25 de nov. de 2015

Apresentação da RAM 2500 Laredo

Apresentação da RAM 2500 Laredo

Há quem sofra mais que outros numa crise. Na atual retração da economia brasileira, dois grupos sentem menos o revés que esculacha a maior parte da população: os ricos – como sempre – e o pessoal do agronegócio. E é na interseção desses dois grupos que está na alça de mira da RAM, linha da Chrysler que ganhou vida própria. Ou seja: quer os ricos do agronegócio. O preço da picape RAM 2500 explicita bem como este grupo é seleto: R$ 249.900. Isso sem o frete. E esse é apenas o preço de partida, pois para personalizar o carro – a rigor, um caminhão que exige carteira C –, há um sem número de acessórios produzidos pela Mopar, braço de equipamentos do grupo da FCA, Fiat Chrysler Automobiles. E como acessório entram até itens considerados básicos, como protetor de caçamba, tapetes de borracha, para-barro e capota marítima.

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Como visa om mercado de luxo, a picape é bem completa e requintada. Ela vem com acabamento em couro, sistema multimídia com monitor “touch” de 8,4 polegadas, painel com tela colorida de 7 polegadas, ajustes elétricos nos bancos dianteiros – com memória no do motorista –, ar digital de duas zonas, dois compartimentos de bagagem fechados nas laterais da caçamba com 132 litros cada, extensor de caçamba, estribo lateral, navegador integrado, controle de cruzeiro e som Alpine desenvolvido especificamente para o gigantesco habitáculo do modelo. Uma bossa é a oferta de pintura em duas cores, sendo a inferior sempre em prata.

Mas onde a RAM exagera é na parte mecânica. Ela é sempre animada por um motor Cummins turbodiesel de 6.7 litros. Basicamente é o mesmo que equipava o modelo que foi importado até meados de 2014, mas com melhorias. A potência pulou de 310 para 330 cv, enquanto o torque deu um salto expressivo, de 84 para 104 kgfm. A tração é sempre traseira com acoplamento por comando eletrônico de 4X4 e reduzida. Com o ganho de torque, a capacidade de reboque subiu de 5.500 kg para 7.750 kg. Nesse incremento, colaboram também as rodas não tão grandes – aro 18 em pneus 275/70 –, e também a suspensão mais sofisticada. Na frente, é um sistema multilink de cinco braços reforçado por eixo de torção. Na traseira, sai o antigo feixe de molas semi-elípticas e entra também uma combinação de eixo de torção com três braços.

A RAM 2500 chega apenas na versão Laramie, que nos Estados Unidos é intrmediária na linha e custa, sem impostos, quase US$ 50 mil – algo como R$ 185 mil. Em geral, no Brasil os preços são o dobro dos praticados no mercado norte-americano, mas nesse caso a diferença é amenizada por conta de ser produzida no México. Seja como for, preço e tamanho colocam a RAM em um nicho sem nenhum rivais diretos. Os que chegam mais próximos são as picapes médias diesel topo de linha, que batem os R$ 200 mil e são bem menos portentosas. Esse subnicho das médias emplacaram, em média 3 mil por mês este ano. A FCA quer 3% disso, ou cerca de 1 mil vendas em um ano.

Primeiras impressões

Tuiuti/São Paulo – Em geral, o estribo lateral em uma picape tem uma função mais estética que prática. No caso da RAM 2500, é um degrau necessário para se alcançar o habitáculo, pois a distância do chão para o piso é de cerca de meio metro. Tudo na RAM é hiperbólico. São 6,03 metros de comprimento, 2,01 altura de largura, sem contar os retrovisores, e 1,97 m de altura. O entre-eixos, de 3,80 m, é maior que a maioria dos hatches compactos do mercado – há muito estacionamento de shopping que não comporta estas dimensões. E o peso é superior ao de três deles juntos na balança: são 3.410 kg, com 1.030 de carga útil e PBT de 4.536 kg. Daí a classificação de caminhão, que exige carteira C e tem de andar no limite de velocidade de veículos pesados – máxima de 90 km/h em rodovias federais.

Só que o comportamento da RAM induz ao esquecimento do fato de que se trata de um veículo pesado. Além dos diversos controles eletrônicos, há a suavidade do motor, que tem reações extremamente progressivas e amenas. Além disso, o acabamento requintado e o isolamento acústico impecável dão um tom de luxo ao modelo. E mesmo em terreno mais acidentado, como em estrada de terra, a suspensão consegue filtrar bem os buracos e manter a boa dirigibilidade do modelo.
O espaço interno é outro item que impressiona. A cabine é alta e larga. Entre os bancos dianteiros, há um enorme console central com cerca de 50 cm de largura – com porta-objetos, porta-copos, conectores USB, etc. Atrás, o terceiro passageiro é prejudicado por causa do assento mais curto e pelo desnível no assoalho. O melhor mesmo é dar boa vida a apenas quatro ocupantes, que podem desfrutar de som de qualidade, de um espaço luxuoso, bem ao gosto exagera e generoso dos norte-americanos.

Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Divulgação

Mania de grandeza - FCA relança a RAM 2500 no Brasil de olho no mercado de luxo

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Lançamentos
Publicado em: 25 Nov 2015 07:26:00

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