12 de nov. de 2015

Teste da nova Toyota Hilux 2016

Teste da nova Toyota Hilux 2016

No universo automotivo, como na indústria em geral, os novos lançamentos buscam seguir de perto as exigências dos consumidores de cada segmento. Por isso, muitas vezes modelos concorrentes acabam se tornando até parecidos, já que as “encomendas” do marketing aos departamentos de engenharia de cada marca são similares. Entre as picapes médias, a proposta atualmente predominante na indústria automotiva mistura demonstração ostensiva de força na parte estética com uma contrastante docilidade de manejo, que se aproxime dos carros de passeio. Bem dentro dessa linha, acaba de ser lançada a oitava geração da Toyota Hilux. A picape desembarca nas concessionárias brasileiras da marca no dia 18 de novembro, somente em versões movidas a diesel. Já as versões flexfuel da linha 2016 da picape chegarão apenas no segundo semestre do ano que vem.

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A primazia da versão diesel no lançamento da Toyota é compreensível. A Hilux lidera há muitos anos as vendas de picapes diesel no Brasil, com cerca de 30% de “share”. Nas versões flex, a participação do modelo da marca japonesa é bem menos expressiva. Tanto que, na soma das vendas dos modelos diesel e flex, o segmento de picapes médias é dominado há duas décadas no mercado nacional pela Chevrolet S10. Na oitava geração de seu utilitário, uma preocupação da Toyota foi aprimorar as características de robustez tradicionalmente reconhecidas em seu modelo. O trabalho começou com a criação de uma plataforma mais reforçada, com aços de maior espessura. O conjunto suspensivo também é completamente novo, mais reforçado e com maior curso que o da Hilux de sétima geração.

Mas não bastava simplesmente ser mais forte que a anterior. Era preciso também parecer mais forte. Essa foi a orientação dos designers, que explicitaram a robustez da picape média da Toyota em todos os detalhes. Tanto que ela parece maior que anterior e, na verdade, pouco alterou as dimensões. Comparada à sétima geração, a nova Hilux é 7 cm mais comprida – tem 5,33 m –, 2 cm mais larga – tem 1,85 m – e 0,5 cm mais baixa – ficou com 1,85 m. O entreeixos manteve os 3,08 m. A grade frontal é estreita e forma uma interessante linha contínua com os faróis. Na versão SRX, os faróis são de leds, com projetor e ajuste automático de altura, além de luzes diurnas também em leds. Nas demais versões, os faróis são halógenos. O capô recebeu vincos bem marcados, que se harmonizam com a grade frontal e o conjunto ótico dianteiro. Na lateral, uma linha dinâmica integra a parte frontal à traseira. A versão SRX é equipada com novas rodas de liga leve de 18 polegadas e  pneus 265/60R18, enquanto as versões SRV e SR trazem rodas de liga leve de 17 polegadas e pneus 265/65R17. As versões STD possuem rodas de ferro de 17 polegadas, com pneus 225/70R17. Na traseira, destacam-se as novas lanternas, mais verticais. As versões SR, SRV e SRX contam com a maçaneta de abertura da tampa cromada. Nela está integrada a câmara de ré.

Se, por fora, a ideia foi explicitar o vigor, no interior da Hilux a prioridade é o conforto. O acabamento interno é requintado para uma picape. Nas versões SRX e SRV, um friso metálico cruza o painel de instrumentos de ponta a ponta. A iluminação do painel de instrumentos é azul. Desde a versão de entrada, a Hilux conta com direção hidráulica progressiva, ar-condicionado, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, medidor de economia de combustível, aviso sonoro de chave na ignição e luzes acesas, limpador do para-brisa com temporizador e nivelador dos faróis.  As versões SR, SRV e SRX possuem um dispositivo ligado auma tela touchscreen de 7”, com funções de rádio, DVD, MP3, entrada auxiliar de vídeo e seis alto-falantes, e que fornece informações de consumo de combustível e da câmera de ré, para facilitar manobras de estacionamento. As versões SRV e SRX também contam com navegador GPS e TV digital. O Smart Entry System, que permite desbloquear as portas com a simples pressão do botão na maçaneta, é exclusivo da “top” SRX, assim como o botão Push Start, para ligar e desligar o veículo. 

A motorização para todas as versões é a 2.8 TDI 6 turbodiesel com intercooler e todas possuem tração 4X4. O câmbio é manual de seis velocidade, na chassi-cabine e na STD, ou câmbio automático de seis marchas, com opção de acionamento manual das marchas na manopla, nas versões SR, SRV e SRX. A transmissão automática possui dois modos de funcionamento: Eco Mode, que privilegia o consumo, e Power Mode, que valoriza mais o desempenho. Embora seja menor que o motor 3.0 anterior, tem 6 cv a mais – 177 cv a 3.400 rpm – de potência. No torque, a variação é mais expressiva: aumento de 22% na versão com transmissão manual – 42.8 kgfm entre 1.400 e 2.600 rpm – e de 31% na versão com transmissão automática – 45.9 kgfm entre 1.600 e 2.400 rpm. Depois da chassi cabine – usada para a construção de pequenos caminhões –, que parte dos R$ 114.860, a versão STD cabine simples manual é a mais barata. Começa em R$ 118.690. Com cabine dupla, o preço da STD sobe para R$ 130.960. A SR custa R$ 162.320, a SRV tem preço de R$ 177 mil e a nova topo de linha SRX sai por R$ 188.120. 

Ponto a ponto

Desempenho - O novo motor 2.8  possui quatro cilindros em linha, com turbo compressor de geometria variável (TGV) e intercooler. Disponibiliza 177 cv de potência e robustos 42,8 kgfm de torque, o que dá e sobra para deslocar a picape média de maneira ágil. Nesse aspecto, essa geração evoluiu bastante em relação à anterior. Nota 8. Estabilidade - Apesar de ser pesada e alta, a Hilux faz curvas em alta velocidade  com elegância, sem “rebolar”. No asfalto e no uso urbano, a picape se comporta quase como se fosse um carro de passeio. O acerto do conjunto suspensivo é notável. No off-road leve, transmite confiabilidade e filtra bastante as iregularidade do piso. E, nas trilhas mais radicais, o utilitário ultrapassa obstáculos “cascudos” com autoridade e sem dar sinais de estresse. Nota 9. Interatividade - Os comandos da Hilux não incomodam – é sinal que estão onde deveriam estar. A tela de 7 polegadas é bem posicionada e favorece a visualização do motorista. Os vidros traseiros contam com acionamento elétrico em todas as versões. Há diversas alças para que os passageiros se segurem nas trilhas mais radicais. Nota 8. Consumo - Segundo a Toyota, os dados de consumo que serão informados pelo Inmetro são 9,03 km/l em trecho urbano e 10,52 km/l em uso rodoviário, para a picape automática. Com transmissão manual, os resultados ficam em 9,3 km/l e 11,5 km/l, respectivamente. Nota 8.
Tecnologia - Em termos de segurança, além dos freios ABS com EBD, todas as versões contam com Assistente de Frenagens Emergenciais (BA). As versões de cabine dupla tem cintos de segurança de três pontos com alarme de alerta e três apoios de cabeça no banco traseiro, além de Isofix para ancoragem de cadeira de bebê. As versões SRV e SRX vem com Controle de Tração Ativo (A-TRC), Controle de Estabilidade (VSC), Assistente de Reboque (TSC), Assistente de Partida em Rampas (HAC) e luzes de neblina. O Assistente de Descida em Ladeiras (DAC) é de série apenas na “top” SRX. Nela, além dos airbags frontais obrigatórios, são acrescidos airbags de joelhos para o motorista, laterais para motorista e passageiro da frente, além de airbags de cortina. Já no campo do lazer, o destaque tecnológico das versões SR, SRV e SRX é  o dispositivo multimídia com tela touchscreen de 7”, que concentra funções de DVD, MP3, entrada auxiliar de vídeo e ainda fornece informações de consumo de combustível e da câmera de ré, para facilitar manobras de estacionamento. Nas versões SRV e SRX, também é possível ver ali o navegador GPS e a TV digital. Nota 9. Conforto - O “upgrade” da picape da Toyota é inegável. Os bancos e volante contam com regulagem de altura e profundidade e é fácil achar uma boa posição para dirigir. O habitáculo remete mais aos SUVs que às picapes. A suspensão teve um ajuste elogiável e absorve de forma impressionante os eventuais desnivelamentos do piso. Nota 8Habitabilidade - Apesar de um tanto alta, a Hilux conta com alças que ajudam a acessar o habitáculo. Uma pequena falha fica por conta das alças do banco de trás. Elas são fixas – alguns concorrentes adotam alças retráteis – sobre o vão da porta e um pouco maiores que as dos modelos anteriores, provavelmente para permitir uma “pegada” mais segura. Ocorre que, por conta do tamanho mais avantajado da peça, não é difícil acertá-la com a cabeça na entrada ou na saída do veículo ou durante os saculejos no off-road, principalmente para quem tem mais de 1,80 m. Se bem que os bancos traseiros já não seriam muito recomendáveis para alguém acima dessa altura – bateria com a cabeça no teto no primeiro buraco que surgisse pelo caminho. Pelo menos o ângulo de abertura das portas é correto e facilita a entrada e a saída. Na traseira, é possível transportar três pessoas com tranquilidade, embora a presença do apoio de braço escamoteado no banco central torne aquele lugar bem menos confortável que os outros. Nota 8. Acabamento - Outro ponto onde a picape da Toyota evoluiu de forma expressiva. As costuras são caprichadas e os revestimentos transmitem sensação de qualidade. O padrão é superior ao encontrado no segmento. Nota 9. Design - As formas valorizam a robustez do modelo, que se tornou mais “musculoso” e parece ser maior do que realmente é. Detalhes sutis – como o acabamento fosco na grade frontal – ajudam a conferir requinte ao conjunto. Um ponto negativo fica nos vidros das portas traseiras das versões cabine dupla. Uma parte do vidro é fixa, separada da parte que se abre por um friso preto – uma solução estética um tanto anacrônica e com ar de improvisação. Pelo padrão da picape da Toyota, algo esteticamente mais criativo seria adequado. O interior é bastante elegante. Nota 8. Custo/Benefício - A Hilux jamais foi uma picape barata – e a Toyota não tem planos para que passe a ser. Mas, no segmento de picapes médias diesel, a confiabilidade do conjunto conta bem mais de que alguns reais a menos no preço. Os consumidores que estão “contando tostões” nem cogitam os modelos diesel, que são expressivamente mais caros que as versões a gasolina ou flex. Nota 7. Total - A nova Hilux recebeu 82 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões

Mendoza/Argentina - Uma coisa é preciso dizer sobre os engenheiros automotivos japoneses: eles são meticulosos. Se a demanda do marketing da Toyota era produzir uma picape média que inspirasse força e, ao mesmo tempo, tivesse a facilidade de condução de um automóvel, foi isso que eles trataram de fazer. Nos mínimos detalhes. Tudo na nova Hilux ou evoca força, ou explicita conforto, ou as duas coisas. Na periferia de Mendoza, a mais famosa região vinícola da Argentina, a picape novata pôde insinuar alguns de seus predicados.
O novo motor 2.8 TDI esbanja torque e potência e dá ao motorista da picape uma inusitada sensação de leveza. O utilitário deixa claro que tem força de sobra em qualquer giro, o que permite retomadas de velocidade inusitadamente ágeis para um veículo desse porte. Apesar da altura elevada, a picape não inclina excessivamente nas curvas, graças à suspensão bem dimensionada. E as facilidades de ajustes de posição de banco e volante permitem que motoristas de quaisquer dimensões sintam-se à vontade ao volante. No asfalto, foi possível experimentar o powertrain em algumas retomadas vigorosas. O câmbio automático com opção de acionamento manual das marchas na manopla possibilita que o motorista extraia todo o potencial do motor. Mas foi no teste off-road que a picape da Toyota surpreendeu mais. No trecho mais “hard core”, com uma sequência de crateras tenebrosas alternada com aclives e declives intimidadores, a Hilux cumpriu a travessia de forma plácida, sem exibir sinais de ter sido exigida demais. Mesmo quando uma ou duas rodas perdiam contato com o solo, os sistemas eletrônicos se encarregavam de manter o veículo “na mão”, sempre transmitindo uma segurança impressionante. E aos poucos, sem fazer alarde, mesmo porque o isolamento acústico foi reforçado, a Hilux deixou os obstáculos para trás. Dá para encarar trilhas bem sérias com ela.

Ficha técnica

Toyota Hilux 2016

Motor: Diesel, dianteiro, transversal, 2.755 cm³, com turbocompressor, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Acelerador eletrônico e injeção multiponto.
Potência máxima: 177 cv com etanol a 3.400 rpm.
Torque máximo: 42,8 kgfm entre 1.400 rpm e 2.600 rpm com transmissão manual e 45,9 kgfm entre  1.600 rpm e 2.400 rpm com transmissão automática.
Diâmetro e curso: 92 mm x 103,6 mm. Taxa de compressão: 15:1.
Transmissão: Automática de seis velocidades a frente e uma a ré ou manual com seis velocidades a frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle eletrônico de tração.
Suspensão: Dianteira independente com braços duplos triangulares, molas helicoidais e barra estabilizadora e traseira de eixo rígido com molas semielípticas de duplo estágio. Oferece controle eletrônico de estabilidade. 
Pneus: 265/60 R18 (versão SRX), 265/65 R17 (versões SRV e SR) e 225/70 R17 (demais configurações).
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Picape em chassi sobre longarina com quatro portas e cinco lugares. Com 5,33 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,85 m de altura e 3,08 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e de joelhos para motorista de série, podendo chegar a sete airbags.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: Zárate, Argentina.
Lançamento: 1968. 
Lançamento no Brasil: 2005. 
Lançamento da oitava geração: 2015.

Itens de série e Preços

Chassi-cabine 4X4 e câmbio manual: faróis de halogêneo, rodas de ferro de 17 polegadas, transmissão manual de seis velocidades, direção hidráulica progressiva, ar-condicionado, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, seletor de direção Eco ou Power, medidor de economia de combustível, aviso sonoro de chave na ignição e luzes acesas, bloqueador do diferencial traseiro, limpador do para-brisa com temporizador, assistente de frenagens emergenciais, airbags frontais e de joelhos para motorista.
Preço: 114.860.
Standard 4x4 com cabine simples: Mesmos itens de série da versão chassi-cabine.
Preço: 118.690.
Standard 4x4 com cabine dupla: Adiciona cintos de segurança de três pontos com alarme de alerta e três apoios de cabeça no banco traseiro e fixação ISOFIX para cadeiras infantis.
Preço: 130.960.
SR: Adiciona rodas de liga leve de 17 polegadas, maçaneta de abertura da tampa cromada, câmara de ré, para-choque cromado, volante multifuncional, vidros com dispositivo antiesmagamento, travas e retrovisores elétricos, central multimídia com tela de 7 polegadas com DVD e MP3, porta-luvas refrigerado, apoio de braço com dois suportes para copos, bancos traseiros bipartidos em 60/40 e transmissão automática de seis velocidades.
Preço: R$ 162.320. 
SRV: Adiciona faróis de neblina, piloto automático, tela colorida de 4,2 polegadas entre o velocímetro e o conta-giros com informações de áudio, do sistema de navegação e da performance de pilotagem, GPS, TV digital, ar-condicionado automático, tomada de 220 v, assistente de partida em rampas, controle de tração ativo, controle eletrônico de estabilidade e assistente de reboque. Preço: 177 mil. 
SRX – Adiciona faróis de leds com projetor e ajuste automático de altura, luzes diurnas de leds, rodas de liga leve de 18 polegadas, chave inteligente com acesso ao veículo e partida do motor por botão, assistente de controle de descida, airbags laterais e de cortina.
Preço: R$ 188.120.
Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos externas: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias e Fivulgação

Brutamontes de fino trato - Objetivo da oitava geração da Hilux é harmonizar o aspecto forte com uma dirigibilidade suave

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 11 Nov 2015 15:25:00

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