Motor de automóvel funciona com um combustível líquido que se mistura ao oxigênio do ar para entrar em forma de gás dentro do cilindro. E a combustão é tanto mais eficiente quanto mais adequada a proporção entre oxigênio e combustível. É a chamada relação estequiométrica: no caso da gasolina, ela deve ser misturada a cerca de 15 partes de oxigênio. Quem mora no litoral onde dirige habitualmente seu automóvel e viaja com ele para regiões montanhosas, com altitudes mais elevadas, pode estranhar que o carro tenha uma redução gradativa de desempenho. Um leitor da coluna comenta que mora perto da praia mas que, nas férias, “subiu o morro” e sentiu uma nítida redução de performance do motor. Chegou a levar o carro à concessionária mas a oficina disse que é assim mesmo. Ele se sentiu engabelado e pergunta se existe alguma explicação técnica para este efeito. Tem: a perda de rendimento se explica cientificamente pela variação da relação estequiométrica. Ou seja, quanto maior a altitude, mais rarefeito se torna o ar e menor o volume de oxigênio. Então, há uma variação da relação ar/combustível e o motor perde potência. Existe até uma tabelinha que mostra a redução de rendimento do motor à medida que aumenta a altitude. Entre o nível do mar e uma altura de mil metros, há uma redução de 10% na potência. Numa altitude de dois mil metros, a redução é de 23%. A dois mil e quinhentos metrôs, a potência se reduz em 31%. Claro que dá para o motorista perceber, pois a potência se reduz em quase um terço quando comparada com o mesmo motor funcionando na praia. Entretanto, esse raciocínio só é válido para automóveis com motor aspirado: se for turbinado, o ar entra comprimido dentro dos cilindros, não há redução de oxigênio e nem do desempenho em altitudes mais elevadas.
Fonte: R7
Publicado em: 2016-09-13T12:49:00-03:00
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