5 de nov. de 2015

Primeiras impressões do “novo“ Peugeot 308

Primeiras impressões do “novo“ Peugeot 308

As coisas não andam fáceis para a maioria dos fabricantes de automóveis no Brasil. Para a francesa Peugeot, os resultados da crise nas vendas têm sido particularmente cruéis. Em 2008, tinha 3,09% de participação nas vendas totais de automóveis de passeio e era a sétima marca que mais vendia no país. Sete anos depois, a marca do leão detém em 2015 algo perto de 1,1% de “share” e disputa o 12º posto no ranking de maiores vendedores no mercado local. Para reverter essa tendência, a Peugeot planeja implantar no Brasil a atual estratégia global do grupo PSA Peugeot Citroën – que inclui as marcas Citroën e DS. Segundo o planejamento da multinacional francesa, a DS concorre no segmento de luxo, a Citroën disputa com as marcas generalistas e a Peugeot passa a priorizar o consumidor que busca um nível de sofisticação superior ao encontrado nas marcas generalistas. E o lançamento no Brasil do “facelift” do médio 308 já segue essas novas diretrizes – apresentadas por aqui junto com o crossover compacto 2008, em abril desse ano.

A segunda geração do 308, que já é vendida na Europa desde o início de 2014, será importada da França em 2016 para se tornar a futura versão de topo de linha da Peugeot no segmento de hatches médios. Mas a marca acredita que o 308 de primeira geração, que continua a ser produzido na Argentina e que abastece o mercado brasileiro desde o início de 2012, ainda tenha fôlego para competir no Mercosul – e que esse fôlego será revigorado com a atual reestilização. Por isso, o novo visual do modelo fabricado na cidade argentina de Palomar foi apresentado durante o último Salão de Buenos Aires, em junho. Os retoques estéticos visaram deixar o hatch visualmente alinhado ao atual “family face” da Peugeot – apresentado no conceito Onyx, no Salão de Paris de 2012.

Em relação ao 308 anterior, a alteração mais marcante fica na parte frontal. O leão sai do capô e volta para a grade. Os faróis, agora com máscara negra, tiveram o interior retrabalhado. O novo para-choque possui na área inferior uma grade em acabamento preto, que atravessa todo o veículo e abriga as luzes diurnas em leds e os faróis de neblina. Na traseira, as lanternas mantém o mesmo formato, mas os elementos internos foram redesenhados e agora exibem três listras – que, segundo o marketing da Peugeot, “remetem às garras do leão”.

“A meta é entregar modelos de qualidade superior, mesmo que custem mais caro que os concorrentes”, explica Ana Thereza Borsari, presidente da Peugeot do Brasil. Assim, a marca não planeja oferecer versões “de entrada”, mais baratas e despojadas, em nenhum de seus modelos. Quer concorrer apenas entre as versões intermediárias e “tops” nos segmentos onde atua. A linha 308 começa na versão Allure 1.6 manual, que já vem com uma lista de equipamentos de série bem completa: teto panorâmico, ar-condicionado bi-zone, nova central multimídia com Mirror Link e Link MyPeugeot, alarme, sensor de estacionamento, seis airbags, regulador e limitador de velocidade, luzes diurnas em leds e detalhes de revestimento em black piano, entre outros. Vem com o motor 1.6L 16V FlexStart, de classificação “A” no programa de etiquetagem do InMetro. Desenvolve 122 cv de potência a 5.800 rpm quando abastecido com etanol, e torque máximo de 16,4 kgfm a 4.000 rpm. É acoplado a uma caixa manual de cinco velocidades com sistema GSI (Gear Shift Indicator), que indica no painel de instrumentos a marcha mais adequada. Sem opcionais, o Peugeot 308 Allure manual custa R$ 69.990.

Já na Allure Automática, o motor é um 2.0 litros 16V VVT Flex, com potência máxima de 151 cv a 6 mil rotações, quando abastecido com etanol. O torque máximo alcança 22 kgfm a 4 mil rpm, também com etanol. Esse conjunto é associado à caixa automática de seis velocidades AT6II, de segunda geração. Essa versão começa em R$ 75.900.

Na versão Griffe, o 308 traz o motor turbo THP Flex de 173 CV, um bicombustível de injeção direta com turbocompressor. A potência máxima é de 173 cv a 6 mil rpm quando abastecido com etanol. O torque máximo, de 24,5 kgfm, já aparece a 1.400 rpm, permanecendo constante até 4 mil rpm. Associada ao motor está a nova transmissão automática EAT6 com função “Eco”, que prioriza a economia no consumo de combustível. Na Griffe, a câmara de ré e o sensor de estacionamento dianteiro também são de série. O preço do 308 “top” parte de R$ 82.900.
Disposto a encarar a briga com Ford Focus, Hyundai i30, Volkswagen Golf e Chevrolet Cruze Sport6, o  308 de cara nova chega aos revendedores brasileiros da Peugeot em novembro. A marca espera vender por aqui entre 250 e 300 unidades mensais.

Primeiras impressões

A caminho do mar

Guarujá/SP - A apresentação do renovado Peugeot 308 foi feita em um percurso entre a capital paulista e a cidade litorânea de Guarujá. Só que por um trajeto bastante original: a Estrada Velha de Santos, também conhecida como Estrada Caminhos do Mar, fechada para circulação de veículos desde 1985. Inaugurada em 1913, foi a primeira rodovia brasileira a receber pavimentação em concreto, em 1920. Em 1947, com a abertura da Via Anchieta, a estreita e sinuosa Estrada Velha de Santos tornou-se uma via secundária para quem pretendia chegar à Baixada Santista. A versão avaliada foi a mais barata da linha, a Allure 1.6 com câmbio manual, que parte de R$ 69.990.
Apresentado no Brasil em fevereiro de 2012, o 308 é um carro com virtudes diâmicas já conhecidas. Tanto em velocidades baixas quanto em ritmo mais veloz, essa versão atualizada do hatch médio da Peugeot se revela tão estável quanto a anterior. O isolamento acústico, que já era um dos destaques do modelo, foi aprimorado. A suspensão continua a ser bem calibrada para as estradas brasileiras. Nas curvas, a carroceria rola ligeiramente em mudanças de direção mais bruscas, mas a sensação de segurança impera. O câmbio manual de cinco marchas é bem escalonado e tem engates agradáveis. Superfícies emborrachadas e encaixes precisos dominam o habitáculo. Dentro das atuais especificações globais para a marca, o 308 cumpre bem a meta de brigar na parte superior da de seu segmento, acima da média das fabricantes generalistas.

Ficha técnica

Peugeot 308

Motor 1.6: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 122 cv com etanol a 5.800 rpm e 115 cv com gasolina a 6 mil rpm. 
Aceleração: 0-100 km/h: 10,3 segundos.
Velocidade máxima: 196 km/h. 
Torque máximo: 15,5 kgfm e 16,4 kgfm com gasolina e etanol a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 79,5 mm X 80,5 mm.
Taxa de compressão: 12,5. Motor 2.0: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades a frente e uma a ré. Tração dianteira. 
Potência máxima: 143 cv e 151 cv com gasolina e etanol a 6 mil rpm.
Aceleração: 0-100 km/h: 9,1 segundos.
Velocidade máxima: 213 km/h. 
Torque máximo: 20 kgfm e 22 kgfm com gasolina e etanol a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 85 mm X 88 mm.
Taxa de compressão: 10,8:1. Motor 1.6 THP: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, turbo com intercooler, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e escape. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Potência: 173 cv com etanol e 166 cv com gasolina a 6 mil rpm.
Torque: 24,5 kgfm com gasolina/etanol entre 1.750 rpm e 4 mil rpm.
Transmissão: Câmbio automático de seis velocidades a frente e uma a ré. Tração dianteira. 
Aceleração 0-100 km/h: 8,3 segundos. 
Velocidade máxima: 215 km/h.
Diâmetro e curso: 77 mm x 85,8 mm.
Taxa de compressão: 10,2:1. Suspensão: Dianteira independente pseudo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados e barra estabilizadora desacoplada. Traseira por travessa deformável, molas helicoidais, barra estabilizadora integrada e amortecedores hidráulicos pressurizados.
Pneus: 225/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS.
Carroceria: Hatch em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,29 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,51 m de altura e 2,61 m de entre-eixos.
Peso vazio em ordem de marcha: 1.318 kg (Allure 1.6) e 1.328 kg (Allure 2.0 e Griffe THP).
Capacidade do porta-malas: 430 litros.
Capacidade tanque de combustível: 60 litros. 
Produção: El Palomar, Argentina. 

Itens de série e Preços

Allure 1.6 Flex manual: seis airbags, alarme, sistema Isofix para cadeiras infantis, freio a disco nas quatro rodas, sensor de estacionamento traseiro, faróis de neblina, luzes diurnas em leds, retrovisores com lanternas com indicadores de posição, teto panorâmico, direção assistida eletro-hidráulica, ar-condicionado bi-zone, acendimento automático do farol, limpador automático do para-brisa, revestimento parcial em couro, vidros, travas e retrovisores elétricos, central multimídia com tela sensível ao toque, volante revestido em couro, detalhes cromados nos para-choques dianteiros e traseiros, retrovisores e maçanetas das portas na cor da carroceria, roda de 17 polegadas em liga leve. 
Preço: R$ 69.900
Allure 2.0L Automático: acrescenta caixa automática sequencial de seis velocidades e controle de estabilidade (ESP).
Preço: R$ 75.900.
308 Griffe THP: acrescenta sensor de estacionamento dianteiro, câmara de ré, bancos em couro perfurado, rodas diamantadas de 17 polegadas. 
Preço: R$ 82.900.
Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Carta Z Notícias

Em nova rota - No embalo do “facelift” do 308, Peugeot quer mudar imagem e interromper queda nas vendas no Brasil

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 04 Nov 2015 09:30:00

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