7 de abr. de 2016

Teste do novo Peugeot 208 linha 2017

Teste do novo Peugeot 208 linha 2017

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Em meio à crise da indústria automotiva brasileira, a Peugeot tenta se reinventar. Apesar de também ter perdido vendas no mercado local, a marca francesa pelo menos comemora uma elevação no “market share” brasileiro – dos 1,1% de 2015 para 1,7% no primeiro trimestre de 2016. E aposta que a modernidade da sua linha de modelos oferecidos por aqui pode ajudar a melhorar as vendas. Para reforçar esse aspecto, acaba de lançar a linha 2017 do compacto 208. As grandes novidades estão sob o capô. As versões de entrada do hatch, que eram movidas por um motor 1.5 de quatro cilindros com 93 cv, passam a ser empurradas pelo novo motor bicombustível Puretech 1.2 litro de três cilindros, com 90 cv, sempre combinado com um câmbio manual de cinco marchas. E, no topo da gama, foi introduzida a versão esportiva GT, com o poderoso motor turbo THP a gasolina de 173 cv, combinado a um câmbio manual de seis marchas. Ambos os novos motores são importados da França, da fábrica de Trémery. Toda a linha 208 é montada na fábrica de Porto Real, no Sul do estado do Rio de Janeiro. Em termos estéticos, as mudanças na linha 2017 do 208 são bastante discretas – com exceção do “hot hatch” GT, que ostenta diversos itens de esportividade explícita. O estilo está sutilmente mais alinhado com a versão europeia. A dianteira ganhou uma nova guia de luz em leds, apliques cromados próximos às lâmpadas e faróis de máscara negra. Para-choques, grade e moldura das luzes de neblina também foram sutilmente redesenhados. Na traseira, as lanternas receberam lentes escurecidas. No habitáculo, o destaque do 208 permanece sendo o chamado i-Cockpit, que combina o painel de instrumentos elevado com um volante de dimensões reduzidas, o que facilita bastante a visualização dos instrumentos. Revestimento dos bancos e os acabamentos de maçanetas, aeradores do ar-condicionado, volante e manopla do câmbio foram reestilizados.

A Peugeot estima que 65% dos 208 vendidos a partir de agora no Brasil sejam equipados com o novo motor 1.2 litro. O “downsizing” do propulsor, que reduziu em 25 kg o peso do carro, e o uso de materiais de baixa fricção nos pistões, além de outras modernas tecnologias, geraram um conjunto mecânico que, segundo a Peugeot, é o mais econômico do país – recebeu a nota A nas aferições de consumo e emissões realizadas pelo Inmetro. O novo motor permitiu à marca o cumprimento dos requisitos de redução de emissão de poluentes preconizados pelo programa Inovar Auto, do Governo Federal. Segundo a Peugeot, o motor 1.2 Puretech é 37% mais econômico do que o 1.5 litro de 4 cilindros do 208 anterior e 25% mais eficiente  quando comparado aos concorrentes, em uso urbano. A marca ainda realizou um teste de 1.000 km em rodovias brasileiras, entre São Paulo e Brasília, aferido pelo Instituto Mauá. E obteve médias superiores a 20 km/l de gasolina.

Na linha 2017, o 208 conta agora com três opções de motores, três de câmbio e seis versões de acabamento. Os preços, segundo a Peugeot, foram mantidos em relação ao modelo anterior. Com a nova motorização Puretech 1.2, começam em R$ 48.190 para a versão Active, vão aos R$ 51.690 na Active Pack e atingem R$ 54.990 na versão Allure. Com motor 1.6 de 122 cv, a Allure com câmbio automático de quatro velocidades vai para R$ 59.090,  a versão Sport com câmbio manual de cinco velocidades custa R$ 60.890, e a Griffe, também com câmbio automático de quatro velocidades, chega aos R$ 64.590. E o novo top GT com seu turbo THP de 173 cv e câmbio manual de seis velocidades atinge os R$ 78.990 – segundo a Peugeot, deve ficar com algo perto de 5% do mix de venda. A marca projeta para esse ano que a linha 208 passe a vender em média mil unidades mensais – acima das 792 unidades por mês do primeiro trimestre de 2016, mas abaixo das 1.117 unidades mensais de 2015. Não está mesmo fácil vender carros no Brasil.

Ponto a ponto

Peugeot 208 Puretech 1.2 Allure

Desempenho – O “downsizing” do motor do 208 foi uma bela sacada da Peugeot. Os 90 cv do motor 1.2 dão conta de mover com desembaraço o 208, tão bem ou melhor que o antigo 1.5, com seus 93 cv. O motor sobe rápido de giros e o compacto esbanja disposição em qualquer situação. O câmbio oferece bons engates e facilita a tarefa de rentabilizar o motor. Nota 8. Estabilidade – O 208 tem uma plataforma moderna e oferece um comportamento bastante agradável, tanto em curvas quanto em retas. A suspensão é bem ajustada e consegue equilibrar esportividade e conforto. Nota 8. Interatividade – A decisão da Peugeot de posicionar o painel de instrumentos acima do volante – e não atrás dele – se revela muito eficiente em termos de visibilidade dos instrumentos. O volante pequeno ainda reforça a percepção de esportividade, além de dar uma charme extra ao habitáculo do 208. O câmbio oferece engates corretos e o sistema de entretenimento com tela sensível ao toque é de manejo simples e intuitivo. Nota 8.

Consumo – É o destaque das versões 1.2 do 208. De acordo com dados do InMetro, o Peugeot 208 1.2 faz média de 10,9 km/l de etanol e 15,1 km/l de gasolina em circuito urbano e 11,7 km/l etanol e 16,9 km/l com gasolina na estrada. Números suficientes para lhe garantir a nota “A” no geral e “A” dentro de seu segmento, além de um “A” também nas emissões – ou seja, um “triplo A”. Palmas para ele. Nota 10. Conforto – Espaço interno não é o forte dos compactos. No 208, dá para levar quatro adultos com algum conforto. A suspensão é eficiente na tarefa de filtrar as irreegularidades do piso. E os bancos também dão conta do recado e ajudam a tornar o passeio agradável. Nota 7. Tecnologia – Lançado na Europa em 2012, o 208 tem uma plataforma moderna. A lista de equipamentos é generosa, com direito a rádio e GPS com tela sensível ao toque de sete polegadas. O novo motor 1.2 nada deixa a desejar em relação ao antigo 1.5 e oferece um desempenho convincente, além de ser bastante econômico. Nota 8.

Habitabilidade – O grande teto de vidro contribui para ampliar a percepção de espaço. Há uma boa oferta de porta-objetos, sempre espaçosos e de acesso fácil. Entrar e sair do 208 também não chega a ser difícil. O porta-malas é um tanto exíguo – leva apenas 285 litros. Nota 7. Acabamento – O acabamento do 208 sempre esteve acima dos compactos concorrentes. Os plásticos são de boa qualidade e agradáveis ao toque. Os encaixes são precisos. A percepção de qualidade é reforçada pelo estilo interno, moderno e limpo. Nota 8. Design – O exterior do 208 expressa a identidade visual proposta pela Peugeot, com faróis afilados e grade destacada. As linhas são harmoniosas e o carro transmite alguma sensação de requinte, algo nem tão comum no segmento. Nota 8.
Custo/benefício – A briga entre os hatches compactos de proposta mais requintada confronta o 208 com modelos como Hyundai HB20, Citroën C3 e Ford New Fiesta. Todos circulam pelas mesmas faixas de preços. O 208 se diferencia da concorrência pelo bom acabamento, motor econômico e o charmoso “volantinho”. Nota 7. Total – O Peugeot 208 Puretech 1.2 Allure somou 80 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões

Peugeot 208 Puretech 1.2 Allure

Durante uma rápida “gincana” de economia realizada pela imprensa especializada, em um pequeno circuito rodoviário de 15 km, quase todos os jornalistas obtiveram médias superiores aos 20 km/l, medidos pelo computador de bordo – o vencedor, com direito a uso intensivo de “banguelas” nas descidas, atingiu impressionantes 27,8 km/l. Depois, sem tanta neurose nem competição, deu para conseguir manter confortáveis médias de 13,5 km/l na estrada. Tomara que a moda pegue e que os futuros lançamentos automotivos do Brasil comecem a se preocupar mais seriamente com o consumo de combustível. Em tempos bicudos como os atuais, é reconfortante gastar menos dinheiro no posto. O bolso dos proprietários vai agradecer.

Ficha técnica

Peugeot 208 Puretech 1.2

Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.199 cm³, três cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com sistema de variação de abertura na admissão e exaustão. Injeção eletrônica multiponto sequencial.
Potência: 90/84 cv com etanol/gasolina a 5.750 rpm.
Torque: 13/12,2 kgfm a 2.750 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,8 segundos.
Peso: De 1.046 a 1.073 kg.
Transmissão: Manual de cinco velocidades à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Suspensão: Dianteira tipo pseudo McPherson, independente, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados à gás e barra estabilizadora. Traseira deformável, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos pressurizados à gás e barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade.
Pneus: 195/60 R15.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. ABS com EBD de série.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,97 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,47 m de altura e 2,54 m de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série em todas as versões e laterais nas versões Active Pack e Allure.
Capacidade do porta-malas: 285 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Porto Real, no Rio de Janeiro.
Lançamento na Europa: 2012.
Lançamento no Brasil: 2013.
Face-lift: 2016.
Preço - Active 1.2: R$ 48.190.
Preço - Active Pack 1.2: R$ 51.690.
Preço - Allure 1.2: R$ 54.990.

Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias

Na ponta do lápis - Peugeot lança 208 linha 2017 com o econômico motor 1.2 Puretech de 3 cilindros no lugar do 1.5

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 06 Apr 2016 15:10:00

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