O transporte sustentável pode parecer um sonho. Mas uma iniciativa da Scania em parceria com a Itaipu Binacional pode mudar a ideia em relação ao assunto. A fabricante sueca colocou em circulação no Brasil um ônibus movido a biometano. No caso, o combustível é produzido a partir de dejetos de aves poedeiras e pode solucionar, de uma só vez, dois problemas: a poluição causada por essas fezes animais e a crescente emissão de poluentes causada pelo uso do diesel. Construído sobre um chassis de 15 metros, o modelo tem motor de cinco cilindros e 9.0 litros, sendo capaz de gerar até 320 cv. Mas o principal diferencial dele está na tecnologia utilizada para rodar com esse tipo de energia. Como o gás natural e o biometano são produzidos por diversas fontes, as gerações anteriores de propulsores tinham dificuldades de trabalhar com essa variação. O que já não ocorre com esse motor. “Ele se autorregula para essa variação e planejado para trabalhar especificamente com gás. Ou seja, funciona trabalha com gás natural ou qualquer outra composição química similar”, explica Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil. Segundo ele, a autonomia do veículo é de aproximadamente 350 quilômetros.
A idealização dessa parceria partiu do superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior – que também preside a Associação Brasileira de Biogás. E o fator determinante para que a ideia surgisse foi a degradação da qualidade da água nos reservatórios da usina hidrelétrica, causada pelo descarte irregular dos dejetos de cerca de 1,5 milhão de suínos, 60 milhões de aves e 500 mil vacas leiteiras. “Tudo isso vai parar na natureza, cai nos rios e vem parar aqui, em Itaipu. A melhor forma de resolver esse problema é transformar esse material em algo que, além de garantir a diminuição dessa poluição ambiental, ainda seja economicamente interessante”, defende Cícero.
O ônibus veio da Suécia e passou, antes de chegar ao Brasil, pela Colômbia e pelo México. Em dezembro, o veículo rodará em Porto Alegre. Para ser testado em perímetro urbano, já se estuda uma rota de transporte gratuito entre shoppings – por se tratar de uma importação temporária, a receita federal impõe condições de utilização e, entra elas, está a proibição da cobrança de tarifa. E, inicialmente em março, o modelo retornará à Suécia. Mas em breve o Brasil terá outra unidade similar. A Scania trará um chassis e, em parceria com uma encarroçadora que ainda será definida, montará um novo ônibus com características comuns ao transporte no Brasil. O que está atualmente no país tem carroceria da própria Scania e disponibilidade para 80 pessoas. Mas, pelo tamanho, quando for encarroçado no Brasil, ampliará essa capacidade para 120 passageiros. “É que na Europa as pessoas não gostam de contato físico, é uma questão de lá mesmo”, justifica Munhoz.
A expectativa da Scania é conseguir ganhar a confiança das autoridades e das empresas de transporte no país nessa tecnologia. Enquanto o biometano não ganhar uma escala industrial, a alternativa é utilizar o modelo abastecido com gás natural. Para uma demanda pequena, a solução seria importar unidades da Suécia. Mas no caso de procura maior, o diretor de Vendas de Ônibus garante ter condições de produzir no Brasil. “Temos um esquema de produção global. Esse chassis é exatamente igual ao 15 metros fabricado no Brasil. O que é exclusivo é o motor a gás, mas 80% dos seus componentes são comuns aos propulsores diesel, que são feitos aqui também”, explica Silvio Munhoz.
O grande apelo comercial do modelo, além da questão ecológica, é a redução de custos. Embora não tenha dados concretos para avaliar o quão mais caro um ônibus com essa tecnologia seria se comparado a um similar a diesel, Munhoz acredita que o aumento estaria em torno de 35%. Mas garante que esse acréscimo seria gradativamente liquidado pela economia de combustível. “Em relação ao preço por quilometragem, o custo do biometano é menor em 56% ante um veículo similar a diesel”, defende.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação
Causa nobre - Scania e Itaipu Binacional experimentam ônibus movido a gás natural e biometano obtido a partir de dejetos de animais
A idealização dessa parceria partiu do superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Júnior – que também preside a Associação Brasileira de Biogás. E o fator determinante para que a ideia surgisse foi a degradação da qualidade da água nos reservatórios da usina hidrelétrica, causada pelo descarte irregular dos dejetos de cerca de 1,5 milhão de suínos, 60 milhões de aves e 500 mil vacas leiteiras. “Tudo isso vai parar na natureza, cai nos rios e vem parar aqui, em Itaipu. A melhor forma de resolver esse problema é transformar esse material em algo que, além de garantir a diminuição dessa poluição ambiental, ainda seja economicamente interessante”, defende Cícero.
O ônibus veio da Suécia e passou, antes de chegar ao Brasil, pela Colômbia e pelo México. Em dezembro, o veículo rodará em Porto Alegre. Para ser testado em perímetro urbano, já se estuda uma rota de transporte gratuito entre shoppings – por se tratar de uma importação temporária, a receita federal impõe condições de utilização e, entra elas, está a proibição da cobrança de tarifa. E, inicialmente em março, o modelo retornará à Suécia. Mas em breve o Brasil terá outra unidade similar. A Scania trará um chassis e, em parceria com uma encarroçadora que ainda será definida, montará um novo ônibus com características comuns ao transporte no Brasil. O que está atualmente no país tem carroceria da própria Scania e disponibilidade para 80 pessoas. Mas, pelo tamanho, quando for encarroçado no Brasil, ampliará essa capacidade para 120 passageiros. “É que na Europa as pessoas não gostam de contato físico, é uma questão de lá mesmo”, justifica Munhoz.
A expectativa da Scania é conseguir ganhar a confiança das autoridades e das empresas de transporte no país nessa tecnologia. Enquanto o biometano não ganhar uma escala industrial, a alternativa é utilizar o modelo abastecido com gás natural. Para uma demanda pequena, a solução seria importar unidades da Suécia. Mas no caso de procura maior, o diretor de Vendas de Ônibus garante ter condições de produzir no Brasil. “Temos um esquema de produção global. Esse chassis é exatamente igual ao 15 metros fabricado no Brasil. O que é exclusivo é o motor a gás, mas 80% dos seus componentes são comuns aos propulsores diesel, que são feitos aqui também”, explica Silvio Munhoz.
O grande apelo comercial do modelo, além da questão ecológica, é a redução de custos. Embora não tenha dados concretos para avaliar o quão mais caro um ônibus com essa tecnologia seria se comparado a um similar a diesel, Munhoz acredita que o aumento estaria em torno de 35%. Mas garante que esse acréscimo seria gradativamente liquidado pela economia de combustível. “Em relação ao preço por quilometragem, o custo do biometano é menor em 56% ante um veículo similar a diesel”, defende.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação
Causa nobre - Scania e Itaipu Binacional experimentam ônibus movido a gás natural e biometano obtido a partir de dejetos de animais
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Ônibus
Publicado em: 03 Dec 2014 07:55:00
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