Qualquer produto que se pretenda vender tem sua imagem valorizada. Mesmo quando o que se vê não é necessariamente condizente com a realidade. No mercado automotivo não é diferente. A aposta em versões de segmentos de entrada com visual esportivo são boas provas. A Volkswagen, por exemplo, sempre tratou de embutir uma ideia de robustez e esportividade em sua gama. E isso vale também – até com uma atenção especial – para os projetos mais antigos e que poucas atenções recebem da marca alemã no Brasil. Caso do Fox, que segue em sua primeira geração há 13 anos. O hatch “altinho” já tinha em seu portfólio a configuração apimentada Pepper, com motor 1.6 de 120 cv – o propulsor de entrada do médio Golf – e tecnologias como controle eletrônico de estabilidade de série. Mas, recentemente, adotou uma nova variante, mais em conta. Com ela, o marketing da marca alemã quer atrair consumidores que são seduzidos pela imagem esportiva, porém não têm poder aquisitivo para investir em motorizações mais potentes. Trata-se do Fox Run.
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A lista de itens de série é extensa, mas bem mais dedicada ao entretenimento e conforto do que à esportividade. Contempla ar-condicionado, sistema multimídia capaz de espelhar telefones celulares com tela de 5 polegadas, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, alarme, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador de bordo e faróis e lanternas de neblina. Opcionalmente, dá para adicionar câmara de ré, teto-solar elétrico, dois modelos de centrais multimídia superiores, rodas de liga leve aro 16”, controlador eletrônico de velocidade, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular. Mas nada que sirva, de fato, para acelerar com mais vigor o compacto da Volkswagen.
Interatividade – Todos os comandos ficam bem localizados no Fox. O interior, aliás, segue a linha racional comum aos modelos dos segmentos de entrada em que a marca alemã atua. Há duas opções de centrais multimídias para a versão Run, a mais cara delas com navegador GPS. A lista ainda inclui a possibilidade de contar com sensor crepuscular e de chuva e câmara de ré para manobras. É fácil lidar com o Fox Run, principalmente quando completo, com todos os opcionais. Nota 8. Consumo – O InMetro não testou nenhuma unidade do Volkswagen Fox com motor 1.6 litro de 104 cv. No entanto, o instituto avaliou o mesmo trem de força no Volkswagen Voyage, que pesa cerca de 3% menos que o Fox. No sedã, a média foi de 7,5/9,4 km/l e 11/13 km/l na cidade/estrada com etanol e gasolina no tanque, respectivamente. O resultado rendeu nota B tanto no geral quanto na categoria. Nota 7.
Conforto – O espaço interno é favorecido pela boa altura do Fox. Quatro adultos conseguem se acomodar no interior sem apertos. O isolamento acústico é eficiente em velocidades de cruzeiro na casa dos 110 km/h e condiz com a proposta do carro. A suspensão, apesar de ser um pouco mais firme, consegue absorver boa parte das irregularidades do asfalto. Nota 8. Tecnologia – O Fox chegou ao mercado em 2003 e, desde então, usa a mesma plataforma oriunda do Polo, de 2001. O motor 1.6 da versão Run também é antigo – versões mais caras ganham o propulsor 1.6 de 16V e 120 cv. Mas a lista de opcionais contempla itens como sensores crepuscular e de chuva e o modelo já traz de série central multimídia com espelhamento de celulares. Nota 7.
Habitabilidade – A cabine tem bons porta-objetos que facilitam o dia a dia. Há também uma gaveta sob o banco do motorista, boa para esconder itens mais valiosos. O porta-malas, no entanto, leva apenas 270 litros. Há compactos com capacidade maior. Nota 7. Acabamento – O interior do modelo é simples, mas correto. Há plástico rígido abundante, porém com encaixes e arremates bons. Os tecidos são de boa qualidade – na versão Run, são exclusivos –, mas parecem aquém do alto valor cobrado pelo modelo. Nota 6. Design – O desenho do Fox pouco mudou desde seu lançamento, há longínquos 13 anos. A edição especial Run adiciona alguns detalhes que a diferencia das demais, principalmente as faixas laterais, grade dianteira tipo colmeia em preto brilhante e os faróis e lanternas escurecidos. Nota 6.
Custo/benefício – A Volkswagen cobra iniciais R$ 53.740 pelo Fox Run. Com itens como teto solar, câmara de ré, controle de velocidade de cruzeiro, rodas de liga leve de 16 polegadas, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular, vai a R$ 61.312. A cor metálica da unidade avaliada ainda adiciona mais R$ 1.351 à conta, o que resulta em R$ 62.663. Ultrapassar a faixa dos R$ 60 mil é um tanto demais para um projeto tão antigo. Nota 6. Total – O Volkswagen Fox Run somou 71 pontos em 100 possíveis.
É bem fácil encontrar a melhor posição para o motorista, graças ao eficiente ajuste de altura do banco. Os comandos estão todos à mão e têm leitura simples. A visibilidade traseira poderia ser melhor, em função do vidro um tanto reduzido, mas a câmara de ré opcional – a R$ 674 – melhora a vida do condutor. Nas manobras de estacionamento, a direção elétrica é outro trunfo do carro: extremamente leve em baixa velocidade e, conforme o velocímetro sobe, ganha a firmeza necessária para transmitir segurança.
O motor 1.6 de 104 cv com etanol e 8V é antigo, mas isso não se traduz necessariamente em um desempenho que decepciona. Ao contrário. O bom torque de 15,6 kgfm com o mesmo combustível fica disponível por completo já em 2.500 rpm. Isso significa que não é necessário “esgoelar” o Fox Run para extrair dele todo o vigor que ele pode entregar. Mas, apesar da ideia de velocidade que a alcunha “Run” tenta empregar ao hatch, está longe de apresentar um comportamento de fato arisco. Esportividade, nesse caso, é apenas para os olhos.
Potência: 101 cv e 104 cv a 5.250 rpm com gasolina e etanol.
Torque: 15,4 kgfm e 15,6 kgfm a 2.500 rpm com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 76,5 X 86,9 mm.
Taxa de compressão: 12,1:1.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos.
Velocidade máxima: 181 km/h.
Peso: 1.094 kg.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora. Traseira por barra de torção e amortecedores hidráulicos.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,87 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,55 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos.
Pneus: 195/55 R15.
Porta-malas: 270 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Itens de série: Computador de bordo, sistema de alarme com comando remoto, banco do motorista com ajuste milimétrico de altura, ar-condicionado, chave tipo "canivete" com comando remoto, coifa e manopla da alavanca de transmissão em couro sintético, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, retrovisores externos elétricos com função tilt down no lado direito, faróis e lanternas de neblina, gaveta sob o banco do motorista, porta-luvas com iluminação, porta-revistas nos encostos dos bancos dianteiros, porta-malas com abertura por controle remoto, tomada 12V no console central, vidros e travas elétricos, direção elétrica, banco traseiro rebatível (encosto e assento), volante multifuncional revestido em couro, aerofólio traseiro na cor do veículo, retrovisores pintados em preto, rodas de liga leve aro 15", sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e sistema de entretenimento com espelhamento de celulares.
Preço básico: R$ 53.740.
Opcionais da unidade avaliada: Cor azul metálica, rodas de liga leve aro 16" com pneus 195/50 R16, teto solar, câmara de ré, controle de velocidade de cruzeiro, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular.
Preço: R$ 62.663.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias
Na velocidade do marketing - Volkswagen Fox Run aposta na esportividade – mas restrita ao visual
Veja também:
- Teste do Volkswagen Fox Track
A lista de itens de série é extensa, mas bem mais dedicada ao entretenimento e conforto do que à esportividade. Contempla ar-condicionado, sistema multimídia capaz de espelhar telefones celulares com tela de 5 polegadas, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, alarme, vidros, travas e retrovisores elétricos, computador de bordo e faróis e lanternas de neblina. Opcionalmente, dá para adicionar câmara de ré, teto-solar elétrico, dois modelos de centrais multimídia superiores, rodas de liga leve aro 16”, controlador eletrônico de velocidade, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular. Mas nada que sirva, de fato, para acelerar com mais vigor o compacto da Volkswagen.
Ponto a ponto
Desempenho – O motor 1.6 do Fox Run não chega a expressar esportividade, mas movimenta o hatch de forma satisfatória. Os 15,6 kgfm de torque máximo com etanol surgem integralmente já em 2.500 giros, proporcionando alguma agilidade e desenvoltura. O câmbio manual tem engates precisos e, de maneira geral, o Fox Run se dá bem tanto na estrada quanto na cidade. Nota 8. Estabilidade – O Fox tem a típica suspensão firme da Volkswagen. Mas o fato de ser levemente mais alto faz com que as rolagens de carroceria chamem mais atenção do que em outros hatches. A direção, no entanto, tem relação mais direta com as rodas e peso correto em velocidades altas. Nota 8.Interatividade – Todos os comandos ficam bem localizados no Fox. O interior, aliás, segue a linha racional comum aos modelos dos segmentos de entrada em que a marca alemã atua. Há duas opções de centrais multimídias para a versão Run, a mais cara delas com navegador GPS. A lista ainda inclui a possibilidade de contar com sensor crepuscular e de chuva e câmara de ré para manobras. É fácil lidar com o Fox Run, principalmente quando completo, com todos os opcionais. Nota 8. Consumo – O InMetro não testou nenhuma unidade do Volkswagen Fox com motor 1.6 litro de 104 cv. No entanto, o instituto avaliou o mesmo trem de força no Volkswagen Voyage, que pesa cerca de 3% menos que o Fox. No sedã, a média foi de 7,5/9,4 km/l e 11/13 km/l na cidade/estrada com etanol e gasolina no tanque, respectivamente. O resultado rendeu nota B tanto no geral quanto na categoria. Nota 7.
Conforto – O espaço interno é favorecido pela boa altura do Fox. Quatro adultos conseguem se acomodar no interior sem apertos. O isolamento acústico é eficiente em velocidades de cruzeiro na casa dos 110 km/h e condiz com a proposta do carro. A suspensão, apesar de ser um pouco mais firme, consegue absorver boa parte das irregularidades do asfalto. Nota 8. Tecnologia – O Fox chegou ao mercado em 2003 e, desde então, usa a mesma plataforma oriunda do Polo, de 2001. O motor 1.6 da versão Run também é antigo – versões mais caras ganham o propulsor 1.6 de 16V e 120 cv. Mas a lista de opcionais contempla itens como sensores crepuscular e de chuva e o modelo já traz de série central multimídia com espelhamento de celulares. Nota 7.
Habitabilidade – A cabine tem bons porta-objetos que facilitam o dia a dia. Há também uma gaveta sob o banco do motorista, boa para esconder itens mais valiosos. O porta-malas, no entanto, leva apenas 270 litros. Há compactos com capacidade maior. Nota 7. Acabamento – O interior do modelo é simples, mas correto. Há plástico rígido abundante, porém com encaixes e arremates bons. Os tecidos são de boa qualidade – na versão Run, são exclusivos –, mas parecem aquém do alto valor cobrado pelo modelo. Nota 6. Design – O desenho do Fox pouco mudou desde seu lançamento, há longínquos 13 anos. A edição especial Run adiciona alguns detalhes que a diferencia das demais, principalmente as faixas laterais, grade dianteira tipo colmeia em preto brilhante e os faróis e lanternas escurecidos. Nota 6.
Custo/benefício – A Volkswagen cobra iniciais R$ 53.740 pelo Fox Run. Com itens como teto solar, câmara de ré, controle de velocidade de cruzeiro, rodas de liga leve de 16 polegadas, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular, vai a R$ 61.312. A cor metálica da unidade avaliada ainda adiciona mais R$ 1.351 à conta, o que resulta em R$ 62.663. Ultrapassar a faixa dos R$ 60 mil é um tanto demais para um projeto tão antigo. Nota 6. Total – O Volkswagen Fox Run somou 71 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Foco aspiracional
Criar uma série de versões de um mesmo modelo é uma estratégia típica de fabricantes que querem aumentar o potencial de vendas de determinado carro. No caso do Volkswagen Fox, no entanto, a configuração Run tem duas funções extras: embarcar no sucesso que a estética esportiva sempre fez entre os compactos e ajudar a amenizar a intensa sensação de “déjà vu” que o hatch carrega. Não resolve, mas “maquia” um pouco o visual datado que o carro tem no mercado – afinal, são 13 anos de “vida” sem qualquer grande mexida no design.É bem fácil encontrar a melhor posição para o motorista, graças ao eficiente ajuste de altura do banco. Os comandos estão todos à mão e têm leitura simples. A visibilidade traseira poderia ser melhor, em função do vidro um tanto reduzido, mas a câmara de ré opcional – a R$ 674 – melhora a vida do condutor. Nas manobras de estacionamento, a direção elétrica é outro trunfo do carro: extremamente leve em baixa velocidade e, conforme o velocímetro sobe, ganha a firmeza necessária para transmitir segurança.
O motor 1.6 de 104 cv com etanol e 8V é antigo, mas isso não se traduz necessariamente em um desempenho que decepciona. Ao contrário. O bom torque de 15,6 kgfm com o mesmo combustível fica disponível por completo já em 2.500 rpm. Isso significa que não é necessário “esgoelar” o Fox Run para extrair dele todo o vigor que ele pode entregar. Mas, apesar da ideia de velocidade que a alcunha “Run” tenta empregar ao hatch, está longe de apresentar um comportamento de fato arisco. Esportividade, nesse caso, é apenas para os olhos.
Ficha técnica
Volkswagen Fox Run
Motor: Bicombustível, 1.598 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha e duas válvulas por cilindro. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.Potência: 101 cv e 104 cv a 5.250 rpm com gasolina e etanol.
Torque: 15,4 kgfm e 15,6 kgfm a 2.500 rpm com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 76,5 X 86,9 mm.
Taxa de compressão: 12,1:1.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,6 segundos.
Velocidade máxima: 181 km/h.
Peso: 1.094 kg.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com barra estabilizadora. Traseira por barra de torção e amortecedores hidráulicos.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,87 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,55 m de altura e 2,47 m de distância entre-eixos.
Pneus: 195/55 R15.
Porta-malas: 270 litros.
Tanque de combustível: 50 litros.
Produção: São José dos Pinhais, Paraná.
Itens de série: Computador de bordo, sistema de alarme com comando remoto, banco do motorista com ajuste milimétrico de altura, ar-condicionado, chave tipo "canivete" com comando remoto, coifa e manopla da alavanca de transmissão em couro sintético, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, retrovisores externos elétricos com função tilt down no lado direito, faróis e lanternas de neblina, gaveta sob o banco do motorista, porta-luvas com iluminação, porta-revistas nos encostos dos bancos dianteiros, porta-malas com abertura por controle remoto, tomada 12V no console central, vidros e travas elétricos, direção elétrica, banco traseiro rebatível (encosto e assento), volante multifuncional revestido em couro, aerofólio traseiro na cor do veículo, retrovisores pintados em preto, rodas de liga leve aro 15", sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e sistema de entretenimento com espelhamento de celulares.
Preço básico: R$ 53.740.
Opcionais da unidade avaliada: Cor azul metálica, rodas de liga leve aro 16" com pneus 195/50 R16, teto solar, câmara de ré, controle de velocidade de cruzeiro, retrovisor interno eletrocrômico e sensores de chuva e crepuscular.
Preço: R$ 62.663.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Isabel Almeida/Carta Z Notícias
Na velocidade do marketing - Volkswagen Fox Run aposta na esportividade – mas restrita ao visual
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 17 Aug 2016 14:30:00
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