26 de set. de 2014

Papo de roda - A boa etiqueta

Papo de roda - A boa etiqueta



Com o programa de etiquetagem, só compra carro “beberrão” quem quiser O prezado tem noção do consumo de combustível do seu automóvel? É o declarado pela fábrica ou resultado de suas próprias medições? Saiba que, em geral, nenhum dos dois reflete a realidade. Porque os números de consumo são vários... tantas as variáveis envolvidas. A começar do próprio método utilizado pelo motorista. As contas não são complicadas, basta encher o tanque no posto, zerar o hodômetro, rodar até esvaziar e tornar a abastecer. Anotar quantos quilômetros rodados e quantos litros consumidos. Teoricamente, basta dividir um pelo outro para saber o consumo, em km por litro. Mas existem distorções: o carro estava em local plano nos dois abastecimentos? O frentista do posto insistiu depois do clique? O automático (clique) da mangueira foi idêntico nas duas vezes? O trajeto tinha mesma topografia? As vias estavam igualmente congestionadas? A proporção entre quilômetros rodados em rua e estrada foi a mesma? Por essas e por outras, só dá para confiar numa média de várias medições. Sem contar que cada motorista tem estilo próprio e peso variável no pé direito, que também interfere (muito) no resultado. Tantas são as distorções que muitas fábricas nem declaram mais o consumo para evitar reclamações de usuários baseadas em medições “domésticas”. Mas existe um padrão para aferição científica do consumo. O carro é colocado num laboratório com dinamômetro e se simula um trajeto com arrancadas, freiadas, câmbio de marchas, espera no semáforo e em congestionamento, trânsito urbano, rodoviário, etc. Todos os carros submetidos à mesma aferição, de acordo com normas estabelecidas pela ABNT. Ou seja, se tiver distorção, é a mesma para todos os modelos testados. O que não importa muito, pois o que interessa não é o valor absoluto, mas o relativo: entre dois, três ou dez carros, quem gasta mais, quem gasta menos? O consumo do automóvel está cada na berlinda em todo o mundo por dois motivos: o preço do combustível não para de subir. (Exceto no Brasil. Mas um dia a conta chega...). E porque as emissões variam proporcionalmente ao consumo: sobe um, sobe o outro. Para organizar a desordem, foi lançado em 2008 o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, coordenado pelo Inmetro. As fábricas que aderem devem informar o consumo de pelo menos 50% de seus modelos. Depois de agrupados por tamanho, são classificados desde o menor até o maior consumo. As etiquetas já existiam em geladeiras, especificando o consumo mensal de energia elétrica.   Poucas fábricas aderiram inicialmente: em 2009, apenas 31 modelos estavam registrados no PBVE. Mas, com a necessidade de provar ao governo aumento de eficiência para ter direito às vantagens do plano Inovar Auto, o Inmetro já tinha registrado 298 modelos no ano passado. Assim como as geladeiras, automóvel zero km também tem sua classificação de consumo bem visível, numa etiqueta afixada no parabrisa. Só compra modelo “beberrão” quem quiser.

Fonte: R7
Publicado em: 2014-09-06T15:06:00-03:00
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