3 de fev. de 2015

Papo de roda - O ferro da vovó

Papo de roda - O ferro da vovó



Ao contrário do que se imagina, reduzir o tamanho do carro não é a única solução para torná-lo mais leve
  O mercado exige hoje automóvel compacto, seguro, econômico e, se possível, com baixo índice de emissões. A antítese dessa tendência estava nos Estados Unidos, que viviam numa bolha de consumo farto e inconseqüente de combustível.
Custou, mas os enormes picapes e utilitários esportivos  que não rodavam nem cinco km por litro, desceram do pedestal. Foram substituídos por novos queridinhos, os japoneses e coreanos. A crise de 2008 encalhou definitivamente os paquidérmicos  beberrões norte-americanos nos pátios.
A Ford escapou por pouco,  GM e Chrysler quebraram. O governo dos EUA virou “sócio” das duas falidas e teve uma solução inteligente para a Chrysler: admitir a Fiat como parceira em troca de tecnologia atualizada e de acordo com as novas necessidades do mercado.
À primeira vista, a resposta a essas exigências é reduzir o tamanho do carro para torná-lo mais leve. Certo? Nem sempre!
As pesquisas apontam várias direções e, ao contrário do que se imagina,o carro pequeno não é a única solução.
  Redução de consumo e de emissões não depende exclusivamente do peso do automóvel, mas também da eficiência do motor e – poucos se lembram – da aerodinâmica. Principalmente na estrada,  carroceria com linhas mais fluidas corta melhor a barreira do ar e reduz a potência do motor necessária para se rodar em velocidades mais elevadas.
Entretanto, apesar de os novos modelos compactos estarem cada vez mais seguros, está provado também, que quanto maior o automóvel, maior o “crush space”, ou seja, o espaço disponível na cabine para absorver o impacto e proteger os passageiros.
A solução ideal, antes de encurtar o comprimento, é reduzir peso com materiais mais leves e resistentes.
Os carros da Fórmula 1 se acidentam com impactos em elevadíssimas velocidades e muitas vezes o piloto sai ileso de seu interior. A explicação está na carroceria que usa compostos de fibra-carbono super leves mas que absorvem cerca de dez vezes mais que o aço a energia gerada num impacto. Quando sua utilização se viabilizar economicamente, o peso dos automoveis será reduzido em cerca de 50%.
No Japão, a Toyota apresentou um carro-conceito que, quando lançado, derrubaria o Prius, seu bem sucedido híbrido. O 1/X pesa apenas um terço do Prius (420 kg) e bebe a metade de gasolina com seu motorzinho de meio litro sob o banco traseiro.
Outras japonesas como Nissan e a Mazda já iniciam a produção de automóveis 5 a 10% mais leves e anunciam o lançamento de modelos com redução de 15% de peso em cinco a dez anos.
A Ford vai na mesma direção e anunciou redução de 100 a 300 kg no peso de toda a sua linha de automóveis e picapes até 2020. Estão lembrados das nossas avós passando roupas com ferros pesadíssimos? A indústria automobilística demorou um século para descobrir que a eficiência não está no peso, mas na qualidade do material...

Fonte: R7
Categoria: formula-1
Publicado em: 2014-12-30T09:55:00-02:00

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