22 de jul. de 2015

Teste do Fiat 500 Cabrio 1.4 8V

Teste do Fiat 500 Cabrio 1.4 8V

Em um mercado tão pragmático em relação a preço como o brasileiro, é de se esperar que a presença de “funcars” nas ruas seja mesmo bastante tímida. Mas é nesse pragmatismo que a Fiat apostou quanto criou um versão ainda mais acessível de seu 500 Cabrio. O carrinho tem todos os requisitos exigíveis de um “funcar”, como o fato de ser divertido, ter um design sedutor e cheio de personalidade e uma imagem simpática e jovial. Para criar esta versão com preço mais atraente, a Fiat adotou a motorização mais simples oferecida no 500. No caso, um motor 1.4 8V com câmbio manual. Com isso, passou a oferecer o conversível por R$ 56.900 – R$ 11.320 a menos que a versão de topo, 1.4 16V com transmissão automática. E mais: é equipado e tem nível de acabamento comparável aos compactos da mesma faixa de preço.

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O 500 Cabrio mantém as linhas clássicas da versão convencional do modelo, mas ganha charme extra com o teto de lona com abertura elétrica que, nesta configuração de entrada, é sempre na cor vinho. A abertura pode ser feita em três níveis. O primeiro lembra um teto solar comum, deixando apenas a região da cabeça dos passageiros dianteiros à mostra. O segundo faz com que a superfície descoberta fique bem maior, mas mantém o vidro traseiro na posição original e os ocupantes do banco traseiro cobertos. Já o estágio final garante a abertura total do teto, fazendo com que o vidro de trás se solte e desça, abrindo espaço para a lona se posicionar sanfonada. A ação de abertura ou fechamento pode ser feita com o carro em movimento, desde que seja numa velocidade inferior a 80 km/h. A lista de equipamentos de série é extensa. Para garantir o conforto a bordo, há ar-condicionado, direção elétrica, rádio com CD, MP3 e entrada auxiliar, apoia-braço para motorista e trio elétrico. Os itens voltados para a segurança envolvem tecnologias como controles eletrônicos de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, sinalização de frenagem de emergência, sensor de estacionamento, faróis dianteiros com regulagem elétrica de altura e sistema Isofix de fixação de cadeiras infantis. Ou seja, um pacote bem completo para o segmento e faixa de preço, considerando que se trata de um modelo conversível – que já atrai atenções por si só. Há ainda os opcionais volante em couro com comandos do rádio, piloto automático, sistema de som com Bluetooth e pacote de áudio Alpine.

O motor 1.4 8V produz potência máxima de 85 cv a gasolina e 88 cv a etanol. Seu torque é de 12,4 kgfm a gasolina e 12,5 kgfm a etanol, sempre a 3.500 rpm. A transmissão é manual de cinco velocidades ou, opcionalmente, automatizada Dualogic, também de cinco marchas – que acrescenta R$ 3 mil ao preço. Com o pedal da embreagem, é capaz e chegar à velocidade final de 172 km/h e seu zero a 100 km/h é feito em 11,8 segundos. Apesar de ser pouco mais de R$ 8 mil cara que a versão de entrada – o 500 Cult “normal” sai das lojas por iniciais R$ 48.740 –, a configuração Cabrio 1.4 8V carrega um posto de destaque no mercado nacional. Não é só o carro conversível mais em conta do país. A diferença entre ele e o concorrente mais próximo em relação ao preço, o Smart Fortwo, é de R$ 20 mil. E com a boa lista de itens de série que carrega, o subcompacto da Fiat com teto de lona oferece não só agradáveis passeios ao ar livre, mas também funciona como carrinho urbano ágil e bastante divertido.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.4 de 88 cv com etanol e 12,5 kgfm de torque é mais que suficiente para mover o modelo, que pesa só 1.080 kg em ordem de marcha. O câmbio manual de cinco velocidades deixa o 500 “esperto” no trânsito urbano. Na estrada, é preciso recorrer às reduções de marcha com frequência na hora das ultrapassagens ou retomadas. Nota 7. Estabilidade – O comportamento do 500 Cabrio 1.4 8V é bem correto. A suspensão macia até privilegia o conforto, mas a aderência é boa e as rolagens de carroceria, apesar de perceptíveis, são controladas. A torção da carroceria é bem pequena para um conversível. Comparado ao modelo fechado, o 500C recebeu um reforço na estrutura e ainda manteve o arco das portas. A versão ainda conta com controle eletrônico de estabilidade, tecnologia ainda pouco adotada em carros com esse tipo de motorização. Nota 8.

Interatividade – São poucos comandos e todos bem posicionados, facilmente acessados pelo motorista. O câmbio, projetado a partir do console, é agravável de usar e muito bem localizado. A visibilidade dianteira é até boa, mas o pequeno vidro traseiro não ajuda. Com o teto completamento aberto, o retrovisor interno torna-se praticamente inútil. Nota 8. Consumo – O InMetro testou a versão Cabrio do 500 com motor 1.4 8V e aferiu 7,6 km/l e 8,2 km/l com etanol e 10,9 km/l e 11,9 km/l com gasolina na cidade/estrada. O resultado conferiu ao modelo nota D na categoria e B na geral, com 1,92 MJ/km de consumo energético. Nota 6.

Conforto – O teto retrátil de lona confere uma sensação maior de espaço ao 500, mas o carro não deixa de ser um subcompacto por esse detalhe. Dois adultos viajam bem na frente, mas os passageiros de trás – somente dois – dependem demais da boa vontade dos ocupantes dianteiros. Na verdade, o espaço é pensado para crianças. O acerto da suspensão ajuda a filtrar as imperfeições do solo nacional e o isolamento acústico, apesar do teto de lona, é suficiente para garantir uma conversa sem grandes problemas dentro do veículo. Nota 8. Tecnologia – A plataforma do 500 é de 2007, mas ainda é considerada moderna. Controle eletrônico de estabilidade e de tração – normalmente disponíveis apenas em configurações mais caras – são itens de série, assim como alerta de limite de velocidade. O teto retrátil é elétrico e funciona em três estágios. Mas não há opção de central multimídia no modelo. Nota 8.
Habitabilidade – Para quem viaja à frente, entrar e sair é bem fácil. Ainda mais quando o teto está aberto. Mas acessar a parte traseira exige contorcionismo. Os porta-objetos não têm espaço de sobra, mas também não falta lugar para abrigar o que precisa estar à mão do motorista. Já o porta-malas é ainda menor que no 500 convencional, com 185 litros de capacidade. Nota 8. Acabamento – O acabamento do 500C de entrada é recheado de plásticos, mas todos de bom aspecto e com arremates precisos. Os bancos de tecido são bicolores, o que transmite um charme extra ao habitáculo – podem ser em marfim e vermelho, marfim e cinza, cinza e preto ou, como na versão testada, preto e vermelho. Trata-se de um interior descontraído, mas sem exageros. Nota 8.
Design – O visual retrô, seus faróis circulares e outros traços que lembram o modelo clássico da Fiat já chamam atenção. Com a capota aberta, é praticamente impossível passar com um 500C despercebido pelas ruas. Além disso, o teto retrátil vermelho, combinado a uma outra cor de carroceria – na unidade avaliada, era preta – insere ainda mais personalidade ao modelo. Nota 9. Custo/benefício – O 500C é o carro conversível mais barato do Brasil, com preço inicial de R$ 56.900. Pode chegar a R$ 60.834 com alto-falantes Beats e som Alpine operado por comandos de voz e com USB e Bluetooth e ainda piloto automático e volante multifuncional em couro. Esse é o preço médio de um hatch compacto mais requintado, com equipamentos semelhantes aos do 500 Cabrio. Sem capota, quem chega mais perto é o Smart ForTwo Cabrio, que tem motor turbo de 84 cv, mas custa R$ 76.900. Nota 8. Total – O Fiat 500 Cabrio 1.4 8V somou 78 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Não adianta. Com capota aberta ou fechada, o Fiat 500 Cabrio arranca olhares admirados por onde circula. É claro que o teto todo retraído faz com que o subcompacto chame mais atenção que o normal, mas a combinação de duas cores no exterior – a capota na versão com motor 1.4 de 8V é sempre em tom vinho – adiciona um charme extra à já agradável aparência “vintage” do “carrinho”. Que, apesar do motor ser o mesmo que equipa modelos como o Uno e a versão de entrada da picape Strada, só merece diminutivos mesmo em seu tamanho. Em movimento, o 1.4 de 8V confere ao 500 um desempenho capaz de impressionar. É claro que não se trata de um propulsor que exale esportividade. Mas, aliado ao baixo peso do carro – 1.080 kg – e à transmissão manual de cinco velocidades, proporciona alguma diversão, principalmente no trânsito urbano. Na estrada, porém, não há milagres: as reduções de marchas são comumente necessárias em momentos de ultrapassagens e retomadas. Mesmo quando se aciona o botão “Sport”, que entrega um comportamento um pouco mais reativo às pisadas no acelerador.
Com a capota aberta, a sensação de liberdade é instigante. A visibilidade dianteira é boa, mas a traseira fica comprometida no terceiro estágio de abertura do teto, quando toda a lona cobre a retrovisão. Na prática, é quase como dirigir um furgão, com a opção de recorrer apenas aos retrovisores externos na hora de verificar o que está atrás. E, ao contrário dos conversíveis mais caros – como o Peugeot 308 cc, por exemplo –, só mesmo o teto fica descoberto. Ou seja, pela lateral, vê-se o mesmo que na configuração mais simples do 500, a Cult. As colunas centrais e traseiras se mantém intactas na versão descapotável. Essa característica, no entanto, pode ser um diferencial em países como o Brasil. Enquanto a violência excessiva das grandes metrópoles assusta cada vez mais os potenciais compradores de modelos conversíveis, a privacidade garantida pela lateral mantida no 500C ajuda a transmitir segurança a quem viaja no carro. Além disso, cria uma espécie de proteção a quem deseja a sensação de liberdade que o teto retrátil dá, mas não quer se expor tanto nas ruas.

Ficha técnica

Fiat 500 Cabrio 1.4 8V

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial com modo Sport.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 85 cv com gasolina e 88 cv com etanol a 5.750 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 11,8 segundos. 
Velocidade máxima: 172 km/h.
Torque máximo: 12,4 kgfm com gasolina e 12,5 kgfm com etanol a 3.500 rpm.
Diâmetro e curso: 72 mm X 84 mm.
Taxa de compressão: 12,3:1.
Suspensão: McPherson com rodas independentes, com barra estabilizadora, braços oscilantes inferiores e geometria triangular. Traseira com eixo de torção e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 185/55 R15.
Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS com EBD e BAS.
Carroceria: Conversível compacto em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,55 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,50 m de altura e 2,30 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Peso: 1.080 kg.
Capacidade do porta-malas: 185 litros.
Tanque de combustível: 40 litros.
Itens de série: Ar-condicionado, direção elétrica, controle de estabilidade e tração, airbags frontais, ABS com EBD e BAS, assistente de partida em ladeiras, banco do motorista e volante com ajuste de altura, rádio/CD/MP3, apoio de braço central, computador de bordo, faróis de neblina, trio elétrico, rodas de liga leve de 15 polegadas, sensor de estacionamento traseiro e teto elétrico em três estágios. 
Preço: R$ 56.900.
Opcionais: sistema Blue&Me com entrada USB, Bluetooth e comandos de voz, som Alpine, piloto automático, seis alto-falantes Beats e volante multifuncional em couro.
Preço completo: R$ 60.834.

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Toque de irreverência - Fiat 500 Cabrio 1.4 8V entrega ousadia, diversão e bons equipamentos com preço atraente

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 22 Jul 2015 08:44:00

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