duvidosa no 320 ActiveFlex. O modelo, inicialmente importado,  inaugurou recentemente  a linha de montagem da fábrica construída em Araquari, no interior do Estado de Santa Catarina. A BMW  adaptou seu motor, um 2.0 de 184 cv, para beber  gasolina e etanol. Por ser turbinado e com injeção direta, dispensa o tanquinho de partida a frio.  Nenhuma revolução tecnológica: o sistema tem mesmo que elevar a pressão necessária para injetar combustível no cilindro, o que resulta numa excelente atomização do etanol. Suficiente para fazer o motor pegar em baixíssimas temperaturas ambientes (de até -10º), sem pedir socorro à gasolina ou aquecimento prévio. A Bosch forneceu componentes (hardware) e os engenheiros da BMW desenvolveram o programa (software) para permitir a queima dos dois combustíveis.

  Além de flex, o BMW 320 tem tambem o sistema start-stop, que desliga e liga automaticamente o motor quando o carro para alguns segundos. Economiza até 20% do consumo de combustível no trânsito urbano e reduz a poluição. Até aqui, palmas para a marca alemã. Mas, a porca torceu o rabo foi ao perceber que a BMW não explicou para sua refinada clientela que o start-stop é manco e só funciona com gasolina. Ora - perguntaria o desavisado dono de um 320 ActiveFlex - como é possível um carro flex desativar um dispositivo essencial na redução de consumo, se abastecido com etanol? Os engenheiros da BMW, questionados, derraparam nas quatro. De uma feita, responderam ser impossível limitar a emissão de gases poluentes dentro dos parâmetros estabelecidos. De outra feita, a barreira incontornável foi, segundo eles, a lubrificação do motor. A verdade permanece nebulosa, mas, seja qual for, o start-stop rendeu pontos junto ao programa de incentivos Inovar Auto. No frigir dos ovos, a fábrica da Baviera iludiu tanto o consumidor como o governo.   Sugestão aos engenheiros da BMW: habilitem-se a um estágio na fábrica da Fiat em Betim (MG) que acaba de apresentar o Uno Flex com o mesmo sistema start-stop. E que, pasmem, funciona com gasolina ou etanol! 

Fonte: R7
Publicado em: 2014-12-03T11:39:00-02:00

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