É verdade que os tempos não têm sido fáceis no setor automotivo. A queda nas vendas é geral entre os carros, motos e caminhões. Mas isso não significa que as expectativas das marcas em relação ao Brasil diminuam. A Foton do Brasil, que representa a maior fabricante de caminhões da China, por exemplo, trabalha em cima das obras de sua fábrica em Guaíba, município vizinho à capital Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. E planeja, em 2022, atingir uma produção de 20 mil unidades de modelos entre 3,5 e 24 toneladas para abastecer o mercado nacional e exportar daqui para a Europa e Estados Unidos. “Nosso produto é bom, acreditamos que temos condições de garantir 10% do mercado de leves. Isso nos dará entre 4 e 5 % do total de caminhões no Brasil”, prevê Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e atual presidente do Conselho da Foton no Brasil.
P – A Foton investe no Brasil em um momento de queda nas vendas de caminhões. Como isso influencia vocês? R – A leitura do mercado é outra. Entre 2005 e 2013, o Brasil deu um salto fantástico no automotivo. Produzíamos 1,3 milhão de automóveis e chegamos a 3,9 milhões por ano. Os caminhões tiveram um pulo de 50%, com produção de 120 mil a 130 mil caminhões atualmente. O que estamos vendo é uma fase de consolidação e, daqui para frente, teremos um crescimento mais moderado, associado às variações do PIB. O Brasil é o quinto maior mercado de caminhões. A China produz 4 milhões, Estados Unidos faz uns 600 ou 700 mil e a Europa, uns 250 mil. Estamos logo abaixo, ou seja, somos um mercado importante. P – Quais são as metas da Foton para o Brasil? R – Nosso objetivo é começar operando com uma produção de 2.200 unidades por ano. Mas até 2022 pretendemos atingir 20 mil. O nosso produto é bom, acreditamos que temos condições de garantir 10% do mercado de leves. Isso nos daria cerca de 4 ou 5% do total de caminhões no Brasil. Queremos produzir aqui um veículo de qualidade suficiente para entrar nos Estados Unidos e na Europa. Nosso maior problema é o custo de produção, que ainda é bem alto no país. Mas o controle de qualidade das empresas de autopeças no Brasil é superior ao da China. Logo, um câmbio produzido aqui tem mais qualidade do que um produzido na China.
P – Muitos brasileiros olham as marcas chinesas com certa desconfiança. Como vocês pretendem amenizar isso? R – Os carros chineses são feitos com componentes chineses. Na Foton, os caminhões serão produzidos com os mesmos materiais utilizados pelas marcas que fabricam aqui. No começo, até tivemos alguma dificuldade para vender os caminhões chineses. Mas hoje não. A Volkswagen também é toda externa, igual à Foton. E nosso caminhão de 10 toneladas disputa mercado com o de 8 toneladas da Volkswagen. Isso porque oferecemos um produto mais barato que o de 10 toneladas deles e na mesma faixa de preço que o de oito toneladas. Isso tem dado um bom resultado para nós. Sentimos, é claro, certa restrição. Mas devemos fechar 2014 com 1.300 caminhões vendidos, sendo que as vendas no segundo semestre praticamente dobraram. Nosso chassis de 3,5 toneladas é de caminhão e concorre com modelos que usam chassis de vans. P – E como vocês pretendem trabalhar a questão do pós-venda? R – Estamos terminando o ano com 30 concessionárias, mas tínhamos 12 no começo do ano. Ampliamos a presença no território nacional e já temos duas concessionárias em São Paulo desde outubro, um mercado importantíssimo no país. Hoje temos unidades em Belém, São Luiz, Fortaleza, Natal, Recife e diversas na região Sul do país. Nosso plano é terminar 2015 com 50 concessionárias, o que já seria um número suficiente para atender regiões metropolitanas.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação
Estratégia de ocupação - Luiz Carlos Mendonça explica como pretende ganhar 4% do mercado de caminhões
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P – A Foton investe no Brasil em um momento de queda nas vendas de caminhões. Como isso influencia vocês? R – A leitura do mercado é outra. Entre 2005 e 2013, o Brasil deu um salto fantástico no automotivo. Produzíamos 1,3 milhão de automóveis e chegamos a 3,9 milhões por ano. Os caminhões tiveram um pulo de 50%, com produção de 120 mil a 130 mil caminhões atualmente. O que estamos vendo é uma fase de consolidação e, daqui para frente, teremos um crescimento mais moderado, associado às variações do PIB. O Brasil é o quinto maior mercado de caminhões. A China produz 4 milhões, Estados Unidos faz uns 600 ou 700 mil e a Europa, uns 250 mil. Estamos logo abaixo, ou seja, somos um mercado importante. P – Quais são as metas da Foton para o Brasil? R – Nosso objetivo é começar operando com uma produção de 2.200 unidades por ano. Mas até 2022 pretendemos atingir 20 mil. O nosso produto é bom, acreditamos que temos condições de garantir 10% do mercado de leves. Isso nos daria cerca de 4 ou 5% do total de caminhões no Brasil. Queremos produzir aqui um veículo de qualidade suficiente para entrar nos Estados Unidos e na Europa. Nosso maior problema é o custo de produção, que ainda é bem alto no país. Mas o controle de qualidade das empresas de autopeças no Brasil é superior ao da China. Logo, um câmbio produzido aqui tem mais qualidade do que um produzido na China.
P – Muitos brasileiros olham as marcas chinesas com certa desconfiança. Como vocês pretendem amenizar isso? R – Os carros chineses são feitos com componentes chineses. Na Foton, os caminhões serão produzidos com os mesmos materiais utilizados pelas marcas que fabricam aqui. No começo, até tivemos alguma dificuldade para vender os caminhões chineses. Mas hoje não. A Volkswagen também é toda externa, igual à Foton. E nosso caminhão de 10 toneladas disputa mercado com o de 8 toneladas da Volkswagen. Isso porque oferecemos um produto mais barato que o de 10 toneladas deles e na mesma faixa de preço que o de oito toneladas. Isso tem dado um bom resultado para nós. Sentimos, é claro, certa restrição. Mas devemos fechar 2014 com 1.300 caminhões vendidos, sendo que as vendas no segundo semestre praticamente dobraram. Nosso chassis de 3,5 toneladas é de caminhão e concorre com modelos que usam chassis de vans. P – E como vocês pretendem trabalhar a questão do pós-venda? R – Estamos terminando o ano com 30 concessionárias, mas tínhamos 12 no começo do ano. Ampliamos a presença no território nacional e já temos duas concessionárias em São Paulo desde outubro, um mercado importantíssimo no país. Hoje temos unidades em Belém, São Luiz, Fortaleza, Natal, Recife e diversas na região Sul do país. Nosso plano é terminar 2015 com 50 concessionárias, o que já seria um número suficiente para atender regiões metropolitanas.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação
Estratégia de ocupação - Luiz Carlos Mendonça explica como pretende ganhar 4% do mercado de caminhões
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Mercado
Publicado em: 17 Dec 2014 09:12:00
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