30 de nov. de 2016

Primeiras impressões da Volkswagen Amarok 2017

Primeiras impressões da Volkswagen Amarok 2017


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Pode ser reflexo da chegada da Fiat Toro ou do chamado “diesel-gate” – em que a Volkswagen foi flagrada burlando testes de emissões de seu motor diesel. O fato é que as vendas da Volkswagen Amarok sofreram uma forte queda nos últimos seis meses. Foram da média de mil para 600 mensais, enquanto as rivais diretas se mantiveram basicamente no mesmo patamar. Entre as sete picapes médias do mercado – incluída aí a Toro –, a Amarok fica em sexto lugar, à frente apenas da cansada Nissan Frontier. A montadora alemã tinha mesmo de reagir. Tratou de mudar o visual da picape, para que se aproximasse da nova identidade da marca, e investiu em melhorar o conteúdo do modelo. Para completar, criou uma nova versão de topo, Highline Extreme, com visual mais esportivo e requintado.

Externamente, a Amarok ganhou nova grade e para-choques dianteiro com um desenho que abusa das linhas geométricas A marca também decidiu valorizar o sistema 4Motion, de tração integral permanente, que agora é mencionado nas laterais da caçamba e na tampa traseira. O mesmo estilo com linhas retas se repete no cluster de instrumentos, console central, nas saídas de ar e no painel superior. Mas a mudança mais substancial foi a adoção dos mesmos bancos dianteiros do Passat, com ajustes elétricos nas versões mais requintadas. A central multimídia também foi atualizada e agora tem miror link e conversa com smartphones Android e Apple. E também ganhou uma inédita entrada USB.

Nas versões de entrada, S, o famigerado motor 2.0 turbodiesel é sempre gerenciado por um câmbio manual de seis marchas que desenvolve 140 cv de potência e 34,7 kgfm de torque. Na SE, um segundo turbo é aplicado ao propulsor, que passa a render 180 cv de potência, com 40,8 kgfm de torque. As versões superiores trabalham sempre com câmbio automático, o que permite elevar o torque a 42,8 kgfm.

Para a linha 2017, os preços também foram modificados. Nas chamadas versões para frotistas, S e SE, caíram entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. A S de entrada, única cabine simples da linha, custa agora R$ 113.990, enquanto a cabine dupla foi para R$ 126.990. Já a SE ficou em R$ 130.990. Nas chamadas versões de varejo, Trendline e Highline, ocorreu o contrário: os preços subiram. A primeira foi para R$ 148.990 e a Highline bate nos R$ 167.990. Acima delas, entra a Extreme por R$ 177.990.

Até para justificar a subida de preços, alguns itens que eram opcionais na versão Highline passam a ser de série. Caso dos faróis de xênon, do leitor de pressão dos pneus, dos airbags laterais e de cabeça, das luzes diurnas em led e dos paddle shifts no volante para troca de marchas. A nova versão Highline Extreme tem uma cor exclusiva, chamada de Azul Ravenna, e recebe outros apetrechos, sempre com a intenção de valorizar a esportividade do modelo. Caso das rodas de liga com acabamento diamantado de 20 polegadas e do santantonio na cor da carroceria, com um emblema “Extreme” cravejado na lateral. No interior, o couro dos bancos é de melhor qualidade e tem uma costuma mais caprichada. Uma distinção das versões Highline é a grade, com detalhes cromados. A ideia da Volkswagen é que a série Extreme seja permanente na linha Amarok. E ela só deve perder a condição de topo de linha com a chegada da nova motorização 3.0 V6 turbodiesel, já vendida na Argentina e na Europa. No Brasil, a previsão é que desembarque somente na linha 2018.

Primeiras impressões

Aproximar picape e carro de passeio foi além do marketing na Volkswagen Amarok. Revestimentos, espaço interno e até o motor diesel eram típicos de automóveis. Assim como o desenho do banco traseiro, que recebe bem os ocupantes e não parece improvisado, como em geral ocorre com picapes cabine dupla. Agora, na linha 2017, a fabricante incorporou mais dois itens que reforçam essa “vocação”: os paddle shifts no volante, que acompanham todas as versões automáticas, e os bancos dianteiros elétricos, importados do Passat, que têm ótima ergonomia e pronunciados apoios laterais para segurar o corpo nas curvas.

O novo painel também valorizou o interior da Amarok. As linhas angulosas, que parecem moldadas com espátulas, deram um ar mais moderno ao carro. Mas isso é apenas moda. Design de carro oscila entre geométrico e orgânico de tempos em tempos. O interior oferece um espaço apenas razoável para quatro adultos. Desta vez, a Volkswagen se rendeu às evidências de que, embora não estejam no padrão DIN – uma espécie de InMetro alemão –, entradas USB são extremamente desejadas pelos consumidores. Assim como telas sensíveis ao toque. O sensor da tela da Amarok, aliás, é tão sensível que não é necessário sequer que haja o toque propriamente dito. Basta aproximar o dedo para o comando ser detectado.
No mais, não houve alterações técnicas. Os diversos controles dinâmicos do carro se mantêm atuando de forma inteligente: são presentes no off-road e discretos no on-road. O motor, suave e silencioso, tem as limitações tradicionais. Em situações-limite, como numa subida de rampa íngrime, a Amarok se sai bem, graças à primeira marcha muito curta – com relação de 4,70:1. Só que a segunda é 33% mais longa, o que cria um “buraco” no escalonamento. Na prática, em condições normais de trânsito, a primeira só serve para “estufar o peito” para a picape vencer a inércia. A ultrapassagem de um quebra-mola, por exemplo, acaba sendo feita em segunda e o motor “sente” as duas toneladas do veículo. Mas isso acaba se tornando um detalhe diante do conforto e equilíbrio dinâmico que a Amarok exibe o tempo todo.

Ficha técnica

Volkswagen Amarok 2.0 diesel

Motor: A diesel, dianteiro, longitudinal, 1.968 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com duplo comando no cabeçote. Injeção direta de combustível do tipo common rail, acelerador eletrônico e turbo simples (140 cv) ou duplo (180 cv) com intercooler.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração integral permanente (reduzida selecionável com câmbio manual), bloqueio eletrônico do diferencial e controle eletrônico de tração. Bloqueio manual do diferencial traseiro opcional.
Potência máxima: 140 cv a 3.500 rpm ou 180 cv a 4 mil rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,1 segundos(turbo cabine dupla manual),12,8 segundos (turbo cabine simples manual), 10,6 segundos (biturbo manual) e 10,9 segundos (biturbo automática).
Velocidade máxima: 166/183/179 km/h.
Torque máximo: 34,7 kgfm a 1.600 rpm (turbo), 40,8 kgfm a 1.500 rpm (biturbo manual) e 42,8 kgfm a 1.750 rpm (biturbo automática).
Diâmetro e curso: 81,0 mm x 95,5 mm.
Taxa de compressão: 16,5:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo double wishbone, com braços sobrepostos, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Traseira por eixo rígido, com feixe de molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 245/70 R16 (S e SE), 245/65 R17 (Trendline), 255/60 R18 (Highline) e 255/55 R20 (Highline Extreme)
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência.
Carroceria: Picape sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares (Versão S cabine simples com duas portas e dois lugares). Com 5,25 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,83 m de altura e 3,10 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais dianteiros de série.
Peso: 2.082 kg em ordem de marcha, com 1.018 kg de carga útil.
Caçamba: 1,28 m³ (1,81 m³ na cabine simples).
Tanque de combustível: 80 litros.
Capacidade off-road: Ângulo de entrada de 28°, ângulo de saída de 23°, capacidade de rampa de 45°.
Produção: General Pacheco, Argentina.
Lançamento: 2010.
Face-lift: 2016.

Autor: Eduardo Rocha (Auto Press)
Fotos: Eduardo Rocha/CZN

Volta por cima - Volkswagen renova o visual e melhora conteúdo da Amarok em busca de recuperar as vendas

Fonte: Salão do Carro
Categoria: Testes
Publicado em: 30 Nov 2016 12:50:00

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