Apesar de equipamento obrigatório, motoristas não tem ideia de como funcionam air bags e freios ABS Num país de governantes e parlamentares corruptos, decisões e legislação relativas à segurança veicular não são elaboradas com foco na integridade do cidadão, mas interessados em reforçar seus próprios saldos bancários. Estojinho de primeiros socorros recheou cofres de empresas e bolsos de autoridades e políticos. Extintores, de discutível utilidade quando implantados, tornaram-se completamente inúteis depois que o carburador foi substituído pela injeção eletrônica. O Brasil é dos poucos países a manter essa ridícula exigência, por obra e graça do lobby de seus fabricantes e de pareceres suspeitos do corpo de bombeiros. Com os avanços tecnológicos implantados pela indústria automobilística, vários sistemas eletrônicos contribuem hoje para aumentar a segurança ativa (que evita o acidente) e passiva (que reduz suas consequências), dois deles tornados obrigatórios desde janeiro deste ano, os freios ABS e air bags. Ninguém discute sua importância, mas a legislação do air bag só vingou pela pressão de lobistas que atuaram em nome de uma das multinacionais que o produz no Brasil. Se a importância do air bag é indiscutível por reduzir a gravidade de lesões ou evitar mortes em acidentes de trânsito, o sistema ABS de freios é ainda mais relevante pois capaz, com frequência, de evitar o impacto. Entretanto, a exigência destes equipamentos deveria ser acompanhada, principalmente no caso dos freios ABS, de uma campanha na mídia para esclarecer o funcionamento do sistema. Meses depois de equiparem obrigatoriamente todos os automóveis comercializados no país, considerável parcela dos motoristas ainda não tem ideia de como funcionam. Muitos comentam terem se assustado com a trepidação do pedal quando pisaram com força no freio. E tiraram o pé, receosos de algum problema. Mal sabem que a vibração do pedal revela que o ABS entrou em ação, pois percebeu o iminente bloqueio das rodas numa freada de emergência. E que, nesse momento, o motorista deve aumentar ainda mais a pressão no pedal. Que a reação contrária, de tirar o pé, anula o freio e a batida é quase certa. O ABS funciona exatamente tirando e voltando a aplicar pressão no sistema hidráulico do freio centenas de vezes por minuto, evitando o bloqueio das rodas. É o “tira e põe” que faz o pedal trepidar. No caso dos air bags, ainda tem motorista certo de que ele é um substituto dos cintos e nem imagina que seu nome seja SRS, ou Sistema de Retenção Suplementar. Que ele só protege complementarmente ao cinto de segurança. Como estamos no país do faz de conta, nem governo, nem fábricas dos equipamentos se preocuparam em informar ao motorista o funcionamento dos freios ABS e das bolsas infláveis. Para que campanha educativa se já encenaram preocupação com a segurança e estão novamente enchendo cofres e bolsos ao arrecadar do cidadão seu suado dinheirinho?
Publicado em: 2014-07-18T15:49:00-03:00
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