A queda constante no setor automotivo nacional é motivo de dor de cabeça para diversos fabricantes, principalmente os de caminhões. Mas a DAF é uma exceção à regra. A marca holandesa cresce, aos poucos, no mercado nacional. Da fábrica, localizada em Ponta Grossa, no Paraná – a primeira erguida fora da Europa –, já foram vendidas 600 unidades da linha XF, a única em comercialização atualmente, nos dois anos de trabalho. Mas o portfólio está prestes a ganhar reforços. “Vamos ampliar nossa atuação com a linha CF, que contemplará também versões em 4X2. Desta forma, já prevemos um avanço maior da marca no cenário brasileiro”, antecipa Luis Gambim, diretor comercial da DAF Caminhões do Brasil. O executivo explica, na entrevista a seguir, como está o cronograma de expansão da rede de concessionários e qual é a projeção de crescimento com as novidades no portfólio da marca, que tem hoje 2,3 % de market share no segmento de pesados no Brasil. P – Qual o balanço que vocês fazem desses dois anos de produção no Brasil? R – Muito positivo, até porque a DAF trabalha com uma visão de longo prazo. Chegamos em 2011, sem uma fábrica no Brasil. Anunciamos o investimento de US$ 320 milhões e em 2013 já tínhamos a fábrica construída. Nossa produção da linha XF foi iniciada em 2 de outubro de 2013. Agora, temos novos modelos de caminhões sendo lançados e uma rede de concessionários estabelecida. Somos otimistas, até porque confiamos que temos um produto premium. O mercado é grande e nós somos uma empresa ainda pequena no Brasil, com 220 funcionários. Temos uma estrutura com custos reduzidos em comparação com outras fabricantes. Assim, enfrentamos esse momento com uma tranquilidade diferente delas.
P – Então o atual momento de crise no setor pode ser benéfico para a DAF? R – Essa fase é propícia, porque nos dá tempo de estruturarmos a marca e darmos treinamento para nossas equipes e conseguir, no futuro, atender cada vez mais clientes. Nosso produto tem robustez e oferece conforto, além de custo operacional baixo. Muitos dos nossos clientes que efetuaram a primeira compra já retornaram para adquirir novos veículos. Emplacamos nesses dois anos 600 caminhões. Formando equipe e rede de concessionários cada vez mais consistentes e com nível de relacionamento com clientes muito grande. Nossa evolução no mercado é mesmo uma questão de tempo. E nos próximos anos será bem forte.
P – Quais são as apostas de vocês para esse crescimento? R – Já incrementamos nossas versões do XF, que englobavam motorizações 410 cv e 460 cv, com um propulsor de 510 cv, há dois meses. Vamos entrar no mês que vem em um novo segmento, com a linha CF, na configuração 4X2. É um caminhão totalmente consolidado na Europa que também será oferecido na versão 6X2, com motores de 360 cv e 410 cv e adequados para curtas e médias distâncias. Isso vai ampliar nossa visibilidade e possibilitar que a gente atue em uma fatia maior do mercado. Nossa projeção é fechar 2015 com 2,5% de market share entre os pesados e temos a ambição de chegar a 5% em 2016.
P – Como está a expansão da rede de concessionários da DAF? R – Nós contamos hoje com 20 pontos espalhados pelo Brasil. Temos um sistema de assistência em vans equipadas com todo o ferramental disponível para atender nossos caminhões. Nosso cronograma de crescimento prevê a abertura de mais cinco pontos até o fim do ano e, a partir de 2016 que vem, 10 a cada ano. Com isso, a previsão é fechar 2020 com 75 pontos no país. Temos postos avançados de serviços estrategicamente posicionados para dar suporte às regiões sem concessionários.
Autor: Márcio Maio (Auto Press)
Fotos: Divulgação
Acerto de contas - DAF Caminhões deve fechar 2015 com 2,5% de market share entre os pesados e a expectativa é dobrar a participação até 2016
Fonte: Salão do Carro
Categoria: Mercado
Publicado em: 07 Oct 2015 13:41:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário