11 de jun. de 2015

Teste do Honda HR-V EXL

Teste do Honda HR-V EXL

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A Honda sempre acreditou no poder de atração do HR-V. Quando lançou o crossover, em março último, a previsão era vender cerca de 4 mil unidades mensais, mesmo diante de um mercado em crise. Três meses depois, a retração nas vendas piorou – a queda ultrapassa os 20% na comercialização de automóveis. Mas, em compensação, a marca japonesa transformou seu SUV compacto em um verdadeiro fenômeno. O modelo já emplaca média de 5 mil unidades por mês. A fila de espera nas concessionárias não para de crescer – dependendo da cor e da versão, pode ultrapassar 100 dias. E é a configuração de topo, a EXL, a “menina dos olhos” do fabricante. Tanto que a previsão é de que quase metade dos veículos colocados nas ruas até o fim do ano sejam do HR-V “top”.  Pode parecer exagero tratar o crossover da Honda como fenômeno, mas os números provam isso. E não apenas os de venda, mas o próprio crescimento do mercado nacional de SUVs se acelerou após o lançamento do HR-V. Entre janeiro e fevereiro de 2015, a categoria respondia por cerca de 10,5% dos emplacamentos nacionais de carros de passeio. Em maio, essa participação cresceu 37% e chegou a 14,4%. É claro que outros competidores surgiram – caso do Jeep Renegade e do Peugeot 2008. Mas, exceto pelos 2.500 exemplares do Jeep pernambucano registradas no mês passado, a contribuição desses novatos não chega a fazer tanta diferença frente à redução nos emplacamentos dos concorrentes.

Para ganhar espaço neste segmento cada vez mais disputado, a Honda investiu na mistura de características que, normalmente, se encontram neste tipo de veículo. Reuniu bons aparatos tecnológicos e a robustez típica de um utilitário à credibilidade conquistada pela marca. E ainda conseguiu um design que chama atenção pelas linhas contemporâneas e a clara inspiração nas carrocerias dos cupês.  O crossover da Honda é mais baixo e tem linhas mais agudas que as que se notam em um SUV normal. Os vincos deixam o carro “musculoso” – ampliando a ideia de robustez – e, ao mesmo tempo, transmitem uma imagem de velocidade. A frente tem conjunto ótico pontiagudo e esticado, para-choques encorpados e grade em preto brilhante cortada por um friso cromado. A linha de cintura é alta e o teto se encerra com um caimento forte, como o de um cupê. Para reforçar essa semelhança, as maçanetas das portas traseiras são disfarçadas.

Todas as versões do SUV são movimentadas pelo mesmo motor 1.8 de 140 cv que equipa a configuração de entrada do sedã médio Civic, a LXS. No HR-V “top”, o propulsor trabalha em conjunto com uma transmissão CVT. Quem sente falta de uma pegada mais esportiva pode utilizar os “paddle shifts” junto ao volante para as trocas entre as sete marchas que são simuladas pelo câmbio.  Bem equipado, o HR-V EXL já sai da fábrica com freio de estacionamento elétrico, volante multifuncional, controle eletrônico de estabilidade e tração, direção elétrica progressiva e sistema multimídia com Bluetooth, câmara de ré e até GPS. O preço é “salgado”: R$ 88.700, R$ 300 a mais que a configuração de topo do próprio Honda Civic, a EXR, com motor 2.0 de 155 cv. Porém, a julgar pela procura nas concessionárias, o valor de venda está longe de ser um problema para o HR-V.

Ponto a ponto

Desempenho – O motor 1.8 do HR-V atinge 140 cv com gasolina e tem torque de 17,3 kgfm com o mesmo combustível. São bons números, mas seu desempenho fica visivelmente prejudicado pela transmissão CVT que equipa a versão EXL. O câmbio é confortável para o tráfego urbano, mas prejudica as ultrapassagens e retomadas. No modo Sport, há a impressão de se contar com um pouco mais de energia. Mas nada que transmita esportividade a quem dirige. Nota 7. Estabilidade – A suspensão é firme o suficiente para garantir um comportamento seguro em curvas – com rolagens de carroceria quase imperceptíveis –, mas os buracos das ruas brasileiras são absorvidos com eficiência. Não há sensação de insegurança, o SUV compacto se mostra o tempo todo “na mão” do motorista. Caso seja necessário, o modelo ainda oferece controle eletrônico de estabilidade. Nota 8. Interatividade – Os comandos são fáceis tanto para acessar quanto para entender o funcionamento. O freio de estacionamento é elétrico e o sistema multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas conta com câmara de ré, GPS, entrada HDMI e duas USB. Mas a posição dessas entradas, na parte inferior do console central, é um tanto incômoda. Já a direção elétrica é digna de elogios: extremamente leve em manobras de estacionamento e firme nas velocidades mais altas. Nota 8.

Consumo – O Honda HR-V com motor 1.8 e câmbio CVT foi testado pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular e registrou médias de 7,1/10,5 km/l em trânsito urbano e 8,5/12,1 km/l na estrada, com etanol/gasolina no tanque. Conquistou “A” em sua categoria e “C” na classificação geral, com consumo energético de 1,96 MJ/km. Nota 8. Conforto – A posição de dirigir é boa, assim como o isolamento acústico. O espaço é condizente com a categoria e garante a viagem de quatro ocupantes sem problemas de apertos. Ser “altinho” contribui ainda mais para a sensação de espaço e conforto. Os bancos têm a densidade correta e os corpos dos passageiros são bem recebidos. Nota 8. Tecnologia – Motor e câmbio do HR-V são modernos. A plataforma do utilitário é uma evolução da utilizada no monovolume Fit. O SUV é recheado de itens tecnológicos, com ABS de última geração, controle de estabilidade, assistente de partida em rampas, direção elétrica progressiva e sistema de entretenimento completo e prático. Nota 8.

Habitabilidade – Nesse ponto, o HR-V se assemelha aos concorrentes no segmento. O habitáculo garante espaço para passageiros – inclusive de estatura mais alta – e o porta-malas se destaca com 431 litros. É fácil entrar e sair do modelo e há bons nichos para carregar objetos pessoais que precisam ficar mais à mão do motorista, como carteira, celular e chaves. Nota 9. Acabamento – A Honda se vale da credibilidade que conquistou no mercado automotivo. Talvez por isso não se mostre tão cuidadosa assim na questão do acabamento. Os materiais parecem de boa qualidade e têm encaixes perfeitos, mas não há luxo. O que se vê é uma grande quantidade de plásticos rígidos. Até o revestimento das portas deixa a desejar, já que não acompanha o padrão utilizado nos bancos de couro. Nas laterais, é tecido mesmo. Nota 7.
Design – As linhas do HR-V são contemporâneas e transmitem a ideia de esportividade. O caimento acentuado do teto na parte traseira remete ao formato de um cupê, o que adiciona charme ao modelo. A maçaneta da porta traseira disfarçada ajuda ainda mais a manter essa característica e as rodas da versão EXL, de 17 polegadas, dão um toque de requinte ao perfil. A dianteira ostenta faróis grandes, esticados e pontiagudos, que chamam atenção e conferem uma estética moderna. Nota 9. Custo/benefício – A Honda cobra pelo HR-V EXL R$ 88.700. Um Jeep Renegade Longitude 1.8 Flex equipado à altura, com transmissão automática de seis velocidades e sete airbags – três a mais que o HR-V  – sai a R$ 87.900. Já a Peugeot pede R$ 79.590 pelo 2008 Griffe THP, com motor turbo de 173 cv e câmbio manual de seis marchas, melhor equipado e mais bem acabado. Um Ford EcoSport Titanium 2.0 tem preço de R$ 87.100 e traz seis airbags, transmissão automatizada de dupla embreagem e seis marchas e seis airbags. Nota 7. Total – O Honda HR-V obteve 79 de 100 pontos possíveis.

Impressões ao dirigir

As aptidões do Honda HR-V EXL são claramente de um veículo familiar. A altura é boa o suficiente para garantir conforto no interior, mas não exige grande esforço para entrar no carro. O porta-malas é espaçoso tanto para uma viagem quanto para as compras de mês de mercado e os itens tecnológicos facilitam a vida do motorista na hora de lidar com o trânsito das grandes metrópoles. Mas o modelo tem outras particularidades. O design contemporâneo e até ousado se destaca entre a concorrência e exala esportividade. As rodas de liga leve mesclam prata e preto – uma combinação que, em movimento, se torna ainda mais interessante. Mas essa esportividade sugerida no visual não é acompanhada pelo trem de força. O motor 1.8 de 140 cv é forte o suficiente para movimentar o modelo com certo vigor. A transmissão CVT, porém, desanima um pouco na hora de exigir mais do SUV. Retomadas e ultrapassagens ficam um tanto insossas e, mesmo ao recorrer ao modo esportivo do câmbio, que simula sete marchas, não há sobras. A única diferença é que o câmbio cria pontos fixos em uma relação que é contínua, mas isso não altera seu desempenho.
Um dos pontos fortes do carro é a direção elétrica. Seu comportamento parece se adequar a cada situação que se enfrenta. Nas manobras de estacionamento, por exemplo, é tão leve que se gira o volante com apenas um dedo. Conforme a velocidade aumenta, se torna mais firme o suficiente para garantir conforto e segurança.  Nas curvas, o HR-V se sai bem com seu acerto de suspensão mais para rígido. As rolagens de carroceria até aparecem, mas tão sutis que chegam a passar despercebidas pelos passageiros. A versão de topo do HR-V é bem completa e todos os seus equipamentos são de uso fácil. O GPS, por exemplo, é simples e o sistema de som tem quase todas as suas funções disponibilizadas a partir dos comandos do volante. As duas entradas USB e a HDMI ficam mal localizadas, sob o console central. Mas, verdade seja dita, ter uma entrada HDMI já é um diferencial. De qualquer forma, o acabamento poderia entrar na lista de prioridades da Honda. Frente à concorrência, é certamente um ponto fraco. Não foge muito do que se vê em versões de topo de hatches e sedãs compactos. Ou seja, carros que custam bem menos que os quase R$ 90 mil pedidos pelo HR-V EXL.

Ficha técnica

Honda HR-V EXL

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.799 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando variável de válvulas e comando simples no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio tipo CVT. Tração dianteira com controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 139 cv a 6.300 rpm com etanol e 140 cv a 6.500 giros com gasolina.
Torque máximo: 17,3 kgfm a 4.800 rpm com gasolina e 17,4 kgfm a 5 mil giros com etanol.
Diâmetro e curso: 81 mm x 87,3 mm.
Taxa de compressão: 11,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson. Traseira com barra de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 215/55 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Utilitário em monobloco com quarto portas e cinco lugares. Com 4,29 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,58 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Tem airbags frontais e laterais de série.
Peso: 1.276 kg.
Capacidade do porta-malas: 431 litros.
Tanque de combustível: 51 litros.
Produção: Sumaré, São Paulo.
Lançamento no Brasil: 2015.
Itens de série: Chave canivete, spoiler traseiro, retrovisores elétricos, descansa-braço dianteiro, ar-condicionado digital, freio de estacionamento por botão, vidros e travas elétricos, assistente de partida em rampas, sinal de frenagem de emergência, controles de tração e estabilidade, volante multifuncional, câmara de ré, farol de neblina, rack de teto, cruise control, bancos em couro, rebatimento elétrico dos retrovisores, sistema multimídia com tela de 7 polegadas touchscreen com GPS, entrada HDMI e 2 conexões USB para MP3 players, pen drive e iPod/iPhone/iPad.
Preço: R$ 88.700.
Opcionais: pintura metálica ou perolizada.
Preço: R$ 1.200.

Objeto do desejo - Honda HR-V se transforma em fenômeno de vendas e emplaca principalmente na versão de topo EXL

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 10 Jun 2015 09:10:00

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