28 de set. de 2016

Teste do Chevrolet Onix Activ

Teste do Chevrolet Onix Activ

Modelos de entrada de marcas generalistas precisam apostar em estratégias que aumentem seus volumes de vendas. Não à toa, quase todos contam com uma lista extensa de versões que incluem mudanças de trem de força e também estéticas. Aliado a isso, a procura por modelos aventureiros cresceu intensamente nos últimos anos entre consumidores brasileiros que não têm dinheiro ou necessidade para adquirirem veículos 4X4. A Chevrolet, disposta a manter o hatch Onix na liderança nacional – conquistada no ano passado e mantida, com tranquilidade, ao longo de 2016 –, reservou para a linha 2017 uma nova configuração de topo que se encaixa exatamente nesse perfil de cliente: a Activ, com vendas iniciadas há dois meses. As mudanças envolvem principalmente a estética, mas alterações nos pneus e acerto de suspensão conseguiram elevar a altura em relação ao solo e o ângulo de visão do motorista.

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Na frente, o Onix Activ traz vincos esculpidos sobre capô, faróis de máscara negra com filetes de leds, grade bipartida com moldura em preto brilhante e para-choque – também na traseira – customizado. Um aplique lateral contorna toda a parte inferior do veículo, desde os faróis de neblina à traseira. Aparece ainda rack de teto, uma espécie de peito de aço no spoiler frontal e retrovisores externos e adesivos da coluna B em preto. As rodas são exclusivas, com acabamento de superfície usinada, dez raios e 15 polegadas, calçadas em pneus 195/65 – as demais configurações com propulsor 1.4 recebem pneus 185/65 R15. Por dentro, as cores preta e laranja predominam nos revestimentos de porta e bancos e até no painel de instrumentos. Na carroceria, seis opções aparecem na palheta do carro: laranja metálico, branco, prata, cinza grafite, vermelho e preto. A direção é elétrica e a configuração aventureira já sai da fábrica com sistema MyLink com câmara de ré, compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay e sistema OnStar, capaz de ajudar a encontrar restaurantes e outros pontos de interesse. A lista de itens de série é a mais completa da linha, com direito a sensores de chuva e estacionamento traseiros, ajuste elétrico dos retrovisores e travas e vidros com acionamento remoto pela chave, entre outros.

Na parte dinâmica, o Onix Activ se destaca entre todas as configurações do hatch pelos 3 cm a mais de altura. A intenção é facilitar a vida dos motoristas que precisam superar terrenos mais acidentados ou pequenos alagamentos, por exemplo. A posição de dirigir também sobe, o que aumenta o campo de visão do condutor em 4 cm em relação às demais variantes do modelo.  O trem de força é o mesmo adotado na antiga versão de topo, a LTZ. Trata-se do velho conhecido 1.4 que desenvolve até 106 cv de potência a 6 mil rpm e 13,9 kgfm de torque a 4.800 rpm quando abastecido com etanol e 98 cv e 13 kgfm nos mesmos giros com gasolina no tanque. Segundo a marca, o motor passou por avanços recentemente, com pistões e bielas redesenhados e tipo de óleo lubrificante e módulo eletrônico trocados, além de novo sistema de arrefecimento e de gerenciamento de cargas elétricas. Não mudaram os números de desempenho do modelo, mas deixaram-no mais econômico que antes. 

Ponto a ponto

Desempenho – Os 106 cv e 13,9 kgfm de torque do motor 1.4 que equipa o Onix Activ empurram o hatch com competência, mas sem grandes surpresas. Em acelerações para ultrapassagens ou retomadas emergenciais, fica clara a baixa litragem do propulsor. O câmbio automático, presente na versão avaliada, até responde bem às solicitações do condutor, mas não faz milagres. Não se trata de um modelo que inspire esportividade na condução. As trocas das seis marchas, no entanto, são suaves. Nota 7. Estabilidade – Mesmo com a altura ligeiramente elevada do Onix Activ – pneus maiores e suspensão recalibrada deixaram o carro 30 mm mais alto –, no asfalto não se notam diferenças nesse quesito. O comportamento do hatch aventureiro é adequado à proposta e curvas são encaradas com eficiência em alta ou baixa velocidade. A direção é um pouco menos suave que a das outras variantes, mas nada tão notório. De qualquer forma, ajuda a manter o carro no caminho desejado. Nota 8.

Interatividade – O sistema multimídia MyLink é simples de usar e tem comandos autoexplicativos. A ergonomia é boa e a posição de dirigir é facilmente encontrada e levemente mais alta. Com isso, em relação às demais configurações, o Onix Activ conta com mais 40 mm de campo de visão. Nota 8. Consumo – O InMetro testou o Onix Activ e aferiu médias de 7,7/8,6 km/l na cidade/estrada com etanol e 11,2/12,6 km/l nas mesmas condições, com gasolina no tanque. O resultado foi de 1,85 MJ/km, com nota C na categoria e B no geral. Pouco em comparação a projetos mais recentes. Nota 5.

Conforto – O espaço interno é bom em relação a outros compactos. Quatro ocupantes viajam sem problemas e um quinto até é aceitável, desde que em trajetos curtos e com passageiros dispostos a passar por algum aperto no banco traseiro. O isolamento acústico é bom e a suspensão amortece bem as irregularidades do asfalto e em percursos de terra. Nota 8. Tecnologia – O Onix é um carro recente, construído sobre a plataforma GSV, a mesma dos sedãs Cobalt e Prisma e da minivan Spin. Ela é moderna e prioriza o espaço interno. O modelo teve ainda participação importante na popularização dos sistemas multimídias, a partir da disponibilidade do MyLink mesmo na motorização de entrada, a 1.0. A transmissão é moderna, com seis marchas, mas os motores são antigos. Nota 8.

Habitabilidade – Há diversos nichos para guardar os objetos do motorista. As quatro portas têm bons ângulos de abertura e o entre-eixos de 2,53 metros, embora não seja o melhor da categoria, garante bom espaço no habitáculo. O porta-malas, porém, transporta apenas 280 litros – há opções com mais espaço para bagagens entre os hatches compactos. Nota 7. Acabamento – Os materiais aparentam boa qualidade e a combinação das cores preta e laranja entrega um charme diferenciado à versão nos revestimentos de portas e bancos. Não há rebarbas aparentes e os encaixes passam impressão de solidez. Nota 8.
Design – O Onix já recebeu uma reestilização que o deixou com visual mais moderno. A versão Activ dá ao hatch uma estética aventureira que insere um pouco mais de personalidade ao modelo. A nova grade bipartida traz moldura em material preto brilhante, um aplique lateral contorna toda a parte inferior do veículo e diversos elementos alusivos a carros off-road estão presentes, como rack de teto e uma espécie de peito de aço no spoiler frontal. As rodas são exclusivas, com acabamento de superfície usinada, dez raios e 15 polegadas. A combinação é interessante e, principalmente na cor laranja metálica da unidade avaliada, se destaca nas ruas. Nota 8. Custo/benefício – Com câmbio automático, o Onix Activ custa R$ 62.290 – mas a cor laranja metálica adiciona R$ 1.550 à conta, totalizando R$ 63.840. Um Renault Sandero Stepway 1.6 automatizado sai por R$ 60.720, enquanto a Toyota pede R$ 63.220 por um Etios Cross automático 1.5. A Hyundai cobra R$ 69.445 pelo HB20X automático equipado à altura, mas seu motor 1.6 rende 128 cv. Já a Volkswagen chega a estrondosos R$ 74.553 por um Crossfox com equipamentos semelhantes aos do Onix. O hatch aventureiro da Chevrolet não chega a ser a melhor opção nesse quesito, mas está entre as mais vantajosas. Nota 7. Total – O Chevrolet Onix Activ automático somou 74 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

É inegável que o Chevrolet Onix Activ causa uma boa impressão à primeira vista. Principalmente na cor laranja metálica da unidade testada, que vem sendo explorada exaustivamente em todas as campanhas da nova versão. Os adereços aventureiros conferem ao hatch um visual instigante e chamativo, capaz de se destacar facilmente pelas ruas do Brasil.
Em movimento, o motor 1.4 não faz feio, mas também não se destaca. Arrancadas, retomadas e ultrapassagens são feitas de forma honesta, mas sem qualquer arroubo de esportividade. Por outro lado, a transmissão automática de seis velocidades disponível para a configuração impressiona com suas trocas suaves e pelo bom entrosamento com o propulsor, subindo rapidamente os giros quando necessário e descendo gradualmente nos momentos em que se alivia o pé direito.  O comportamento dinâmico é bem semelhante ao das outras versões do hatch, mesmo com a elevação em 3 cm da altura em relação ao solo. A diferença, no entanto, é claramente sentida nos trajetos mais esburacados ou de terra. As rolagens de carroceria até aparecem, mas de forma tão sutil que só são notadas quando o motorista desvia parte de sua atenção especificamente para isso.
A ergonomia é boa dentro do Onix Activ, assim como a visibilidade. A direção elétrica é suave o suficiente para entregar manobras de estacionamento leves e, em velocidades superiores, uma sutil rigidez. Mas isso é mais nítido nos caminhos fora de estrada do que no asfalto liso. Não se trata de um modelo totalmente apto às aventuras off-road, mas o Onix Activ é capaz de satisfazer quem enfrenta algumas poças de água ou percursos de terra mais esburacados.

Ficha técnica

Chevrolet Onix Activ

Motor: flex, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Potência máxima: 106 e 98 cv a 6 mil rpm com etanol e gasolina.
Torque máximo: 13,9 e 13 kgfm a 4.800 rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 77,6 mm X 73,4 mm.
Taxa de compressão: 12,4:1.
Pneus: 195/65 R15.
Peso: 1.062 kg MT / 1.092 kg AT 
Transmissão: Câmbio manual ou automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração. 
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais com carga lateral, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Traseira semi-independente com eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Não oferece controle eletrônico de estabilidade. 
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. ABS de série.
Carroceria: Onix: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,95 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,55 m de altura e 2,53 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série. 
Capacidade do porta-malas: 280 litros.
Tanque de combustível: 54 litros.
Produção: Gravataí, Rio Grande do Sul.
Itens de série: Serviço OnStar, ar-condicionado, direção elétrica, travas elétricas, vidros dianteiros elétricos tipo um toque, painel com velocímetro digital, bússola e alerta de mudança de marcha, multimídia MyLink, chave tipo canivete com controle remoto das travas e vidros elétricos, faróis com máscara negra, banco do motorista e cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, porta-revista no dorso do assento do carona, limpador e desembaçador traseiro, espelho nas sombreiras, sistemas antifurto, aviso sonoro para uso do cinto de segurança, freios ABS com EBD, airbag duplo, coluna de direção com regulagem de altura e sensor de estacionamento traseiro com auxílio gráfico, vidros traseiros elétricos com a função um toque, computador de bordo, bancos com revestimento premium e tecido de alto relevo, retrovisores externos com ajuste elétrico, farol com superfície interna cromada e led, faróis de neblina, rodas de alumínio de 15 polegadas com pneus 195/65, rack de teto em forma de “U” e peito de aço no spoiler frontal.
Preço: R$ 57.190. 
Opcional: Transmissão automática de seis velocidades (R$ 5.100) e cor laranja metálica (R$ 1.550). 
Preço da unidade avaliada: R$ 63.840.

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/CZN

Na trilha da variedade - Versão Activ do Chevrolet Onix dá ao carro mais vendido do Brasil chance de ampliar vendas

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 28 Sep 2016 15:00:00

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