Criar uma frota de veículos mais sustentável é, cada vez mais, uma necessidade para as marcas automotivas. Seja para se adequar a padrões instaurados pela legislação ou para se posicionar como uma empresa preocupada com o meio ambiente. A Ford já vendia no exterior versões do hatch Fiesta com motor 1.0 turbo, capaz de entregar menos consumo de combustível e desempenho superior ao dos propulsores 1.6 ou até 1.8. E há cerca de três meses passou a importar para o Brasil o mesmo trem de força, que equipa hoje a configuração topo de linha do modelo, a Titanium Plus 1.0 Ecoboost. Novas variantes mais baratas ainda estão nos planos – o InMetro já aferiu unidades de versões SEL e SE do compacto, com essa motorização. Mas, por enquanto, quem quer economizar nos postos de gasolina e usufruir da ficha técnica ostensiva do propulsor Ecoboost precisa desembolsar nada menos que R$ 71.990 para isso.
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O motor trazido da Romênia tem três cilindros, 12 válvulas, bloco em ferro fundido e cabeçote e cárter em alumínio, comando com abertura variável na admissão e no escape, injeção direta de combustível, coletor de escape integrado ao bloco e turbo com intercooler que trabalha com até 1,5 bar de pressão. Ele traz bomba de óleo variável, que modula a pressão dos jatos de óleo que resfriam os pistões, e correia dentada interna de material elastômero, que resiste ao contato com óleo.
Além dos números de desempenho, a lista de itens de série do Fiesta turbinado foi criada para ser um chamariz no segmento. São sete airbags – incluindo os frontais, laterais, de cabeça e de joelhos para motorista –, sistema de partida sem a chave, que tem sensor de presença, e revestimento dos bancos em couro. As rodas de liga leve têm 16 polegadas e há ainda sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor eletrocrômico, piloto automático, ar-condicionado digital e central multimídia com comandos de voz e assistência de emergência. A Ford imagina que isso baste para estimular o público brasileiro a pagar mais de R$ 70 mil por um hatch compacto com motor 1.0 – apesar de ser um 1.0, para usar um termo que o marketing automotivo aprecia, “diferenciado”.
Consumo – O InMetro testou a versão turbinada 1.0 do Fiesta e aferiu médias de 12,2/15,3 km/litro de gasolina – é o único combustível que ele aceita. Este resultado proporcionou nota A na categoria e no geral, com consumo energético de 1,61 MJ/km. Nota 9. Conforto – Apesar de se posicionar em um patamar premium do segmento, o Fiesta é um compacto. E isso se traduz no seu espaço interno. Os bancos possuem boa densidade, mas por serem bem robustos acabam por diminuir a área disponível para os ocupantes de trás. Quatro pessoas de estatura mediana viajam bem, mas não há folgas. Nota 7. Tecnologia – O Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost traz um motor moderno e com turbocompressor, câmbio automatizado sequencial de seis marchas, sete airbags, controle de estabilidade e tração, chave presencial, rodas de liga leve aro 16 e diversas outras bossas tecnológicas. A central multimídia é um tanto limitada – a tela é diminuta e não é touch screen. A atual geração do modelo foi apresentada em 2007, lançada em 2008 e chegou ao Brasil em 2010. Nota 8.
Habitabilidade – Não há muitos porta-objetos, mas, os poucos existentes estão bem localizados e atendem razoavelmente à necessidade dos passageiros. A visibilidade é boa na dianteira, mas atrás fica um tanto prejudicada pelo vidro traseiro reduzido. O porta-malas carrega razoáveis 281 litros. Nota 7. Acabamento – Apesar da faixa de preço em que atua, o Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost não impressiona nesse quesito. Há plásticos por toda a parte, embora os materiais aparentem ser de boa qualidade e não haja qualquer rebarba aparente. As linhas interiores são charmosas, mas esse não é o forte do modelo. Há compactos mais baratos e que se destacam mais nessa categoria. Nota 6. Design – Apesar de não se tratar de um projeto novo, o desenho do Fiesta ainda agrada. Para exercer a função de versão de topo da linha no Brasil, a configuração Titanium Plus 1.0 Ecoboost prioriza a discrição e, consequentemente, insere certa elegância ao modelo. A exceção da logo “Ecoboost” na traseira, não há outro sinal que denuncie se tratar da variante 1.0 turbinada no exterior. Nota 8.
Custo/benefício – A Ford cobra R$ 71.990 pelo Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost. Entre os modelos vendidos no Brasil pelas fabricantes generalistas com propulsor 1.0 turbo, ele é o único que traz trocas automáticas de marchas. Sua ficha técnica de credenciais elevadas faz com que o modelo se torne até mais cara que versões de topo de outros compactos sem o pedal da embreagem e com motorização maior, mas seu auxílio de turbocompressor. Um Volkswagen Fox Highline com tudo que tem direito – até teto solar e câmbio automatizado – e motor 1.6 de 120 cv custa R$ 70.963, enquanto um Hyundai HB20 Premium com BlueMedia e banco de couro sai a R$ 66.745 com transmissão automática. Nota 5. Total – O Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost somou 75 pontos de 100.
Em movimento, o motor 1.0 Ecoboost – que é importado da Romênia – embala o Fiesta com bastante facilidade. Basta pisar com vontade o pedal do acelerador para que o hatch ganhe velocidade rapidamente. As arrancadas são eficientes e sua desenvoltura na cidade impressiona. Principalmente porque o torque máximo, de 17,3 kgfm, fica disponível já em baixas 1.400 rpm e se mantém intacto até os 4.500 giros. Na prática, isso significa vigor pleno sem precisar “esgoelar o propulsor” ou esperar uma reação do modelo.
A suspensão é macia o suficiente para garantir o conforto interno, mas não compromete em nada a segurança. Mesmo em alta velocidade e curvas mais fechadas, as rolagens de carroceria são controladas e o Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost se mantém equilibrado. Além disso, o carro é equipado com aparatos tecnológicos capazes de ajudar ao se transpor alguns limites, como o controle de estabilidade e de tração. E não é à toa: o Fiesta turbinado instiga realmente um comportamento mais agressivo de seu condutor. E é capaz de garantir bons momentos de diversão.
Potência máxima: 125 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 17,3 kgfm entre 1.400 e 4.500 rpm.
Aceleração zero a 100 km/h: 9,6 segundos.
Velocidade máxima: 195 km/h.
Transmissão: Automatizado de dupla embreagem com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Controle eletrônico de tração.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson. Traseira com eixo de torção autoestabilizante. Controle eletrônico de estabilidade.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,96 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,46 m de altura e 2,48 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, de cabeça e de joelho para o motorista.
Freios: Discos ventilados na frente e a tambor atrás com ABS e assistente de partida em rampa.
Pneus: 195/50 R16.
Capacidade porta-malas: 281 litros.
Capacidade tanque de combustível: 51,9 litros.
Produção: São Bernardo do Campo/SP.
Itens de série: Abertura elétrica da tampa do combustível, acendimento automático das luzes de emergência após freada brusca, alarme antifurto, faróis de neblina, freios ABS com EBD, brake-light, retrovisores externos com ajuste elétrico e indicador de direção, vidros, travas e direção elétricos. Ajuste de altura e profundidade do volante, ar-condicionado automático e digital, banco traseiro rebatível 60/40, sistema multimídia Sync 3 com rádio AM e FM, CD player e MP3, entrada USB e auxiliar, Blueetooth, comando de voz com função de telefone, AppLink, tela LCD multifuncional no painel central de 3,5 polegadas, controles de áudio no volante, revestimento em couro, sensores de luz e chuva, sensor de obstáculos dianteiro e traseiro.
Preço: R$ 71.990.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/CZN
Economia relativa - Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost custa caro mas consome pouco
Leia também:
- Impressões do Ford Fiesta 1.0 Ecoboost
O motor trazido da Romênia tem três cilindros, 12 válvulas, bloco em ferro fundido e cabeçote e cárter em alumínio, comando com abertura variável na admissão e no escape, injeção direta de combustível, coletor de escape integrado ao bloco e turbo com intercooler que trabalha com até 1,5 bar de pressão. Ele traz bomba de óleo variável, que modula a pressão dos jatos de óleo que resfriam os pistões, e correia dentada interna de material elastômero, que resiste ao contato com óleo.
Além dos números de desempenho, a lista de itens de série do Fiesta turbinado foi criada para ser um chamariz no segmento. São sete airbags – incluindo os frontais, laterais, de cabeça e de joelhos para motorista –, sistema de partida sem a chave, que tem sensor de presença, e revestimento dos bancos em couro. As rodas de liga leve têm 16 polegadas e há ainda sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, espelho retrovisor eletrocrômico, piloto automático, ar-condicionado digital e central multimídia com comandos de voz e assistência de emergência. A Ford imagina que isso baste para estimular o público brasileiro a pagar mais de R$ 70 mil por um hatch compacto com motor 1.0 – apesar de ser um 1.0, para usar um termo que o marketing automotivo aprecia, “diferenciado”.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor 1.0 turbinado tem uma ficha técnica que impressiona: são ostensivos 125 cv de potência e 17,3 kgfm de torque – este último já disponível plenamente em baixas 1.400 rpm. Com isso, arrancadas, retomadas e ultrapassagens são feitas com extremo vigor, se comparado aos rivais com propulsores do mesmo tamanho. Só o câmbio automatizado de dupla embreagem que parece mais preocupado com a eficiência energética do que com o desempenho, já que derruba demais os giros entre uma troca e outra. Nota 9. Estabilidade – O Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost se sai bem nas curvas. A suspensão é bem ajustada e, mesmo em velocidades mais altas, passa a sensação ao condutor de estar com o carro sempre à mão. Há ainda aparatos eletrônicos para ampliar a segurança, como controle de estabilidade e tração. Nota 9. Interatividade – Todos os comandos do Fiesta mais esportivo são de fácil manuseio e bem localizados. A chave presencial é um diferencial nesse segmento, mas o sistema Sync presente no modelo tem uma tela pequena e que não é touch screen. Para trocas de marchas manuais, é preciso recorrer a botões na própria alavanca, o que já desestimula qualquer um a tentar manter o controle absoluto sobre o câmbio. Nota 7.Consumo – O InMetro testou a versão turbinada 1.0 do Fiesta e aferiu médias de 12,2/15,3 km/litro de gasolina – é o único combustível que ele aceita. Este resultado proporcionou nota A na categoria e no geral, com consumo energético de 1,61 MJ/km. Nota 9. Conforto – Apesar de se posicionar em um patamar premium do segmento, o Fiesta é um compacto. E isso se traduz no seu espaço interno. Os bancos possuem boa densidade, mas por serem bem robustos acabam por diminuir a área disponível para os ocupantes de trás. Quatro pessoas de estatura mediana viajam bem, mas não há folgas. Nota 7. Tecnologia – O Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost traz um motor moderno e com turbocompressor, câmbio automatizado sequencial de seis marchas, sete airbags, controle de estabilidade e tração, chave presencial, rodas de liga leve aro 16 e diversas outras bossas tecnológicas. A central multimídia é um tanto limitada – a tela é diminuta e não é touch screen. A atual geração do modelo foi apresentada em 2007, lançada em 2008 e chegou ao Brasil em 2010. Nota 8.
Habitabilidade – Não há muitos porta-objetos, mas, os poucos existentes estão bem localizados e atendem razoavelmente à necessidade dos passageiros. A visibilidade é boa na dianteira, mas atrás fica um tanto prejudicada pelo vidro traseiro reduzido. O porta-malas carrega razoáveis 281 litros. Nota 7. Acabamento – Apesar da faixa de preço em que atua, o Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost não impressiona nesse quesito. Há plásticos por toda a parte, embora os materiais aparentem ser de boa qualidade e não haja qualquer rebarba aparente. As linhas interiores são charmosas, mas esse não é o forte do modelo. Há compactos mais baratos e que se destacam mais nessa categoria. Nota 6. Design – Apesar de não se tratar de um projeto novo, o desenho do Fiesta ainda agrada. Para exercer a função de versão de topo da linha no Brasil, a configuração Titanium Plus 1.0 Ecoboost prioriza a discrição e, consequentemente, insere certa elegância ao modelo. A exceção da logo “Ecoboost” na traseira, não há outro sinal que denuncie se tratar da variante 1.0 turbinada no exterior. Nota 8.
Custo/benefício – A Ford cobra R$ 71.990 pelo Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost. Entre os modelos vendidos no Brasil pelas fabricantes generalistas com propulsor 1.0 turbo, ele é o único que traz trocas automáticas de marchas. Sua ficha técnica de credenciais elevadas faz com que o modelo se torne até mais cara que versões de topo de outros compactos sem o pedal da embreagem e com motorização maior, mas seu auxílio de turbocompressor. Um Volkswagen Fox Highline com tudo que tem direito – até teto solar e câmbio automatizado – e motor 1.6 de 120 cv custa R$ 70.963, enquanto um Hyundai HB20 Premium com BlueMedia e banco de couro sai a R$ 66.745 com transmissão automática. Nota 5. Total – O Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost somou 75 pontos de 100.
Impressões ao dirigir
Além da aparência
Basta olhar os dados de potência e torque do Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost para perceber a esportividade potencial da versão. Mas, esteticamente, o que chama atenção mesmo é a total discrição adotada pela marca. Nada de faixas decorativas, elementos em vermelho ou visual “apimentado”. O que se vê é uma preocupação em dar à configuração uma elegância típica de topo de linha, mas sem exageros.Em movimento, o motor 1.0 Ecoboost – que é importado da Romênia – embala o Fiesta com bastante facilidade. Basta pisar com vontade o pedal do acelerador para que o hatch ganhe velocidade rapidamente. As arrancadas são eficientes e sua desenvoltura na cidade impressiona. Principalmente porque o torque máximo, de 17,3 kgfm, fica disponível já em baixas 1.400 rpm e se mantém intacto até os 4.500 giros. Na prática, isso significa vigor pleno sem precisar “esgoelar o propulsor” ou esperar uma reação do modelo.
A suspensão é macia o suficiente para garantir o conforto interno, mas não compromete em nada a segurança. Mesmo em alta velocidade e curvas mais fechadas, as rolagens de carroceria são controladas e o Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost se mantém equilibrado. Além disso, o carro é equipado com aparatos tecnológicos capazes de ajudar ao se transpor alguns limites, como o controle de estabilidade e de tração. E não é à toa: o Fiesta turbinado instiga realmente um comportamento mais agressivo de seu condutor. E é capaz de garantir bons momentos de diversão.
Ficha técnica
Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost
Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 999 cm³, três cilindros, quatro válvulas por cilindro, comando duplo variável no cabeçote com turbo-compressor com intercooler. Injeção direta de combustível.Potência máxima: 125 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 17,3 kgfm entre 1.400 e 4.500 rpm.
Aceleração zero a 100 km/h: 9,6 segundos.
Velocidade máxima: 195 km/h.
Transmissão: Automatizado de dupla embreagem com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Controle eletrônico de tração.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson. Traseira com eixo de torção autoestabilizante. Controle eletrônico de estabilidade.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,96 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,46 m de altura e 2,48 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, de cabeça e de joelho para o motorista.
Freios: Discos ventilados na frente e a tambor atrás com ABS e assistente de partida em rampa.
Pneus: 195/50 R16.
Capacidade porta-malas: 281 litros.
Capacidade tanque de combustível: 51,9 litros.
Produção: São Bernardo do Campo/SP.
Itens de série: Abertura elétrica da tampa do combustível, acendimento automático das luzes de emergência após freada brusca, alarme antifurto, faróis de neblina, freios ABS com EBD, brake-light, retrovisores externos com ajuste elétrico e indicador de direção, vidros, travas e direção elétricos. Ajuste de altura e profundidade do volante, ar-condicionado automático e digital, banco traseiro rebatível 60/40, sistema multimídia Sync 3 com rádio AM e FM, CD player e MP3, entrada USB e auxiliar, Blueetooth, comando de voz com função de telefone, AppLink, tela LCD multifuncional no painel central de 3,5 polegadas, controles de áudio no volante, revestimento em couro, sensores de luz e chuva, sensor de obstáculos dianteiro e traseiro.
Preço: R$ 71.990.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/CZN
Economia relativa - Ford Fiesta Titanium Plus 1.0 Ecoboost custa caro mas consome pouco
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 19 Oct 2016 13:00:00
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