Em um universo como o automotivo, onde a busca pelo ganho na escala e na redução de custos é capaz de produzir abominações, a Subaru sempre foi uma marca "sui generis". A fabricante japonesa sempre olhou para seus modelos como obras de engenharia, o que acabou cativando um público fiel mundo afora. Seus carros costumam trazer motores boxer, tração integral e perfeita distribuição de peso entre as rodas, em busca de uma dinâmica de precisão, que encontra seu ponto máximo de esportividade nos modelos WRX e WRX STI de nova geração, que acabam de desembarcar o Brasil, trazidos pelo Grupo CAOA, representante da Subaru no país.
As duas versões foram criadas usando como base o sedã médio Impreza e trazendo das pistas e do campeonato mundial de rali, o WRC, diversos recursos para torná-los capazes de enfrentar asfalto e terra com grande destreza. No visual, os modelos ganham detalhes que logo denunciam a vocação para a velocidade. Os para-lamas são ressaltados em relação ao Impreza "normal" e spoiler, saias e extrator traseiro reforçam a esportividade. Nessa nova geração, os modelos ficaram mais leves e mais rígidos. Mas a maior diferença é mesmo a separação mais nítida entre as duas versões. A WRX é mais polivalente e "civilizada", enquanto o modelo STI busca a pureza esportiva.
O WRX chega com motor 2.0 turbo de 270 cv, gerenciado por um câmbio automático CVT com paddle shifts no volante de seis velocidades preestabelecidas – quando o modelo é configurado no mais agressivo dos três modos de condução, o Sport Sharp, o câmbio passa a ter oito marchas. Com esse trem de força, o WRX faz de zero a 100 km/h em 6,3 segundos e alcança 240 km/h. Embora seja esportivo, a suspensão ainda reserva algum conforto para os ocupantes. No habitáculo, há tudo que se pode esperar em um sedã médio completo, que custe R$ 147.900. Isso inclui teto solar elétrico, faróis de xenônio, rodas 18” de liga leve, revestimento dos bancos em couro, ar-condicionado dual zone e detalhes de acabamento em carbono.
Além desses mesmos itens de conforto, a versão STI também inclui recursos mais esportivos, como freios Brembo, rodas BBS, diferencial central ajustável e com bloqueio. O motor passa a ser o 2.5 litros turbo de 310 cv e o câmbio é sempre manual de seis marchas. O conjunto leva o STI a 255 km/h de velocidade final e cumpre o zero a 100 km/h em 5,2 segundos. O preço nesta versão chega a R$ 194.700. Não é barato, mas o valor é relativamente atraente para o segmento. O único concorrente à altura do WRX seria o finado Mitsubishi Evolution X, que tinha recursos semelhantes e custava R$ 220 mil. Para confrontar o WRX, há modelos apenas entre marcas premium, que são muito mais caras. E nenhum deles tem a capacidade off-road do japonês.
Exatamente por essas peculiaridades de seus produtos, a Subaru nunca havia se preocupado muito em crescer. Até a última virada de década. Nos últimos cinco anos, as vendas globais aumentaram 60% – pularam de 600 mil em 2011/2012 para beirar 1 milhão no ano fiscal 2014/2015. No Brasil, o volume não é tão expressivo, mas o ritmo de crescimento é até mais intenso. De 2013 até agora, a média mensal de vendas passou de 60 para 126 unidades em 2015. A previsão é que as duas versões esportivas ajudem a aumentar ainda mais esta performance, com 30 unidades mensais do WRX e 10 do STI.
Na versão mais mansa, a WRX, o motor é um 2.0 turbo de turbina dupla e injeção direta de combustível, com 270 cv de potência e 35,7 de torque. Ele é gerenciado por um novo câmbio automático, batizado de Lineartroinic, com oito relações. Apesar de exibir um desempenho explicitamente esportivo, esta combinação facilita muito também uma condução mais suave. Usado de forma mais agressiva, o WRX acelera forte a ponto de comprimir o corpo contra o encosto. A direção é bem direta, a comunicação com as rodas é intensa e as respostas às mudanças de marcha são extremamente rápidas. Ao contornar as curvas no autódromo da Fazenda Capuava, a carroceria mostrou um comportamento bastante neutro, apesar de a suspensão não ser tão dura a ponto de maltratar os ocupantes.
A impressão é que dificilmente se poderia extrair mais do modelo. Até que a versão WRX STI chega para desmantelar esta ideia. A sigla, que significa Subaru Técnica Internacional, representa a divisão da engenharia que tem a missão de explorar ao máximo as possibilidades esportivas dos modelos da marca, sem maiores concessões. Neste caso, isso significa uma motorização mais robusta, que passa a ser o conhecido 2.5 turbo com injeção multiponto, agora com 310 cv de potência e torque de 41,5 kgfm. Ele é gerenciado por um câmbio mecânico de seis marchas. A suspensão é enrijecida – os pneus 245/40 R18 praticamente fazem leitura em braile do pavimento –, e os freios passam a ser da Brembo. Também nesta versão aparece o famoso e indiscreto aerofólio traseiro e o controle manual do diferencial central. Através de uma pequena tecla no console, o piloto pode deixar o modelo mais traseiro ou mais dianteiro, transferindo até 80% da tração para o eixo dianteiro ou traseiro. Mas mesmo que o piloto transfira a dose máxima do torque para um dos eixos, as salvaguardas do STI não permitem que o modelo beire o "descontrole" nas tocadas mais esportivas, como costuma acontecer com os "pony cars" norte-americanos.
Transmissão: Câmbio manual com seis velocidades ou CVT com simulação de seis ou oito (no modo Sport Sharp) marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 270 cv a 5.600 rpm.
Torque máximo: 35,7 kgfm entre 2.400 e 5.200 rpm.
Diâmetro e curso: 86 mm x 86 mm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 6,3 segundos.
Velocidade máxima: 240 km/h. Motor WRX STI: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 2.497 cm³, duplo comando variável no cabeçote, turbo intercooler duplo em liga de alumínio, quatro cilindros horizontalmente opostos dois a dois, quatro válvulas por cilindro.
Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Controle eletrônico de tração e diferencial central ajustável.
Potência máxima: 310 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 41,5 kgfm a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 99,5 mm x 70 mm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 5,2 segundos.
Velocidade máxima: 255 km/h.
Suspensão: Independente nas quatro rodas. Dianteira invertida do tipo McPherson. Traseira com braços oscilantes. Oferece controle de estabilidade.
Freios: Freio a disco nas quatro rodas. Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD. Disco de freios Brembo (STI).
Carroceria: Sedã esportivo em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,59 metros de comprimento, 1,17 m de largura, 1,47 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos.
Pneus: 245/40 R18.
Peso: 1.529 kg e 1.516 kg (STI).
Capacidade do porta-malas: 460 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Gunma, Japão.
Lançamento no Brasil: Agosto de 2015.
Preços: R$ 147.900 e R$ 194.900 (STI).
Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias e Divulgação (interior e motor)
Força de aceleração - Subaru traz nova geração do WRX e WRX STI e aposta no crescimento da marca no Brasil
As duas versões foram criadas usando como base o sedã médio Impreza e trazendo das pistas e do campeonato mundial de rali, o WRC, diversos recursos para torná-los capazes de enfrentar asfalto e terra com grande destreza. No visual, os modelos ganham detalhes que logo denunciam a vocação para a velocidade. Os para-lamas são ressaltados em relação ao Impreza "normal" e spoiler, saias e extrator traseiro reforçam a esportividade. Nessa nova geração, os modelos ficaram mais leves e mais rígidos. Mas a maior diferença é mesmo a separação mais nítida entre as duas versões. A WRX é mais polivalente e "civilizada", enquanto o modelo STI busca a pureza esportiva.
O WRX chega com motor 2.0 turbo de 270 cv, gerenciado por um câmbio automático CVT com paddle shifts no volante de seis velocidades preestabelecidas – quando o modelo é configurado no mais agressivo dos três modos de condução, o Sport Sharp, o câmbio passa a ter oito marchas. Com esse trem de força, o WRX faz de zero a 100 km/h em 6,3 segundos e alcança 240 km/h. Embora seja esportivo, a suspensão ainda reserva algum conforto para os ocupantes. No habitáculo, há tudo que se pode esperar em um sedã médio completo, que custe R$ 147.900. Isso inclui teto solar elétrico, faróis de xenônio, rodas 18” de liga leve, revestimento dos bancos em couro, ar-condicionado dual zone e detalhes de acabamento em carbono.
Além desses mesmos itens de conforto, a versão STI também inclui recursos mais esportivos, como freios Brembo, rodas BBS, diferencial central ajustável e com bloqueio. O motor passa a ser o 2.5 litros turbo de 310 cv e o câmbio é sempre manual de seis marchas. O conjunto leva o STI a 255 km/h de velocidade final e cumpre o zero a 100 km/h em 5,2 segundos. O preço nesta versão chega a R$ 194.700. Não é barato, mas o valor é relativamente atraente para o segmento. O único concorrente à altura do WRX seria o finado Mitsubishi Evolution X, que tinha recursos semelhantes e custava R$ 220 mil. Para confrontar o WRX, há modelos apenas entre marcas premium, que são muito mais caras. E nenhum deles tem a capacidade off-road do japonês.
Exatamente por essas peculiaridades de seus produtos, a Subaru nunca havia se preocupado muito em crescer. Até a última virada de década. Nos últimos cinco anos, as vendas globais aumentaram 60% – pularam de 600 mil em 2011/2012 para beirar 1 milhão no ano fiscal 2014/2015. No Brasil, o volume não é tão expressivo, mas o ritmo de crescimento é até mais intenso. De 2013 até agora, a média mensal de vendas passou de 60 para 126 unidades em 2015. A previsão é que as duas versões esportivas ajudem a aumentar ainda mais esta performance, com 30 unidades mensais do WRX e 10 do STI.
Primeiras impressões
Refinamento dinâmico
Vinhedo/São Paulo – A Subaru é uma das raríssimas fabricantes de automóveis em série no mundo em que a engenharia tem peso preponderante nas decisões. Claro que marketing e custos de produção entram na equação, mas a batida de martelo nos projetos e nos recursos dos modelos é da área técnica. Esse rigor matemático aparece, por exemplo, no conceito "symmetrical all-whell drive". Nele, o peso do veículo é dividido igualmente entre cada uma das rodas. Esse é também um dos motivos da adoção dos motores boxer, que proporcionam centro de gravidade mais baixo e são posicionados de forma que quase todo o peso do bloco fique entre os eixos. Até o tanque de combustível é dividido em dois, para que a gasolina não pese mais para um dos lados. Quando em movimento, a tração integral com diferencial central trata de manter este equilíbrio, dosando permanentemente o torque. Essas regras são seguidas mesmo em modelos sem maiores pretensões esportivas. Mas no caso do WRX e do WRX STI, o conceito é levado ao limite.Na versão mais mansa, a WRX, o motor é um 2.0 turbo de turbina dupla e injeção direta de combustível, com 270 cv de potência e 35,7 de torque. Ele é gerenciado por um novo câmbio automático, batizado de Lineartroinic, com oito relações. Apesar de exibir um desempenho explicitamente esportivo, esta combinação facilita muito também uma condução mais suave. Usado de forma mais agressiva, o WRX acelera forte a ponto de comprimir o corpo contra o encosto. A direção é bem direta, a comunicação com as rodas é intensa e as respostas às mudanças de marcha são extremamente rápidas. Ao contornar as curvas no autódromo da Fazenda Capuava, a carroceria mostrou um comportamento bastante neutro, apesar de a suspensão não ser tão dura a ponto de maltratar os ocupantes.
A impressão é que dificilmente se poderia extrair mais do modelo. Até que a versão WRX STI chega para desmantelar esta ideia. A sigla, que significa Subaru Técnica Internacional, representa a divisão da engenharia que tem a missão de explorar ao máximo as possibilidades esportivas dos modelos da marca, sem maiores concessões. Neste caso, isso significa uma motorização mais robusta, que passa a ser o conhecido 2.5 turbo com injeção multiponto, agora com 310 cv de potência e torque de 41,5 kgfm. Ele é gerenciado por um câmbio mecânico de seis marchas. A suspensão é enrijecida – os pneus 245/40 R18 praticamente fazem leitura em braile do pavimento –, e os freios passam a ser da Brembo. Também nesta versão aparece o famoso e indiscreto aerofólio traseiro e o controle manual do diferencial central. Através de uma pequena tecla no console, o piloto pode deixar o modelo mais traseiro ou mais dianteiro, transferindo até 80% da tração para o eixo dianteiro ou traseiro. Mas mesmo que o piloto transfira a dose máxima do torque para um dos eixos, as salvaguardas do STI não permitem que o modelo beire o "descontrole" nas tocadas mais esportivas, como costuma acontecer com os "pony cars" norte-americanos.
Ficha técnica
Subaru WRX e WRX STI
Motor WRX: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 1.998 cm³, turbocompressor, duplo comando variável no cabeçote, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, injeção direta.Transmissão: Câmbio manual com seis velocidades ou CVT com simulação de seis ou oito (no modo Sport Sharp) marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 270 cv a 5.600 rpm.
Torque máximo: 35,7 kgfm entre 2.400 e 5.200 rpm.
Diâmetro e curso: 86 mm x 86 mm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 6,3 segundos.
Velocidade máxima: 240 km/h. Motor WRX STI: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 2.497 cm³, duplo comando variável no cabeçote, turbo intercooler duplo em liga de alumínio, quatro cilindros horizontalmente opostos dois a dois, quatro válvulas por cilindro.
Transmissão: Câmbio manual de seis marchas à frente e uma a ré. Tração integral. Controle eletrônico de tração e diferencial central ajustável.
Potência máxima: 310 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 41,5 kgfm a 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 99,5 mm x 70 mm.
Aceleração de zero a 100 km/h: 5,2 segundos.
Velocidade máxima: 255 km/h.
Suspensão: Independente nas quatro rodas. Dianteira invertida do tipo McPherson. Traseira com braços oscilantes. Oferece controle de estabilidade.
Freios: Freio a disco nas quatro rodas. Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS com EBD. Disco de freios Brembo (STI).
Carroceria: Sedã esportivo em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,59 metros de comprimento, 1,17 m de largura, 1,47 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos.
Pneus: 245/40 R18.
Peso: 1.529 kg e 1.516 kg (STI).
Capacidade do porta-malas: 460 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Gunma, Japão.
Lançamento no Brasil: Agosto de 2015.
Preços: R$ 147.900 e R$ 194.900 (STI).
Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias e Divulgação (interior e motor)
Força de aceleração - Subaru traz nova geração do WRX e WRX STI e aposta no crescimento da marca no Brasil
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 06 Aug 2015 08:37:00
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