4 de jun. de 2015

Teste do Lexus IS 250 F-Sport

Teste do Lexus IS 250 F-Sport

Os modelos da Lexus ainda são raros nas ruas brasileiras. Obviamente, o objetivo da marca é crescer e aparecer. Mas sem pressa. A montadora japonesa entrou no mercado de luxo no Brasil apenas com versões completas e mais requintadas de seus modelos. Ou seja: briga no topo de cada segmento. Esse posicionamento é quase uma tradição. A divisão de luxa da Toyota foi criada basicamente para o mercado americano, com a proposta de ficar acima das marcas alemãs, como Mercedes e BMW, ou mesmo norte-americanas, como Cadillac e Lincoln. E isso explica a exclusividade dos modelos. O IS 250, por exemplo, é oferecido no Brasil em duas versões. Mas a maior parte de seus emplacamentos – 70% – vem da F-Sport – justamente a mais completa e mais cara.

Veja também:
  • Primeiras impressões do Lexus IS
  • Teste do Lexus NX 200t
O sedã médio chegou ao país em setembro de 2013 com uma função clara: rivalizar com a concorrência alemã, principalmente nas versões de topo do BMW Série 3 e Mercedes-Benz Classe C. Mas não se trata de um carro para render volume de vendas. As previsões da marca, aliás, seguem modestas no país. A intenção é emplacar cerca de 100 unidades mensais de toda a sua gama, composta por seis modelos. Para o sedã, a meta era que cerca de oito exemplares fossem vendidos por mês. Dito e feito. Foram 164 IS 250 comercializados desde o lançamento em 2013 até o final de abril deste ano. Exatamente oito a cada 30 dias. Esteticamente, o sedã ostenta um design contemporâneo e com traços de ousadia típicos da atual identidade visual da marca. Na frente, se destacam a grade em forma de ampulheta, as luzes diurnas de led e o farol em formato do “L”, que evoca a logomarca da empresa. Já no perfil, de linhas sinuosas, dois vincos bem marcados dão personalidade. A traseira recebe lanternas horizontais bem esticadas e o logo da Lexus em evidência no centro superior da tampa do porta-malas.

Para movimentar o sedã médio, a Lexus o equipa com um V6 de 2.5 litros capaz de render 208 cv de potência e torque de 25,2 kgfm. O propulsor trabalha em conjunto com uma transmissão automática de seis velocidades. A força gerada é toda enviada às rodas traseiras, o que confere uma personalidade esportiva ao modelo.  As diferenças entre a versão Luxury e a “top” F-Sport são significativas. Por fora, uma grade exclusiva incorpora acabamento com detalhes em losango à mais cara. Os cantos inferiores dos para-choques dianteiros ganham detalhes aerodinâmicos que permitem um resfriamento mais eficiente dos freios. As rodas exclusivas de 18 polegadas possuem raios em forma de Y – assumidamente inspiradas no LFA. A influência do esportivo aparece ainda no painel de instrumentos, projetado em uma tela digital. Ali, os instrumentos virtuais, composto sempre por um conta-giros analógico com um velocímetro digital no interior, podem ser deslocados para o lado, para dar mais destaque ao computador de bordo. Já no interior, o acabamento recebe alumínio escovado e revestimentos em couro nas cores preta, cinza claro e vermelha. Para completar, a configuração de topo é equipada com um gerador de som que ajuda a criar um ronco mais esportivo do motor.

A lista de itens de série é farta e contempla equipamentos como central multimídia com TV Digital e GPS até 10 airbags. Mas a Lexus sabe cobrar bem por tamanho requinte e cuidado. A configuração de entrada custa R$ 182.600, enquanto a F-Sport adiciona R$ 14 mil à conta. Com uma etiqueta de preço assim, não é difícil manter a ideia de exclusividade que a fabricante japonesa ostenta no país.

Ponto a ponto

Desempenho – O Lexus IS 250 é movido por um 2.5 litros que desenvolve 208 cv e 25,2 kgfm, potência e torque suficientes para conferir ao modelo uma boa dose de esportividade. Não falta força e as acelerações são homogêneas e decididas – apesar de o torque máximo só aparecer a 4.500 rpm. O propulsor ganha essas rotações com agilidade e a transmissão automática de seis marchas é bastante competente. O zero a 100 km/h é cumprido em corretos 8,1 segundos. Nota 9. Estabilidade – O sedã médio da Lexus mostra-se um carro bem estável. Não é preciso se esforçar para mantê-lo na linha traçada pelo condutor. Os quatro pneus colam bem no chão e, mesmo em velocidades altas ou curvas, os controles eletrônicos de segurança quase não precisam dar as caras. As rolagens de carroceria são imperceptíveis e a sensação de controle do carro é constante. Nota 9.

Interatividade – O cockpit e os bancos formam um conjunto que envolve o motorista – que praticamente “veste” o carro. Há muitos comandos e funções para serem explorados. Mas basta uma leitura mais atenta e alguns minutos de interação para se sentir à vontade no interior do sedã. Tudo é de uso intuitivo e até instigante. O ar-condicionado tem controle em superfície sensível ao toque e a tela central é comandada pelo tradicional controle da Lexus, que parece um pequeno joystick. Bancos dianteiros têm todos os ajustes elétricos, assim como os de altura e profundidade da direção. A transmissão automática de seis marchas conta com borboletas no volante para trocas manuais. Nota 10. Consumo – A Lexus não enviou uma unidade do IS 250 para as medições do Programa Brasileiro de Etiquetagem do InMetro. Durante a avaliação, a média combinada – que envolve trânsito urbano e rodoviário – registrada pelo computador de bordo foi de 8,2 km por litro de gasolina. Nota 6.

Conforto – O entre-eixos de 2,80 metros contribui para o bom espaço interno. Os bancos revestidos em couro recebem bem seus ocupantes e o isolamento acústico é bom – com o pacote F-Sport, há um gerador de som que ajuda a criar um ronco mais esportivo quando o pedal do acelerador é carregado com vontade. Quatro pessoas viajam confortavelmente. Inserir um quinto elemento em um trajeto curto não compromete o conforto, mas não é recomendável se a situação for uma viagem de horas. Nota 9. Tecnologia – O sedã é farto no que diz respeito a itens tecnológicos. Além dos confortos básicos de um modelo premium, há sistema de multimídia com tela LCD de 7 polegadas com rádio, CD, TV Digital, DVD, USB, câmara de ré, GPS e Bluetooth, assistente de partida em rampas, piloto automático, sensores  de chuva e estacionamento, abertura das portas e partida do motor por botão, teto solar elétrico, ar-condicionado dual zone, 10 airbags e controle eletrônico de tração e estabilidade. Nota 9.
Habitabilidade – O sedã é espaçoso. A área para pernas e cabeça atrás é boa, mas os nichos disponíveis para alojar objetos pessoais não são tão práticos. É necessário recorrer aos bolsões das portas. O porta-malas carrega 480 litros e o teto solar ajuda a ampliar a sensação de espaço dentro do modelo. Nota 8. Acabamento – A versão testada, com pacote F-Sport, tem revestimentos em couro vermelho. Ainda tem detalhes em alumínio escovado. Os encaixes são perfeitos e a mistura dos tons escuros com a cor rubra ajuda a equilibrar a sobriedade do interior – que conta com o tradicional relógio analógico da marca japonesa. O pacote F-Sport inclui ainda pedaleiras cromadas. Nota 9.
Design – A grade em forma de ampulheta confere uma cara moderna ao sedã médio da Lexus. As luzes diurnas em leds são separadas do farol e têm formato similar ao da logo da empresa, um “L”. O perfil se destaca pelas linhas levemente curvadas, que transmitem uma ideia de velocidade. Já a traseira é sóbria, com lanternas horizontais com ângulos bem agudos. É um visual que agrada. Nota 8. Custo/benefício – O Lexus IS 250 parte de R$ 182.600, mas chega a R$ 196.600 em sua configuração mais cara, com o pacote F-Sport. Um Mercedes-Benz C250 Sport entrega 211 cv e 25,5 kgfm e parte de R$ 195.900. A BMW pede R$ 203.950 pelo seu 328i Sport GP ActiveFlex, com 245 cv e 35,6 kgfm. Nenhum deles é barato, mas além de custar menos que os rivais de nível semelhante e ter uma sólida construção japonesa, o Lexus oferece um grau de exclusividade maior, já que pouquíssimas unidades da marca rodam pelo Brasil. Nota 6. Total – O Lexus IS 250 F-Sport somou 83 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir

Passar sem ser notado a bordo de um Lexus é quase impossível. Com design equilibrado, ousado e, ao mesmo tempo, contemporâneo, o IS 250 arranca olhares por onde passa. E se o exterior já causa uma boa impressão, seu acabamento impecável – com uma feliz mistura de materiais – cria uma atmosfera que mescla requinte e charme e ainda se equilibra com o console central escurecido da unidade testada. Tudo isso sem abandonar o tradicional relógio analógico, presente em todos os modelos da marca. Uma combinação de elementos capaz de agradar públicos de diferentes idades e gêneros. A ergonomia é favorecida pelos ajustes – todos elétricos – dos bancos dianteiros. Aliás, eles ainda reservam um outro “mimo” para motorista e passageiro: refrigeração. Para os dias de calor excessivo, há três modos de ventilação dos assentos e encostos da frente. A central multimídia de sete polegadas é comandada por uma espécie de joystick que confere um visual mais jovial. Não é mais fácil que lidar com uma tela “touch” quando o carro está parado, mas facilita seu uso em movimento.
A direção é leve nas manobras e, com o pé direito comportado, o IS 250 se mostra um sedã médio eficiente para um passeio em família. Mas basta carregar com força o pedal do acelerador para o 2.5 de 208 cv revelar uma personalidade esportiva. O câmbio automático de seis velocidades trabalha em perfeita sintonia com o propulsor e trocas manuais podem ser feitas tanto na alavanca quanto nas aletas atrás do volante.  Em velocidades altas, o comportamento do Lexus IS 250 se parece mais com o de um modelo esportivo do que com o de um sedã médio de luxo. As rolagens de carroceria são praticamente imperceptíveis e a sensação de segurança impera. Há três opções de modos de direção: Eco, Normal e Sport, sendo esta última a mais indicada para os momentos em que se espera uma postura mais arisca do trem de força. Já entre as posições Eco e Normal a diferença é bem sutil e, pelo menos durante a avaliação, não fez grande diferença no consumo registrado pelo computador de bordo.

Ficha técnica

Lexus IS 250 F-Sport

Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 2.499 cm³, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote variável na admissão e escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 208 cv a 6.400 rpm.
Torque máximo: 25,2 kgfm a 4.800 rpm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 8,1 segundos.
Velocidade máxima: 225 km/h.
Diâmetro e curso: 83,0 mm x 77,0 mm.
Taxa de compressão: 12,0:1.
Suspensão: Dianteira do tipo double wishbone com barra estabilizadora. Traseira independente do tipo multilink. Controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 225/40 na frente e 255/35 atrás, ambos R18.
Freios: Discos na frente e atrás. Oferece ABS com EDB e BAS.
Carroceria: Sedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,66 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,43 m de altura e 2,80 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais, quatro laterais, dois de cortina e dois de joelho, para motorista e passageiro.
Peso: 1.645 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 480 litros.
Tanque de combustível: 66 litros.
Produção: Fukuoka, Japão.
Itens de série: Ar-condicionado dual zone, ajustes elétricos de banco e volante, câmara de ré, sensores de estacionamento, computador de bordo, rádio/CD/MP3/DVD/GPS/Bluetooth/TV, trio elétrico, assistente de partida em rampa, revestimento interno em couro, sensor de chuva e luminosidade, luzes diurnas e faróis de leds, teto solar elétrico, controle de estabilidade e tração, ABS com EBD e BAS, faróis de neblina, rodas de 18 polegadas, painel de instrumentos esportivo e ressonador no motor.
Preço: R$ 196.600.

Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Com tudo em cima - Lexus IS 250 F-Sport alia esportividade e exclusividade em carroceria de sedã médio

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 03 Jun 2015 09:35:00

Nenhum comentário:

Postar um comentário