3 de abr. de 2015

Papo de roda - A conta da ressaca

Papo de roda - A conta da ressaca



Enquanto o preço da gasolina despenca nos EUA, tem que subir nos nossos postos para compensar o rombo de caixa da Petrobras Chegou o pior momento da festa: o de pagar a conta. A presidente usou de todos os recursos para iludir o brasileiro até garantir seu segundo mandato, mas mentira tem perna curta. A conta de luz foi reduzida artificialmente, os preços dos combustíveis também. O motorista brasileiro viveu uma (falsa) ilha de prosperidade: enquanto o preço do barril do petróleo disparou para além dos U$ 100 e a gasolina quase dobrou de preço nos EUA, a conta do posto no Brasil permaneceu quase inalterada por anos. Quem pagou a festa foram a Petrobrás, seus acionistas e os usineiros. Estes impedidos de subir o preço do álcool que é limitado pelo da gasolina. Por isso, dezenas de usinas quebraram e várias outras estão na beira do abismo. Apesar de todas estas (e várias outras) manobras, a inflação foi acima da previsão (4,5%) e bateu no teto da tolerância (6,5%) em 2014. Agora, a equipe da presidente enfrenta a ressaca com um reverso de 180º nos comandos e se volta para o bolso do consumidor. Sobe a conta de luz, os juros e decreta um tarifaço que faz crescer os impostos de renda, IOF e PIS/Confins. Os combustíveis? O barril de petróleo caiu para menos de U$ 50 e o de gasolina nos EUA despencou de U$ 3.50 para U$ 2.20. Esta redução faz sobrar U$ 750 por ano no bolso do norte-americano, estimulando a economia do país. No Brasil, a Petrobras precisa recompor o caixa para compensar os rombos na importação de gasolina e da quadrilha empoleirada pelo governo em sua diretoria. Então, apesar da queda no preço do petróleo, gasolina e diesel sobem quase 10% no posto por conta de mais impostos e do retorno da CIDE. Os usineiros vão no vácuo e atualizarão o preço do etanol. Aqui é tudo ao contrário: maior a conta do posto, menos dinheiro no bolso para estimular nossa debilitada situação econômica. O brasileiro não percebeu, mas tem outra manobra engatilhada desde o ano passado pela senhora Dilma 1: o aumento de percentual de etanol na gasolina, de 25% para 27,5%. A presidente precisava derreter o gelo dos usineiros com o governo e autorizou – irresponsavelmente -  o novo percentual antes mesmo de se completarem os testes para se verificar problemas nos motores a gasolina. Por que a manobra afeta o bolso do consumidor? Porque o valor energético do derivado da cana é menor que o do petróleo.  Cada gota de etanol a mais (e gasolina a menos) na mistura é prejuízo para o dono do carro, que paga o mesmo pelo litro, mas o consumo aumenta em cerca de 1,5%. E mais: reeleita, Dona Dilma 2 não precisava mais incentivar a indústria automobilística e eliminou a redução do IPI, tornando os carros mais caros desde o início do ano.    Resumo da ópera: a correção de trajetória da nau sem rumo é um golpe no bolso do brasileiro que vai pagar mais pelo carro, pelo combustível (no preço e no consumo), nos juros e impostos do financiamento.  Esta é a conta cobrada pela a maldita herança deixada pela festa de Dona Dilma 1 para a ressaca de Dona Dilma 2.  

Fonte: R7
Publicado em: 2015-01-27T18:49:00-02:00

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