19 de mai. de 2016

Teste do Fiat Toro Volcano

Teste do Fiat Toro Volcano

A Fiat Toro está há três meses no mercado, mas já pode ser considerada um grande sucesso no Brasil. Mesmo diante de um cenário de forte crise, suas vendas surpreendem. O acumulado de vendas de automóveis no mercado brasileiro de janeiro a abril apontou 27,6% de queda em relação ao primeiro quadrimestre de 2015. A picape, no entanto, fechou o mês passado na frente de todas as médias vendidas no país. Foram 3.954 unidades emplacadas, praticamente as 4 mil unidades mensais esperadas pela marca italiana. Deste total, 50% são da motorização diesel, com capacidade para carregar uma tonelada de carga. Neste nicho, a versão topo de linha Volcano se mostra uma forte concorrente às picapes médias tradicionais. Entre seus atrativos estão a capacidade de carga de modelo médio e o porte menor – que confere mais agilidade em grandes centros urbanos.  Veja também:
  • Teste da nova picape Fiat Toro
As características “emprestadas” dos carros de passeio são muitas. A começar pela estrutura em monobloco. São 4,92 metros de comprimento, mas a plataforma é a mesma utilizada na construção do SUV compacto Jeep Renegade. Os dois compartilham ainda a maior parte dos itens de série. Há ar-condicionado digital dualzone, central multimídia com GPS e tela touch, controles eletrônicos de estabilidade e tração e, opcionalmente, é possível equipar a picape com sete airbags, chave presencial e até teto solar.

O motor é o mesmo 2.0 turbodiesel que equipa as configurações mais caras do Renegade. Ele trabalha em conjunto com a transmissão automática de nove velocidades da Jeep e tração 4X4. São 170 cv de potência e 35,7 kgfm de torque máximo, este último já disponível em 1.750 giros.

Mas o principal atrativo da Toro Volcano é, sem dúvidas, a diferença de preço em relação às picapes médias diesel. Por R$ 118.480, a versão chega a custar quase 30% menos que alguns concorrentes. Com a proliferação de carros pelos grandes centros urbanos e vagas de estacionamentos cada vez mais reduzidas, manter uma boa capacidade de carga com a autonomia que os motores diesel costumam oferecer e dimensões menores certamente a tornam uma opção a se considerar. Tanto para quem pretende utilizar o carro para o trabalho quanto para quem quer um veículo de passeio.

Ponto a ponto

Desempenho – O turbodiesel 2.0 litros de 170 cv move a Fiat Toro Volcano com boa agilidade. O torque de 35,7 kgfm a 1.750 rpm se traduz em boa disposição para retomadas e ultrapassagens. As arrancadas também agradam. Não há um desempenho esportivo, mas sobra força no tráfego urbano ou rodoviário. A transmissão automática de nove marchas também impressiona, mantendo uma sintonia impecável com o propulsor. Nota 9. Estabilidade – A sensação é a de se guiar um sedã ou qualquer outro carro de passeio. Contribui aí a boa rigidez estrutural e o notável conjunto suspensivo, com McPherson à frente e multilink na traseira. As rolagens de carroceria são praticamente imperceptíveis e a Toro se mostra muito eficiente em curvas, mesmo as mais fechadas. Outro ponto importante da versão Volcano é sua tração integral, que transfere, on demand, até 50% do torque para as rodas traseiras. Nota 8.

Interatividade – A central multimídia Uconnect é de série e traz comandos intuitivos, além de ser extremamente funcional – inclui GPS, por exemplo, além de outros benefícios. O volante multifuncional tem boa pegada e agrupa as funções mais acessadas pelo motorista no veículo durante as viagens. O câmbio funciona tão bem nas trocas automáticas que as aletas opcionais para as mudanças manuais atrás dos volantes, apesar de muito práticas, são facilmente esquecidas. Há ainda iluminação para a caçamba. Nota 8. Consumo – O Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro avaliou a Fiat Toro Volcano e aferiu médias de 9,0/11,2 km/ na cidade/estrada, o que lhe rendeu nota B em seu segmento e D na classificação geral. Nota 7.

Conforto – Para quatro pessoas, o espaço interno é semelhante ao de um modelo compacto mais folgado. Pernas e joelhos se acomodam bem, cabeça e ombros podem sofrer algum aperto no caso de passageiros mais altos. A suspensão filtra eficientemente as irregularidades do piso, a picape não sacode e o isolamento acústico também é bom, mesmo com motor diesel – normalmente mais barulhento. Nota 7. Tecnologia – O pacote eletrônico é bem completo – com tração integral, controle de estabilidade e de tração, assistência em aclives, direção elétrica, sensor traseiro, central multimídia com GPS e controle de cruzeiro – e o motor Multijet turbodiesel é eficiente. A plataforma é a mesma do Jeep Renegade, bem evoluída. Nota 9.

Habitabilidade – A Toro é mais alta que um carro de passeio, mas sua entrada é bem mais fácil do que nas picapes médias maiores. Sob a capota marítima, cabem 850 litros de bagagem na caçamba e um detalhe facilita sua utilização: o acesso é dividido em duas portas, que se abrem em par. Nota 7. Acabamento – O interior da Toro é bem cuidado, mas há muitos plásticos rígidos espalhados por todo o habitáculo. Certamente para ampliar a ideia de robustez do utilitário. Em vários detalhes, lembra a cabine do Jeep Renegade. Nota 8. Design – Nesse quesito, a Toro se destaca entre os modelos com caçamba. Tem linhas extremamente contemporâneas e elegantes. Na versão Volcano, o conjunto ótico é dividido em três camadas – leds diurnos, faróis e luzes de neblina – e o capô tem um contorno arredondado que diferencia a picape no segmento. Nota 8.
Custo/Benefício – A Fiat Toro Volcano tem dimensões menores que as de uma picape média, mas é capaz de carregar uma tonelada com sua motorização turbodiesel e pode disputar espaço neste segmento. Em comparação aos R$ 118.480 cobrados pela topo de linha da Fiat Toro, a Volcano, as versões mais baratas de picapes médias a diesel com transmissão automática são de 15,6% a 28,6% mais caras – caso da Mitsubishi L200 e da Toyota Hilux, que custam R$ 136.990 e R$ 152.320, respectivamente. Nota 8. Total – A Fiat Toro somou 80 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Já à primeira vista, a Fiat Toro Volcano chama atenção pelo belo design. O visual é moderno e consegue equilibrar boa dose de agressividade com linhas e conjuntos óticos charmosos na frente e atrás. Além disso, as dimensões são extremamente estratégicas: não é tão pequena como um modelo compacto e nem tão exagerada quanto as picapes médias, mas consegue transportar uma tonelada.  O interior se aproxima bastante ao de um carro de passeio – o que, na verdade, já virou lugar comum nos veículos com caçamba e cabine dupla oferecidos no Brasil. Não há luxos, mas o bom sistema multimídia – só a tela, de 5 polegadas, poderia ser maior – e o espaço interno condizente com a proposta contribuem para manter a sensação do motorista e demais passageiros de se estar a bordo de um sedã ou outro modelo menor. A cabine, aliás, se parece demais com a do SUV compacto Renegade, com o qual a Toro compartilha a plataforma.
Em movimento, o 2.0 turbodiesel que equipa a Fiat Toro Volcano move bem a picape, com seus 170 cv. O câmbio automático de nove marchas tem trocas suaves e garante boa economia de combustível nos trechos de estrada. A estabilidade se aproxima bastante à de um carro menor, com rolagens de carroceria que quase não aparecem e aparatos de segurança como controle eletrônico de estabilidade e tração. Esta última é integral, tornando o carro apto, inclusive, para brincadeiras ou trabalhos fora de estrada. 

Ficha técnica

Fiat Toro Volcano

Motor: Diesel, dianteiro, transversal, 1.956 cm³, turbo, quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de nove marchas à frente e uma a ré. Tração 4X4. Oferece controle de tração.
Potência: 170 cv a 3.750 rpm.
Torque máximo: 35,7 kgfm a 1.750 giros.
Aceleração 0-100 km/h: 10 segundos.
Velocidade máxima: 188 km/h.
Diâmetro e curso: 83 mm x 90,4 mm.
Taxa de compressão: 16,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Traseira independente do tipo multilink, links transversais/laterais, barra estabilizadora, amortecedores de duplo efeito e molas progressivas. Oferece controle eletrônico de estabilidade de série.
Pneus: 225/65 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Picape em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Comprimento de 4,92 metros com 1,84 m de largura, 1,69 m de altura e 2,99 m de entre-eixos. Possui airbags frontais de série. Airbags laterais, de cabeça e para joelho de motorista opcional.
Peso: 1.871 kg.
Capacidade da caçamba: 850 litros.
Capacidade de carga: 1.000 kg.
Tanque de combustível: 60 litros.
Lançamento no Brasil: 2016.
Produção: Goiana, Pernambuco.
Itens de série: Duas tomadas 12V, duas entradas USB, 6 alto-falantes, controle de tração, abertura elétrica bocal de abastecimento, alarme antifurto, alertas de limite de velocidade e manutenção programada, ar-condicionado digital dualzone, banco do motorista com regulagem de altura, banco do passageiro rebatível, barras longitudinais no teto, brake light, central multimidia Uconnect Touch NAV 5 com comandos de voz, Bluetooth e GPS, chave canivete com telecomando para abertura e fechamento das portas, computador de Bordo, console central com porta-objetos refrigerado, câmara de ré, direção elétrica, controle eletrônico de estabilidade, faróis de neblina, sistema Isofix, airbag duplo, freios ABS com EBD, assistente de partidas em aclive e declive, hodômetro digital, iluminação de caçamba, kit ferramenta, lanterna traseira com leds, piloto automático com controlador de velocidade, porta-escadas, protetor de cárter, quadro de instrumentos com display de 7 polegadas colorido com relógio digital, calendário e indicador de temperatura externa, retrovisores externos elétricos com luzes indicadoras de direção, rodas de liga leve de 17 polegadas, pneus de uso misto, sensor de estacionamento traseiro, travas e vidros elétricos, volante com comandos de audio e telefone e regulagem de altura e profundidade revestido em couro e lanterna traseira de neblina.
Preço: R$ 118.480. 
Opcionais: banco motorista com regulagem elétrica (assento em 8 posições), sensor de pressão dos pneus, sete airbags, teto solar, capota marítima, chave presencial, sensor de chuva, sensor crepuscular, retrovisor interno eletrocrômico, volante com borboletas para troca das marchas e bancos revestidos parcialmente em couro.
Preço completa: R$ 131.642.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Na crista da onda - Fiat Toro Volcano é opção com boa capacidade de carga e dimensões menores que as picapes médias

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 18 May 2016 13:20:00

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