A Nissan aproveitou a visibilidade das Olimpídas do Rio para promover no Brasil o lançamento mundial do seu primeiro crossover compacto, o Kicks. O carrinho, mostrado e prometido desde o Salão de São Paulo de 2014, vem do México e será mostrado para jornalistas do mundo inteiro, já que é destinado a mais de 80 mercados. Por aqui, virá inicialmente apenas na versão de topo SL. Somente quando for produzido em Resende, no Sul Fluminense – o que acontecerá até março de 2017 –, a básica S e a intermediária SV passarão a ser vendidas. Enquanto isso, a de topo chega com preço à altura dos rivais com conteúdo semelhante: R$ 89.990. Veja também:
O propulsor é o 1.6 16V flex, com comando variável na admissão e escape, semelhante ao que equipa March e Versa nacionais – com quem o crossover também compartilha a plataforma. No caso do Kicks, no entanto, ele recebeu uma nova calibração que elevou a potência a 114 cv, com etanol ou gasolina, e o torque a 15,5 kgfm – contra 111 cv e 15,1 kgfm dos dois compactos. A transmissão é sempre continuamente variável, mas também recebeu modificações em relação ao CVT que March e Versa recebem. Nessa evolução, o câmbio é capaz de simular marchas – seis ao todo – sempre que o acelerador é pressionado acima de 50% do curso total. Este propulsor deve ser mantido até mesmo numa futura e previsível versão Unique. O pacote de equipamentos da SL deixa lacunas, como a do controle de cruzeiro, que claramente serão preenchidas mais tarde.
Mas até pelo preço, o Kicks chega bastante completo, com direção elétrica, central multimídia com GPS, seis airbags, revestimento de banco, puxadores e volante em couro, painel parcialmente em TFT e chave presencial, entre outros. O pacote de controle dinâmico é também de bom nível – como, aliás, tem sido a tônica do segmento. O crossover da Nissan traz os quase obrigatórios controles eletrônicos de estabilidade, tração e partida em rampa e mais alguns sistemas menos comuns no segmento, como controle em curvas, detector de objetos em movimento e controle dinâmico de chassi – que atua para equalizar o movimento das suspensões dianteira e traseira. Além da câmara de ré comum, no monitor central é exibida também uma imagem 360º, formada por quatro câmaras – dianteira, traseira e uma sob cada retrovisor externo – que simulam a visão aérea.
Para não ter de recorrer a um propulsor mais forte, a Nissan tratou de investir bastante no alívio de peso do Kicks. No final, o crossover tem 1.142 kg em ordem de marcha. Isso é apenas 41 kg a mais que o sedã Versa Unique, mas representa 298 kg a menos que o Jeep Renegade Latidute 1.8 e 134 kg a menos que o Honda HR-V EXL, os dois líderes do segmento de crossover/SUV compacto. Os três acabam com um relação peso/potência bem próxima de 10 kg/cv.
O fato de chegar por último no segmento possibilitou à Nissan abordar o mercado de forma mais “cirúrgica”. A decisão de iniciar as vendas no dia 5 de agosto apenas na versão completa foi tomada porque 60% das unidades comercializadas pelos rivais têm esta configuração. Segundo a marca, o segmento inteiro responde por quase 10% das vendas de automóveis no Brasil e ultrapassa 15 mil unidades mês. A fabricante não assume que o volume de vendas pretende obter com o Kicks, mas o discurso dos executivos deixa claro que não se espera menos que 2 mil unidades por mês. Bem ao contrário do espírito olímpico, a Nissan não vai se satisfazer em apenas competir.
Por tudo isso, o crossover da Nissan merecia materiais melhores no revestimento interno. A qualidade dos plásticos, sempre rígidos, e da forração de teto denuncia que o modelo é, de fato, um compacto. Não chega a virar abóbora, mas parece um disperdício. Algumas ausências também são bem sentidas. Caso do controle de cruzeiro, do sensor de chuva e de um apoio de braços central para o banco da frente – que poderia até minimizar a carência de porta-objetos no habitáculo. No mais, a ergonomia de banco e posição diante do volante agrada bastante. E a altura de 1,59 metro ajuda na entrada e saída.
Para acionar o motor, basta pressionar o botão no console central. O motor 1.6 de 114 cv não ruge forte, mas é ajudado pelo CVT especialmente ágil, que dribla aquela sensação típica de arrancada de scooter. O zero a 100 km/h em 12 segundos deixa evidente que a preocupação da marca não é fazer a adrenalina brotar atrás do volante. Mesmo assim, o crossover exibe muita neutralidade nas retas e em curvas, com uma direção bem direta em velocidades mais altas e extremamente leve em manobras. Se usado civilizadamente, as diversas salva-guardas eletrônicas nem dão as caras.
Um outro detalhe surpreendeu favoravelmente no teste de pouco mais de 200 km. O trajeto incluía trânsito urbano e rodoviário e o Kicks obteve a expressiva média de consumo de 14,9 km/h – em ritmo normal, dentro dos limites legais de velocidade mas sem qualquer obsessão por fazer economia. Esse número é melhor até que o obtido pelo InMetro, que deu nota A no segmento, com média urbana de 11 km/l e rodoviária de 14 km/l. Todo este bom comportamento do Kicks dá a ele a dupla função de agradar quem quer a imponência de um SUV com a racionalidade de um compacto.
Transmissão: Continuamente variável, do tipo CVT. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 114 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração 0-100 km/h: 12 segundos.
Velocidade máxima: 175 km/h.
Torque máximo: 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm.
Taxa de compressão: 10,7:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/55 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD e assitência de partida em rampa.
Carroceria: Crossover em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,30 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.142 kg.
Capacidade do porta-malas: 432 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Aguascalientes, México.
Lançamento mundial: 2016.
Lançamento no Brasil: 2016.
Itens de série: Abertura da tampa de combustível por acionamento interno, acabamento dos bancos em couro, sensor crepuscular, ar-condicionado automático digital, banco do motorista com ajustes de altura, banco traseiro bipartido 60/40, chave inteligente presencial, comando elétrico de abertura do porta-malas, controle de áudio e funções do painel no volante, trio e direção elétricos, painel multifuncional colorido de 7 polegadas com mais de 12 funções, revestimento do painel e do apoio de braços nas portas em couro, volante com acabamento em couro, de três raios e com regulagem de altura e profundidade, aerofólio integrado na cor do veículo, faróis dianteiros com assinatura em leds, rack de teto longitudinal prata, rodas de liga leve de 17 polegadas, airbags frontais, laterais e de cortina, alarme perimétrico, câmera 360° com imagem integrada ao display do rádio, controle dinâmico de chassi, em curvas e de freio motor, detector de objetos em movimento, estabilizador ativo de carroceria, faróis de neblina, fixadores traseiros para cadeiras de crianças (ISOFIX), freios ABS com controle eletrônico de frenagem e assistência de frenagem, sensor de estacionamento, assistente de partida em rampa, controle eletrônico de estabilidade e tração, rádio CD Player com MP3 e tela touchscreen colorida de 7 polegadas com entrada auxiliar para MP3 Player/iPod, USB, Bluetooth e GPS.
Preço: R$ 89.990.
Autor: Edurdo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
Ousadia calculada - Nissan se inspira no clima olímpico para estrear no segmento de crossovers com o compacto Kicks
- Nissan Kicks tem novo lote de pré-venda
O propulsor é o 1.6 16V flex, com comando variável na admissão e escape, semelhante ao que equipa March e Versa nacionais – com quem o crossover também compartilha a plataforma. No caso do Kicks, no entanto, ele recebeu uma nova calibração que elevou a potência a 114 cv, com etanol ou gasolina, e o torque a 15,5 kgfm – contra 111 cv e 15,1 kgfm dos dois compactos. A transmissão é sempre continuamente variável, mas também recebeu modificações em relação ao CVT que March e Versa recebem. Nessa evolução, o câmbio é capaz de simular marchas – seis ao todo – sempre que o acelerador é pressionado acima de 50% do curso total. Este propulsor deve ser mantido até mesmo numa futura e previsível versão Unique. O pacote de equipamentos da SL deixa lacunas, como a do controle de cruzeiro, que claramente serão preenchidas mais tarde.
Mas até pelo preço, o Kicks chega bastante completo, com direção elétrica, central multimídia com GPS, seis airbags, revestimento de banco, puxadores e volante em couro, painel parcialmente em TFT e chave presencial, entre outros. O pacote de controle dinâmico é também de bom nível – como, aliás, tem sido a tônica do segmento. O crossover da Nissan traz os quase obrigatórios controles eletrônicos de estabilidade, tração e partida em rampa e mais alguns sistemas menos comuns no segmento, como controle em curvas, detector de objetos em movimento e controle dinâmico de chassi – que atua para equalizar o movimento das suspensões dianteira e traseira. Além da câmara de ré comum, no monitor central é exibida também uma imagem 360º, formada por quatro câmaras – dianteira, traseira e uma sob cada retrovisor externo – que simulam a visão aérea.
Para não ter de recorrer a um propulsor mais forte, a Nissan tratou de investir bastante no alívio de peso do Kicks. No final, o crossover tem 1.142 kg em ordem de marcha. Isso é apenas 41 kg a mais que o sedã Versa Unique, mas representa 298 kg a menos que o Jeep Renegade Latidute 1.8 e 134 kg a menos que o Honda HR-V EXL, os dois líderes do segmento de crossover/SUV compacto. Os três acabam com um relação peso/potência bem próxima de 10 kg/cv.
O fato de chegar por último no segmento possibilitou à Nissan abordar o mercado de forma mais “cirúrgica”. A decisão de iniciar as vendas no dia 5 de agosto apenas na versão completa foi tomada porque 60% das unidades comercializadas pelos rivais têm esta configuração. Segundo a marca, o segmento inteiro responde por quase 10% das vendas de automóveis no Brasil e ultrapassa 15 mil unidades mês. A fabricante não assume que o volume de vendas pretende obter com o Kicks, mas o discurso dos executivos deixa claro que não se espera menos que 2 mil unidades por mês. Bem ao contrário do espírito olímpico, a Nissan não vai se satisfazer em apenas competir.
Primeiras impressões
Porto Feliz/SP – O visual do Kicks promete mais do que se espera de um compacto. Bom porte, linhas bem-marcadas, assinadas por um teto flutuante que empresta elegância e modernidade. Este recurso é típico de carros de design de segmentos premium, como o Range Rover Evoque, Mini e DS3. No interior, o painel traz um grande velocímetro analógico encravado em um cluster de TFT, onde se pode exibir digitalmente um tradicional conta-giros com efeito lanterna, diversas informações do computador de bordo ou até uma versão simplificada das orientações do navegador por GPS. O revestimento em couro pespontado, inclusive no tablier, também ajuda a valorizar o carro.Por tudo isso, o crossover da Nissan merecia materiais melhores no revestimento interno. A qualidade dos plásticos, sempre rígidos, e da forração de teto denuncia que o modelo é, de fato, um compacto. Não chega a virar abóbora, mas parece um disperdício. Algumas ausências também são bem sentidas. Caso do controle de cruzeiro, do sensor de chuva e de um apoio de braços central para o banco da frente – que poderia até minimizar a carência de porta-objetos no habitáculo. No mais, a ergonomia de banco e posição diante do volante agrada bastante. E a altura de 1,59 metro ajuda na entrada e saída.
Para acionar o motor, basta pressionar o botão no console central. O motor 1.6 de 114 cv não ruge forte, mas é ajudado pelo CVT especialmente ágil, que dribla aquela sensação típica de arrancada de scooter. O zero a 100 km/h em 12 segundos deixa evidente que a preocupação da marca não é fazer a adrenalina brotar atrás do volante. Mesmo assim, o crossover exibe muita neutralidade nas retas e em curvas, com uma direção bem direta em velocidades mais altas e extremamente leve em manobras. Se usado civilizadamente, as diversas salva-guardas eletrônicas nem dão as caras.
Um outro detalhe surpreendeu favoravelmente no teste de pouco mais de 200 km. O trajeto incluía trânsito urbano e rodoviário e o Kicks obteve a expressiva média de consumo de 14,9 km/h – em ritmo normal, dentro dos limites legais de velocidade mas sem qualquer obsessão por fazer economia. Esse número é melhor até que o obtido pelo InMetro, que deu nota A no segmento, com média urbana de 11 km/l e rodoviária de 14 km/l. Todo este bom comportamento do Kicks dá a ele a dupla função de agradar quem quer a imponência de um SUV com a racionalidade de um compacto.
Ficha técnica
Nissan Kicks 1.6 SL
Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando com variação contínua de abertura das válvulas. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto semi-sequencial indireta.Transmissão: Continuamente variável, do tipo CVT. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 114 cv a 5.600 rpm com etanol e gasolina.
Aceleração 0-100 km/h: 12 segundos.
Velocidade máxima: 175 km/h.
Torque máximo: 15,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol e gasolina.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm.
Taxa de compressão: 10,7:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 205/55 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD e assitência de partida em rampa.
Carroceria: Crossover em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,30 metros de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.142 kg.
Capacidade do porta-malas: 432 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Aguascalientes, México.
Lançamento mundial: 2016.
Lançamento no Brasil: 2016.
Itens de série: Abertura da tampa de combustível por acionamento interno, acabamento dos bancos em couro, sensor crepuscular, ar-condicionado automático digital, banco do motorista com ajustes de altura, banco traseiro bipartido 60/40, chave inteligente presencial, comando elétrico de abertura do porta-malas, controle de áudio e funções do painel no volante, trio e direção elétricos, painel multifuncional colorido de 7 polegadas com mais de 12 funções, revestimento do painel e do apoio de braços nas portas em couro, volante com acabamento em couro, de três raios e com regulagem de altura e profundidade, aerofólio integrado na cor do veículo, faróis dianteiros com assinatura em leds, rack de teto longitudinal prata, rodas de liga leve de 17 polegadas, airbags frontais, laterais e de cortina, alarme perimétrico, câmera 360° com imagem integrada ao display do rádio, controle dinâmico de chassi, em curvas e de freio motor, detector de objetos em movimento, estabilizador ativo de carroceria, faróis de neblina, fixadores traseiros para cadeiras de crianças (ISOFIX), freios ABS com controle eletrônico de frenagem e assistência de frenagem, sensor de estacionamento, assistente de partida em rampa, controle eletrônico de estabilidade e tração, rádio CD Player com MP3 e tela touchscreen colorida de 7 polegadas com entrada auxiliar para MP3 Player/iPod, USB, Bluetooth e GPS.
Preço: R$ 89.990.
Autor: Edurdo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias
Ousadia calculada - Nissan se inspira no clima olímpico para estrear no segmento de crossovers com o compacto Kicks
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 21 Jul 2016 10:35:00
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