1 de set. de 2016

Impressões da nova geração do Mini Cabrio

Impressões da nova geração do Mini Cabrio

De todos os tipos de veículos, os conversíveis certamente estão entre os que mais exploram o aspecto lúdico como marketing. Se a experiência de acelerar por ruas e estradas com os cabelos ao vento sempre evoca velhas lembranças das brincadeiras de criança, os engenhosos mecanismos de ativação das capotas retráteis inexoravelmente remetem ao “Batmóvel” e aos brinquedos infantis. Os próprios profissionais de marketing automotivo observam que os conversíveis são a opção preferencial dos adultos que têm um “lado criança” exacerbado. Ciente dessa especificidade, a marca inglesa Mini caprichou no aspecto lúdico da nova geração do Cabrio, lançado na Europa em fevereiro deste ano e que acaba de chegar ao Brasil. Disponível aqui apenas na versão Cooper S Cabrio, o modelo tem preço sugerido de R$ 164.950. Veja também:
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Mais encorpado, o novo Mini Cabrio tem 3,85 metros de comprimento,  1,72 m de largura e 1,41 m altura – está 98 mm mais longo, 44 mm mais largo, e um imperceptível milímetro mais alto em relação ao modelo anterior. Já o entre-eixos avançou 28 mm. Em termos estéticos, tudo parece ter sido meticulosamente estudado para fazer aflorar nos ocupantes um gostoso saudosismo dos tempos da infância. O design remete a outros modelos da linha Mini, como as carrocerias hatch e Clubman.

Visto de frente, o Mini Cabrio poderia ser perfeitamente confundido com um personagem do desenho animado “Carros”, da Disney. O jeito “toon” de ser é reforçado pelos grandes faróis redondos com inéditas luzes “full led” – o conjunto parece bastante um par de olhos arregalados. A ampla grade em formato trapezoidal e moldura cromada, dividida por um friso horizontal, remete a uma boca e a pequena entrada de ar sobre o capô “faz a função” de nariz. Já a capota retrátil – que, no modelo avaliado, vinha com um opcional denominado Yours Union Jack, com o desenho da bandeira britânica – mais parece um bonezinho do “personagem” Cabrio. Na traseira, o aspecto “mignon” e de volumes arredondados, com arestas, reforça o “toy style”. Mas as ponteiras de escapamento duplas ajudam a lembrar a “pegada” esportiva.

Quando o motorista abre a porta, a marca da Mini aparece projetada no chão – não dá para deixar de lembrar do sinal luminoso projetado nos céus de Gothan City para chamar o Batman. Dentro do habitáculo, o conversível também segue o padrão de design dos outros integrantes da linha. Ou seja, os círculos – a começar pela versão alada que é a própria logomarca da empresa – se proliferam a bordo. Eles aparecem de todos os jeitos e em todos os lugares: volante, buzina, cluster comandos do volante, mostradores, botões, seletores, base do câmbio. Um dos mais criativos é o “circulo interativo” que a marca chama de Mini Excitment – um anel de leds que contorna a tela de LCD de 8,8” de alta definição do sistema de entretenimento e navegação. O sistema “reage” aos comandos do motorista e o anel muda de cor. Se o motorista aciona o modo esportivo, o círculo fica vermelho e “simula” o movimento do ponteiro de um conta-giros. Ao ser acionado o ar condicionado, o círculo torna-se azul. E assim por diante, dentro de múltiplas variedades cromáticas. O head-up display exibe –  junto à parte baixa do parabrisas, em frente ao volante – dados como velocidade, nível de combustível, temperatura externa, além de informações do navegador GPS. E o sistema de som é um Harman/Kardon com 12 alto-falantes e 410 watts de potência.

Embora as referências ao imaginário infantil permeiem o design, o novo Mini Cabrio quer ser levado a sério. Por isso, investiu no aprimoramento do “powertrain”. O novo motor 2.0 de quatro cilindros TwinPower Turbo atinge 192 cv a 5 mil rpm e 28,5 kgfm – entre 1.250 e 4.600 rpm. Está associado a uma transmissão automática Steptronic de seis marchas,  que permite trocas por meio de paddle shifts posicionados atrás do volante. Sobrealimentado, o motor incorpora injeção direta de combustível, com injetores em posição central, controle de comando de válvulas variável e sistema de variação do tempo de abertura das válvulas. O câmbio conta ainda com a função Launch Control, para otimizar a aceleração e a tração no momento da partida. Segundo a Mini, o conversível atinge a velocidade máxima de 228 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 7,1 segundos. Através dos Driving Modes, é possível optar entre três tipos de condução – Green (econômico), Sport (esportivo) e Mid  (balanceado).

Mas a “estrela da companhia” de qualquer conversível é sempre o teto retrátil. O do mais novo Mini  é revestido de tecido e recebeu melhorias para garantir maior isolamento térmico e acústico em comparação ao antecessor. Seu acionamento é feito por um mecanismo capaz de abrir ou fechar totalmente a capota em apenas 18 segundos, em velocidades de até 30 km/h. Há ainda a opção de abrir apenas a seção frontal da capota – o que funciona como se fosse um amplo teto solar. Isso pode ser feito com o veículo a qualquer velocidade.

O novo Cabrio vem equipado ainda com um sistema de proteção de capotamento – assim que os sensores detectam um risco de o carro tombar, duas barras de alumínio de alta resistência, posicionadas atrás dos bancos traseiros, se elevam instantaneamente para proteger a cabeça dos ocupantes. Também são de série itens como direção assistida Servotronic, controles dinâmicos de estabilidade e tração, controles de velocidade de  cruzeiro, suspensão adaptativa, câmara de ré, sensores de estacionamento traseiro, de chuva e crepuscular. Ou seja, a proposta do Cooper S Cabrio é evocar o “lado criança”, mas com tecnologias de gente grande.

Primeiras impressões

Rio de Janeiro/RJ - O Cooper S Cabrio avaliado ostentava a vistosa nova cor azul metálico Caribbean Aqua, que ajudou o conversível a chamar a atenção por onde passou. Mas nem precisava. O pequeno cabriolet da Mini é daqueles veículos que jamais passam despercebidos e são sempre recebidos com sorrisos onde quer que cheguem. Enquanto percorria um sinuoso circuito urbano de pouco mais de 60 quilômetros na Zona Oeste carioca, o conversível mostrou que tem condições de honrar a proposta de esportividade que a marca inglesa pensou para ele. Como o torque máximo de 28,5 kgfm já está presente aos 1.250 giros e se mantém disponível até os 4.600 rpm – bem próximo às 5 mil rotações onde surge a potência máxima de 192 cv –, o carrinho de quase 1.300 kg reage de forma ágil às pressões feitas no pedal da direita, sem vacilações ou desequilíbrios.
A sensação de se estar ao volante de um carro de corrida compacto – que a marca inglesa chama de “go-kart feeling” – tem sido um dos atributos mais valorizados em seus modelos recentes. No caso do Cooper S Cabrio, em virtude da ausência de um teto fixo em aço, toda a estrutura foi providencialmente reforçada para resistir às torções da carroceria. O modelo recebeu reforços específicos nas partes dianteira, traseira e embaixo da carroceria, além de uma placa de proteção sob o motor. Combinadas aos vigoroso trem de força, tais características garantem um comportamento ágil ao veículo, com permanente percepção de segurança.
Uma característica interessante do conversível da Mini é que, apesar das dimensões compactas, ele oferece soluções inteligentes que atenuam suas eventuais limitações. Por exemplo: o porta-malas leva apenas 160 litros, mas conta com a função Easy-Load, que desloca a parte superior do bagageiro para facilitar o acesso e permitir uma melhor arrumação dos volumes. Ponto para os designers britânicos.

Ficha técnica

Mini Cooper S Cabrio

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.995 cm³, quatro cilindros em linha, sobrealimentado por turbo duplo, quatro válvulas por cilindro com comando duplo no cabeçote e tempo de abertura variável na admissão e no escape. Acelerador eletrônico e injeção direta.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré, com modo manual e trocas sequenciais. Tração dianteira. Oferece controles eletrônicos de tração e de bloqueio de diferencial.
Potência máxima: 192 cv a 5 mil rpm.
Torque máximo: 28,5 kgfm (30,6 kgfm com booster) de 1.250 a 4.750 rpm.
Diâmetro e curso: 82 mm x 94,6 mm.
Taxa de compressão: 11,0:1.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com controle antimergulho e traseira multilink. Suspensão adaptativa. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 205/45 R17 no Cooper.
Freios: Discos sólidos na frente e atrás com ABS, EBD, controle de frenagem em curvas e assistente de partida em ladeira. Freio de estacionamento mecânico que atua sobre as rodas traseiras.
Carroceria: Hatch em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,85 metros de comprimento, 1,72 m de largura, 1,41 m de altura e 2,49 m de distância entre-eixos. Airbags frontais e laterais.
Peso: 1.295 kg .
Aceleração 0-100 km/h: 7,1 segundos .
Velocidade máxima: 228 km/h.
Capacidade do porta-malas: 160 litros.
Tanque de combustível: 44 litros.
Produção: Cowley, Inglaterra.
Lançamento mundial: Fevereiro/2016.
Lançamento no Brasil: Agosto/2016.
Itens de série: Suspensão adaptativa, ar-condicionado dual zone, controle de cruzeiro eletrônico com função freio, computador de bordo, três modos de condução, Bluetooth, airbags frontais e laterais, controle dinâmico de estabilidade e tração com controle eletrônico da trava do diferencial, alarme, farol de milha, sensor de chuva e crepuscular, luz traseira de neblina, sensor de estacionamento traseiro, divisor de torque, sistema multimídia com tela de LCD de 6,5 polegadas, Bluetooth e GPS, retrovisor interno eletrocrômico, farol de milha de leds, farol full led, sistema de navegação com mapas em 3D, sistema de som Hi-Fi Harman Kardon, borboletas para a troca de marchas no volante, head-up display. 
Preço: R$ 164.950.

Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Brinquedo de adulto - Novo Mini Cabrio radicaliza no aspecto lúdico, típico dos conversíveis

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 31 Aug 2016 14:13:00

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