O vice-presidente mundial do grupo Chery disse, antes da cerimônia de “inauguração” de sua fábrica em Jacareí (SP), a primeira chinesa no Brasil e também a primeira da marca fora da China: “Se a empresa decidiu investir aqui, foi depois de muita pesquisa e ter certeza de que o mercado brasileiro valeria a pena”. Na cerimônia, com direito ao vice-presidente Michel Temer, governador Alckmin, ministros e outras autoridades brasileiras e chinesas, foi anunciada uma fábrica de motores (quase pronta) em área próxima e um centro de desenvolvimento de tecnologia a ser implantado também no Estado de São Paulo. Investimentos totais de R$1,2 bi, com financiamento de bancos chineses, embora a Chery seja uma estatal. Foi só festa mesmo: o início de fato das operações da fábrica está previsto para 28 de novembro, com a montagem do Celer (sedã e hatch), importado hoje da China por R$ 32 mil. Em 2015 será a vez do sub-compacto QQ, vendido hoje (também vindo da China) por R$ 24 mil, o carro mais barato do nosso mercado. Em 2016 passa a produzir também um utilitário esportivo no lugar do Tiggo (R$ 54 mil), que vem atualmente do Uruguai. No momento da solenidade, na quarta-feira, o aspecto era de fábrica “fantasma”, sem um único automóvel em toda a linha, pois a cabine de pintura ainda não estava pronta. Em compensação, não faltaram políticos excitados pelo período eleitoral... A empresa prevê uma produção inicial de 50 mil unidades anuais, podendo triplicar o volume nos próximos dois a três anos. Sua participação atual no mercado brasileiro é ínfima, de apenas 0,3%, mas seus executivos tem planos de chegar a 3%. Para isso, ela quer elevar rapidamente sua rede atual de 67 concessionários para cerca de 100 revendas. E, segundo o presidente da Chery Brasil, investir muito em qualidade para reverter a imagem atual dos automóveis chineses. Luis Cury, empresário paulista que iniciou as importações da marca em 2009, atual vice-presidente da Chery Brasil, não está preocupado com a fase de “vacas magras” do mercado brasileiro, tem certeza de que o mercado se recupera rapidamente e até deixou entender que a empresa está se beneficiando dela, pois a maioria do contratados (300 nesta primeira fase, chegam a 3.000 quando estiver operando a todo vapor) foram demitidos de outras montadoras, principalmente da GM na vizinha São José dos Campos. O índice inicial de nacionalização é de 50%. A Chery é a primeira chinesa mas não será única: a JAC vai montar automóveis na Bahía e caminhões no Rio e três outras marcas de caminhões também se implantam no Brasil.
Fonte: R7
Publicado em: 2014-09-03T13:43:00-03:00
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