5 de jul. de 2014

Vendas de carros têm pior semestre em quatro anos

Vendas de carros têm pior semestre em quatro anos
Venda de carros no primeiro semestre foi a menor desde 2010 Maira Vieira/Estadão Conteúdo

O balanço das vendas de automóveis e comerciais leves em junho e no primeiro semestre, divulgado nesta quarta-feira (2) pela Fenabrave, confirmou o cenário de recessão que vive o setor automobilístico em 2014. Ao todo, foram comercializados 1.582.634 modelos entre janeiro e junho, total 7,3% inferior aos 1.707.780 emplacamentos registrados no mesmo período de 2013. Em volume, o mercado brasileiro voltou ao patamar de vendas de 2010.

Para o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos, Flávio Meneghetti, o entrave continua sendo a restrição de crédito para a compra de novos. Segundo o executivo, menos de 40% dos contratos são aprovados atualmente, mesmo com a inadimplência estável na casa dos 5%.

— O nível de aprovação de crédito caiu demais e isso, para mim, foi o fator mais impactante da queda. O banqueiro perdeu o apetite neste segmento, porque o sistema é lento, oneroso e beneficia o inadimplente. Leva-se até 220 dias para a Justiça recolher um carro e, na maioria das vezes, o prejuízo com despesas é alto, sem contar a desvalorização. O curioso é que o automóvel sempre foi uma boa garantia para os bancos.

Festa para o IPI congelado

O anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que confirmou na última segunda (30) o congelamento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos até 31 de dezembro, foi recebido com festa pelo setor. De acordo com Meneghetti, "se o aumento do IPI viesse, o mercado não absorveria o repasse de preços".

— Nosso veículo é um dos mais tributados do mundo. Diante disso, qualquer redução de imposto é bem-vinda e tem impacto direto nas vendas.

O presidente da Fenabrave, porém, não acredita na manutenção do IPI reduzido em 2015, após as eleições.

— Desta vez não haverá nem tecnicamente, nem politicamente, um continuísmo nesse sentido.

Durante coletiva em São Paulo, Flávio Meneghetti também apontou uma soma de vários fatores para justificar o balanço negativo do primeiro semestre. Além da restrição ao crédito, houve uma antecipação de vendas no primeiro trimestre do ano (quando os estoques eram de 2013, ainda sem o aumento do IPI) e o período da Copa do Mundo.

Luz no fim do túnel

Como diz o ditado, "a esperança é a última que morre", e a Fenabrave vê um cenário bem diferente para o segundo semestre. Segundo Meneghetti, serão lançamentos nos próximos meses ao menos 14 modelos inéditos, o que vai movimentar o mercado. O Salão do Automóvel de São Paulo, no fim de outubro, também impactará nas vendas.

— Acreditamos em um aumento de 5% nas vendas de carros e comerciais leves, que devem fechar o ano com um acumulado em torno de 3,3 milhões de veículos. Isso certamente reduzirá a queda no acumulado, mas dificilmente conseguiremos reverter o cenário. Perdemos um mês com as eleições e a Copa, e é difícil recuperar um mês inteiro.

Saiba tudo sobre carros! Acesse www.r7.com/carros


Publicado em: 2014-07-02T18:24:00-03:00
Ler mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário